Líderes com humanidade | Caio Sigaki
EA – Líderes sabem lidar e potencializar tecnologias na gestão e entregas de seus times?
Caio Líderes precisam estar atualizados e antenados em como a tecnologia pode ajudar a acelerar e melhorar a gestão de seus times. Com a pandemia, essa transformação digital se acelerou, então os gestores precisam estar abertos a mudanças que o próprio time cobra. Na grande maioria das vezes, o problema não está na tecnologia, mas sim no mindset do líder.
“Precisamos agora de líderes que liderem com humanidade, que consigam tirar o melhor de cada colaborador do seu time, que consigam atingir resultados consistentes e que ajudem na transformação da sociedade. Um estudo da Gallup fala que 70% dos gestores estão despreparados para cumprir sua função”.
EA – Quais as questões mais sensíveis que demandam hoje um líder remoto?
Caio Empresas que não têm um ambiente de confiança estão tendo muito mais dificuldades na gestão do time remotamente. Elas querem implantar meios de “controlar” as pessoas em suas casas. O líder precisa ter muita empatia e resiliência nesse momento, já que está lidando com pessoas que estão com problemas de ansiedade e depressão em seus times, que precisam fazer demissões remotamente e conseguir dar conta de entregar o resultado.
Mas é importante lembrar que o líder também está sendo bastante impactado emocionalmente, por isso as empresas precisam cuidar ainda mais dos seus gestores, que são as pessoas que fazem a ponte da estratégia com a operação.
EA – Programas de liderança já utilizam inteligência artificial?
Caio Acredito que a inteligência artificial e o machine learning podem melhorar bastante a eficiência no desenvolvimento dos gestores. Como exemplo, a Weego, spinoff do Great Place to Work Brasil, é uma startup focada no desenvolvimento da liderança através de IA. Com base em pesquisas feitas com o time do gestor, uma autoavaliação e avaliação do gestor do gestor (alta liderança), conseguimos analisar os principais gaps e cruzar com o seu perfil (exemplo: gestor da área de finanças e com 5 anos de experiência em liderança) e, assim, entregar um conteúdo e plano de ação 100% customizado para que ele possa evoluir. Em questão de minutos, conseguimos ter uma análise bem profunda do líder, sem nenhum tipo de viés que normalmente temos quando estamos analisando uma pessoa.
“Se falarmos com 10 CEOs sobre os pontos mais importante na estratégia, 10 irão falar de inovação e transformação digital. Hoje, os custos para se inovar e criar uma startup são quase zero, então empresas ganham concorrentes quase todos os dias.”
EA – O principal ativo de uma empresa hoje: produtos ou pessoas?
Caio Com certeza, pessoas! São elas que criam os produtos, a cultura e geram os resultados. Pessoas são e sempre serão o maior ativo de uma empresa. Inclusive, não por acaso, startups que precisam de produtos digitais são um grande case de atração e retenção de talentos, pois, sem pessoas talentosas, não há como inovar.
“Ter uma cultura aberta ao erro, à colaboração e à diversidade aumenta as chances das empresas conseguirem inovar e se transformar digitalmente”.
EA – Qual o olhar do RH para contratações mais assertivas?
Caio Competências de softskill são as mais valorizadas hoje. Um ambiente de tamanha incerteza e tão inovador necessita de pessoas com mindset aberto, que sejam autodidatas, que sejam colaborativas e resilientes. E um ponto importantíssimo dentro dessas competências é o autoconhecimento, que está ligado à inteligência emocional. A busca por se conhecer é um dos fatores mais importantes no profissional de hoje.
EA – Caio, a pandemia nos fará seres humanos com melhores propósitos?
Caio Sou otimista e acredito que sim! Precisamos sempre olhar o copo meio cheio e acho que a pandemia veio para nos ensinar. Estamos mais colaborativos, mais preocupados com a saúde, com hábitos de higiene, estamos valorizando as pequenas coisas do dia adia, estamos mais próximos dos nossos familiares, estamos com mais qualidade de vida e acho que tudo isso ajuda bastante a rever os nossos propósitos de vida.
Caio Sigaki é Chief Digital Office do Great Place to Work e CEO/Co-founder da Weego, startup nascida dentro do GPTW com foco no desenvolvimento de liderança, empreende há 12 anos. Sua visão de futuro o levou a ser co-fundador da Hubify e do Alto Tietê Valley. É professor de Growth na Tera e Board Member do conselho de inovação de Mogi das Cruzes, cidade do interior de São Paulo. Aqui, expõe sua visão de utilização de IA na gestão e a aceleração da transformação digital pós-pandemia.
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