Conectar escolas ao trabalho | Roberto Grosman
EA – Você acredita em processos de vestibular?
Roberto Acho que a questão aqui é menos acreditar e mais achar qual seria a alternativa. Como teste de conhecimento obviamente deixa a desejar. Mas por outro lado, para você fazer esta seleção em escala, muitas vezes é um caminho eficiente. As alternativas não são tão boas também né? Tanto é, que no mundo inteiro se usa este perfil de seleção, longe de ser ideal, mas funciona.
EA – Precisamos de mais empreendedores saindo das universidades?
Roberto Sem dúvida. Na verdade, precisamos conectar mais as escolas com as faculdades e as faculdades com o mercado de trabalho. Não só para criar profissões e carreiras mais preparadas, mas também para empreender no mercado.
EA – O que traz de sua experiência de agência de comunicação para engajar times?
Roberto Grosman é educador, empreendedor e investidor-anjo, com forte no mercado digital. Foi COO da Descomplica, tendo trabalhado também na Google, Amazon, Fulano.com, IAB Brasil e FBiz. Apoia o ecossistema de startup como investidor em várias empresas.
EA – A cultura das edtechs avança para melhorar nossos índices na Educação
Roberto O grande desafio é como melhorar a educação em escalas. Há muitas empresas edtechs que são muito boas pra dezenas e centenas de alunos. O grande desafio é como fazer educação para milhares ou milhões de alunos. Como você trabalha pedagogia em escala, a formação de cada pessoa de uma forma em escala, sim, com certeza tem várias edtechs caminhando bem neste desafio.
EA – Qual o principal ativo das edtechs para remodelar a educação tradicional?
Roberto É desafiar status quo, é não aceitar o que existe e pensar diferente. A educação de hoje é como era na educação Grécia quando surgiu há mais de dois mil anos. Aqui no Brasil, ela ficou muito focada na academia e pouca na prática. Como você faz uma educação focada no trabalho, em práticas de mercado, como você prepara a pessoa para trabalhar e ter uma renda melhor, é o desafio.
EA – Edtechs competem entre si ou estão mais para collab?
Roberto Acho que as duas coisas, hoje o mundo é o do cooperar e competir ao mesmo tempo, umas competem entre si, outras trabalham juntas, mas tem tanta oportunidade em educação que o desafio maior é todos contra a evasão, pessoas que não estudam, e não uma contra o outro.
EA – O ensino presencial continuará a existir no futuro?
Roberto Sempre continuará a existir, principalmente para crianças ou para grupos específicos, mas acho que o que vai existir é uma cooperação ensino presencial, virtual, às vezes misto. Com o Metaverso que está chegando aí, vai ser uma mistura de tudo isso, o próprio conceito de presencial vai ser questionado.
EA – Qual foi seu maior desafio no comando da Descomplica?
Roberto Meu maior desafio foi em 2022 construir a área de B2B que começamos o ano passado, já teve um resultado bom, e este ano nosso objetivo é transformar ela numa linha importante de receita para a empresa. O desafio da empresa como um todo tem dois focos: escalar nossa operação de Faculdade, que lançamos em 2021 e avançar na área de B2B.
EA – A plataforma nasceu pra apoiar jovens estudantes a melhor interagir com processos do ENEM/Vestibular. E hoje?
Roberto Pra gente educação é mais um meio que um fim. Sim, no começo foi com o ENEM/Vestibular, para aumentar a chance de entrada em uma faculdade boa, de preferência em uma pública. Depois, aumentamos a quantidade de opções de cursos com a nossa Faculdade, ensino de qualidade a um custo baixo, continuamos a evoluir isso. O B2B é mais um passo deste objetivo, que é trazer as empresas mais para próximo dos alunos e acelerar carreiras.
EA – Qual o propósito social na Descomplica?
Roberto É trazer aquelas pessoas que hoje não tem acesso a educação ou tem acesso a educação ruim e, dar a elas condições melhores de se educar pra conseguirem boas oportunidades de trabalho e de emprego, melhorar a trabalhabilidade e, consequente, a geração de renda.
Roberto Grosman é educador, empreendedor e investidor-anjo, com forte no mercado digital. Foi COO da Descomplica, tendo trabalhado também na Google, Amazon, Fulano.com, IAB Brasil e FBiz. Apoia o ecossistema de startup como investidor em várias empresas.
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