Culturas autênticas | Daniel Rodrigues

 

EA – O que faz uma cultura ser autêntica?
Daniel Num sentido geral, podemos dizer que toda cultura é autêntica já que ela é a manifestação de como as pessoas agem e se comportam em determinado ambiente, o que valorizam e o que acreditam. A vantagem de orientarmos nossa cultura ao nosso propósito de existir é que podemos atrair talentos que se alinhem com esse propósito e a essa visão e se some justamente porque aquela cultura é autêntica para ele também.

“A cultura é viva, sempre se transforma. Por mais que não se tenha consciência da própria cultura da sua empresa, sempre existirá uma cultura do jeito de se fazer as coisas em determinado lugar.”

EA – Para colocar em prática culturas autênticas são necessários líderes autênticos?
Daniel – De acordo com a visão dos pilares da cultura inovadora humanizada os líderes são essenciais para disseminar o propósito da empresa. Nesse sentido de liderança autêntica, eles são exemplos dos valores da corporação e representam sua cultura. Se a liderança não for alinhada à missão, à visão e aos valores da empresa e inspirar todos seus liderados a viverem o propósito do negócio, dificilmente haverá uma cultura de fato autêntica já que essa autenticidade vem justamente desse alinhamento mágico de uma empresa que reúne pessoas para viverem de fato o que declara.

EA – O que marcas empregadoras precisam ter em seu DNA para serem autênticas?
Daniel Não se trata de prescrever nenhum roteiro ou características específicas. A questão aqui é realmente ter consciência do seu próprio DNA e valorizá-lo. Para mim o único ingrediente que não pode faltar hoje é verdade! Especialmente porque quando falta verdade, no mundo altamente conectado em que vivemos, facilmente será percebido que se trata de um DNA diferente do que o que se está propagando.

EA – Empresas estão preparadas para deixar as pessoas serem mais autênticas no trabalho?
Daniel O terceiro pilar da cultura inovadora humanizada é justamente sobre PESSOAS. Há inúmeras ações que podemos fazer para nos prepararmos para receber e aproveitar o potencial máximo da autenticidade das pessoas na equipe. Para isso, os artefatos e os processos da área deverão ser todos embasados na missão e nos valores que a empresa defende.

 “É cada vez mais importante que a marca empregadora manifeste essencialmente o que a empresa de fato é para que possa ajudar os profissionais a escolherem trabalhar para um propósito que se alinha com o deles e que respeite seus próprios valores.”

EA – Quais os skills mais desejados hoje?
Daniel
Variam muito de acordo com cada tipo de empresa. Mas temos acompanhado a crescente demanda pelas soft skills no mundo do trabalho. Habilidades como resiliência, escuta ativa, empatia e autonomia são algumas das mais desejadas por serem essenciais para ajudarem a resolver problemas complexos. Num mundo que muda cada vez mais rápido, ter uma equipe que possa estar preparada para lidar com o inesperado é cada vez mais importante para manter os resultados e a perenidade do negócio.

EA – Por que se fala tanto em propósito? Antes, marcas não tinham propósito?
Daniel
Sempre existe o propósito! Muitas vezes o que acontece é a falta de habilidade ou visão de manter o propósito vivo como força propulsora do negócio ao longo do tempo. Quando uma empresa é fundada, geralmente o fundador tem um propósito claro para ele nesse momento. Mas com o desenvolvimento do negócio, com os obstáculos e dificuldades que surgem, o mais comum é começarmos a atender as necessidades da empresa do que vivermos o propósito em si. E é uma cilada! Porque de repente a empresa pode perder sua maior força.

Com a mudança da sociedade, o que acontece hoje é que as pessoas não aceitam mais se sujeitar a qualquer tipo de trabalho. Elas exercem seu poder de escolha. E a escolha consciente sempre passa pelo alinhamento de propósito e valores. Essa mudança social é que tem exigido que muitas empresas busquem descobrir o propósito que acabou ficando encoberto ao longo do tempo, mas que está lá com certeza. E ao descobrirem, começam a alinhar os processos e a gestão do negócio para que ele possa ser a força maior do porque a empresa existir.

 

daniel - Culturas autênticas

Daniel Rodrigues é apaixonado por Educação, Inovação e Empreendedorismo. Mestre em Linguística Aplicada (UNESP) e MBA em Gestão Empresarial (FGV). Fundador da CCLi Consultoria Linguística. Em 2020 fundou o Pólen, segundo hub de inovação focado em educação na América Latina. Rotariano, investidor-anjo e mentor educacional. Estreou como autor com o livro “Cultura Inovadora Humanizada.”

https://www.linkedin.com/in/daniel-rodrigues-ccli/

Acesse EA Magazine, edição completa #7

 

Fale com o editor

eamagazine@eamagazine.com.br