Quem vai virar o jogo? | Paulo Almeida 

Nessa fase de início de volta da situação de isolamento social e de trabalho maioritariamente de home office, a liderança e a gestão podem incentivar a abertura e a autenticidade de seus colaboradores por meio do desenvolvimento de políticas e de iniciativas que ajudem a virar o jogo. 

Há uma variedade de medidas práticas e fáceis que, quando implementadas, promoverão um ambiente de confiança mais profunda e, portanto, maior fidelidade e produtividade de sua força de trabalho. Pensando simples, é começar a virar o jogo para um futuro do trabalho e da presença de múltiplas gerações em redes colaborativas, híbridas. 

Na verdade, e todos os dias, a produtividade no trabalho é possibilitada por conexões sociais autênticas. Redes. É o chamado capital social, cuja ampliação cada vez mais se acredita ser tão importante quanto o desenvolvimento de competências dos colaboradores.  

E a autenticidade é aqui o fator essencial para alcançar o sucesso a longo prazo de uma organização. A virada do jogo. 

Sabemos hoje que ter a liberdade de se expressar, segurança psicológica, e liberdade para demonstrar vulnerabilidades, tornam os colaboradores mais produtivos e as organizações mais bem-sucedidas. Isso geralmente só é alcançado com o tempo, permitindo que as pessoas expressem opiniões em um espaço sem julgamento, contribuam para o bem maior da organização e possam ser diferentes do status quo 

É assim que nasce o que na Fundação Dom Cabral chamamos de espaços adaptativos. Espaços de conexões inesperadas e disruptivas. 

Com os colaboradores se sentindo confortáveis ​​no espaço de trabalho por causa de um ambiente mais descontraído, isso permite que diversas opiniões se formem e limites sejam empurrados.  

A inovação acontece. O pensar fora da caixa. 

Claro que isso não é carta branca para as pessoas fazerem apenas o que gostam. Mas abraçar a mudança como empregador resulta em um aumento no envolvimento dos colaboradores e no otimismo para oportunidades futuras. Quando as pessoas estão felizes em seu ambiente e têm um senso de realização, isso permite que elas se concentrem mais na tarefa em questão e apliquem sua perspectiva única. Nesse ambiente, há menos micro agressões para lidar, menos tensão entre as diferenças de opinião que permanecem não ditas. 

E como é que um empregador pode efetivamente implementar mudanças de uma maneira que seja relacionável a todos?  

As histórias geralmente são uma ótima maneira de fazer conexões impactantes e mais profundas com aqueles com quem você luta para construir um relacionamento natural. Conheça sua história e descreva sua jornada.  

Compartilhe suas experiências, vulnerabilidades e sonhos com as pessoas – dê a elas uma visão de você como pessoa, especialmente momentos que foram difíceis para você em sua carreira. Demonstre sua vulnerabilidade e seus caminhos, suas soluções. Isso cria empatia e permite que alguém se relacione com você de uma maneira que possa entender.  

A autenticidade pode ser, em suma, a ferramenta que lhe dará mais capital emocional para alavancar situações de negócios. E para reter colaboradores, motivados e engajados. Se atreva. 

Paulo Almeida ColunistaEA scaled

Paulo Almeida é professor da FDC Business School (Fundação Dom Cabral) com foco em Liderança e Pessoas. Trabalhou em Bancos Centrais, Mercado Financeiro, Varejo, Digital e foi VP e CEO de Startups. De sua autoria, entre livros e artigos, tem mais de 200 publicações.

https://www.linkedin.com/in/pauloalmeidaphd/

Fale com o editor:
eamagazine@eamagazine.com.br