Design Thinking e a CULC | Artur ‘Kjá

 

Narrativa2*. Tecnologias a serviço de um novo trabalho
Num momento de extrema expansão tecnológica e isso, é radicalmente diferente do século passado, pois a revolução industrial demorou um tempão, não? Se consumia mais tempo para produzir, para evoluir máquinas, para negócios crescerem. E nisso, havia tempo para as pessoas irem aprendendo, abrindo novos caminhos nesse ritmo, digamos mais lento.

Agora não, cara, o que está acontecendo é distopia.

Por exemplo, em nosso pequeno universo Brasil a realidade é pior ainda, infelizmente ainda é terceiro mundo. A pessoa não tem uma base educacional mínima. Falar sobre sustentabilidade financeira é muito necessário em um país como o nosso, porque sustentabilidade financeira a rigor não é você ganhar dinheiro.

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Você tem que ter ciência do que vai fazer da vida. Pra que ter um trilhão, se não há embasamento da cadeia da sustentabilidade financeira. O que entendo, tem a ver com o legado da pessoa, do empresário, da empresa, de um país.

Sustentabilidade é abundância. Eu acho que o mundo precisa ter abundância.

Essa correlação com sustentabilidade, percebe que envolve todo o ecossistema da vida, de valores? Então o papel da tecnologia precisa ser de abundância humana, um universo tech de ferramentas sustentáveis e com propósitos.

Relações são energia produtiva, sabe?

A gente precisa a partir das tecnologias, criar ambientes e condições que sejam verdadeiros. A tecnologia, ela pode fazer isso, tem esse alcance. Neste sentido, ela é o dínamo do século para criar esse ambiente de escalabilidade de potência humana.

Vamos voltar a questão de cultura e de pertencimento.

Cultura tem que provocar o autoconhecimento nas pessoas, pois vivemos num sistema onde a comunicação é muito intensa em falar que você não é nada. Se você não tiver algo relevante você não é nada. Mas como ser relevante? Como apoiar pessoas, profissionais nas empresas a serem mais protagonistas?

É criando oportunidades de se provocar nas pessoas o seu autoconhecimento. Por isso que eu acho incrível tudo que me contam, a relação de vocês com a proposta da CULC, o produto de vocês pode ter uma profundidade muito maior de transformação organizacional.

Saber que pode ser mesmo a jornada do colaborador a impactar positivamente nas empresas.

Essa inversão, sabe, é muito positiva, penso necessária demais. Não é o RH, são as pessoas. Isso amplia os níveis de inteligência no trabalho. De cooperação entre todos, líderes, liderados, RH.

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E tem nisso, além da questão corporativa, a questão dos empreendedores. Como lido muito com empreendedores, é meu papel provocar neles, agora aqui com vocês, fundadores da CULC, essa visão de capitalismo sustentável, de relações humanas como prepositiva.

Um novo produto que mexe, lida com pessoas, tem que ser estruturado em sua defesa de comunicação para que se entenda o seu impacto no negócio.

Temos CEOs que ainda estão com a cabeça, um mindset de século passado, que ainda não entenderam direito o que seja inovação. Você acha que para um profissional ser produtivo precisa cumprir horários e ter metas? Não é algo que tenha um propósito amarrado, porque uma meta não impacta todo um mundo, impacta um pequeno mundo, apenas a empresa. Ideal é que uma empresa impacte toda a sua cadeia produtiva e de forma sustentável. E a tecnologia traz outros parâmetros para se medir processos de trabalho, com alcances maiores.

Creio, nesse momento atual, ser preciso despertar uma nova liderança. Não à toa, né, que o que mais se tem lançado são cursos de liderança. Por conta de todo esse reflexo da pandemia, pós-pandemia, mundo digitalizado. É preciso bons instrumentos, ferramentas pra reposicionar esses caras. O mercado mudou, as pessoas mudaram, as gerações que a gente trata hoje são gerações digitais.

Jovens que querem experiências com a vida e não com o dinheiro, com o cargo, a posição na empresa.

Tenho um filho de 23 anos, que trabalha com programação, por três anos estava fora da área e está voltando agora. Me lembro que teve uma época, esse hiato de trabalho, que ele e um amigo foram para o Chile de carona, sabe? Ou seja, não é o dinheiro que ele tinha que foi comprar uma viagem, mas as experiências que ele queria viver e criou as condições dele para vivê-las. E são essas experiências, esses movimentos que trazem os melhores conhecimentos.

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As pessoas não querem mais tantas regras, porque vivemos nesse mundo líquido, né? Um universo rápido e efêmero e as pessoas cada vez mais entendem isso.

Com um cenário desses, como capacitar líderes para esse novo tempo?

Tudo está tão rápido, acaba que nada gera profundidade. É o que se perde nessa transição de séculos, de impacto da internet e das tecnologias. Quando falamos em lideranças elas foram treinadas para gerar times em busca de metas mirabolantes, de lucros exorbitantes.

Empresas precisam estar agora mais alinhadas com valores de sustentabilidade, de princípios e compromissos com propósitos. Este é o valor para se transferir no (re)capacitar líderes e, ao mesmo tempo, integrar novos líderes.

*Narrativas transcritadas reflexões de Artur ‘Kjá, no decorrer de duas sessões de mentoria com foco em Design Thiking para os fundadores da CULC, startup HR Tech que se certificou no programa Ideiaz-Anprotec com coordenação do Instituto de Empreendedorismo Gênesis da PUC-RIO.

 

 

capa mercado e bio

Artur ‘Kjá é skatista, líder holístico, mentor de startups, palestrante, designer estratégico, educador e artista visual. Especialista e pesquisador de temáticas e disciplinas de conexões do nosso mundo hiperconectado, Neurociência, Filosofia, Design Thinking, Arte, Cultura de Inovação, Planejamento com OKR, Transformação Ágil e Laboratórios de Inovação.

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