Performance é tudo? | Felipe Topolski
O termo “estagiário” já é, por si só, uma definição desestimada. São inúmeras as piadas e chacotas ao redor do conceito de quem é e o que faz um estagiário. Esse julgamento já está instaurado na própria cultura – pensando nisso, qual é a situação da visão sobre isso, dentro da cultura organizacional das empresas atualmente?
Antes de analisarmos a essência da importância de vagas de estágio dentro das organizações, tomo a liberdade para visitar o conceito de ‘capital humano’ de uma empresa. Capital humano é o conjunto de competências, conhecimentos e habilidades de cada colaborador para a realização das atividades da organização. Como sabemos, o perfil de estagiário é praticamente por via de regra, um estudante em formação ou recém formado que busca ampliar seus conhecimentos em sua área de interesse enquanto, convenientemente, se insere no mercado de trabalho.
Tendo em vista que um estagiário, muitas vezes, não possui uma experiência profissional prévia – entrando naquele clássico dilema, preciso de experiência para trabalhar, mas só obtenho experiência trabalhando – qual o sentido das empresas exigirem tantas e tantas qualificações, requisitos e experiência, oferecendo um salário mínimo e um punhado de auxílios?
Ora, qual o sentido de buscar um estagiário para essa ou aquela vaga, se o trabalho compõe um alto nível de complexidade profissional?
E agora, muitos podem questionar – mas então uma empresa só deve buscar oferecer uma vaga de estágio para pessoas subqualificadas ou ofertar um grande salário? A resposta é: Não! Observamos um grave problema logo na pergunta acima. Por que apenas observar as qualificações baseadas em um currículo e processos ‘frios’ de seleção, para as vagas ditas importantes?
Percebe-se a confusão e falta de coerência nos processos seletivos em relação à maneira como os empregadores enxergam um estágio. Aqui retomo o conceito de capital humano: nem tudo pode ser mensurado através das qualificações curriculares, é algo intangível que tem serventia na formação da cultura da empresa. Isso sem falarmos na diversidade proporcionada pelos estágios.
Então, fica um questionamento que trago à discussão, e que foi trazido de maneira pertinente pelo autor Simon Sinek:
Por que não existem métricas que buscam mensurar o intangível, como a confiança e contribuição cultural? Será que tudo se resume a pura performance?
Felipe Topolski estuda administração e é empreendedor em Curitiba, no Paraná. Sua jornada começou aos 16 com seu primeiro negócio digital, a ForHause. Após algumas iniciativas, busca se desenvolver profissionalmente para realizar o seu sonho como empreendedor, principalmente no meio digital. Sua empreitada digital o fez desenvolver noções sobre os pilares de um negócio, seja ele digital ou não. É estagiário business na CULC Inc. Tecnologia
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