Estágios e o desperdício de talentos | Maria Clara Fonseca Carvalho

 

O estágio é uma etapa muito importante para quem busca se desenvolver profissionalmente. É uma vivência que a universidade não consegue te dar na prática, além de ser uma grande chance para que as empresas descubram e desenvolvam novas pessoas, já que, quem busca estágio, busca por experiências e novos conhecimentos e está disposto a enfrentar grandes desafios.

Uma coisa que muitas vezes me deixa inquieta é como os processos seletivos estão sendo executados pelas empresas. Será que a experiência e jornada do candidato é pensada desde o primeiro contato? Já vi temas como estes serem constantemente abordados, mas, na prática, essas discussões parecem não ser tão eficazes.

Processo acessível ou desgastante?
Ouso falar que atualmente, os processos são pensados pelas empresas em como elas irão simplesmente se beneficiar de cada pessoa inscrita. Promovem um processo que é divulgado como acessível, mas que na realidade, se torna algo desgastante, que puxa toda a energia do candidato, e quando o estagiário finalmente é contratado, tudo parece estar muito longe do que propuseram.

Além de diversas situações onde conseguimos chegar até a última etapa do processo e, após isso, é simplesmente como se fôssemos descartados no meio do caminho, sem as respostas em que precisamos melhorar para se adequar melhor às vagas promovidas pelas empresas.

Agora, proponho para você, recrutador ou não, pensar o seguinte: se coloque como um candidato que está buscando o seu primeiro estágio e depois de muitos “não”, recebe finalmente o “sim” de uma empresa que já havia chamado muito a sua atenção.

Cadê o bom clima organizacional?
Você então passa por diversas etapas muito interessantes, mas ao mesmo tempo, desgastantes, até que chega na etapa entrevista. Você é extremamente elogiado e passa para a última etapa cheio de brilho nos olhos pela empresa. Passado a etapa, alguns dias depois, ao abrir a caixa de entrada do seu e-mail você se depara com a aprovação no processo seletivo que estava se empenhando tanto e logo pensa: “ufa, consegui”. Ansioso, depois de tantos desafios para iniciar o trabalho, você começa a trabalhar ali, na empresa que diz ser acessível e de muita liberdade para seus membros, mas na prática, você não enxerga um clima organizacional bom.

O que isso te faz sentir?
Prontamente, venho te falar que essa realidade é muito comum, diversas vezes, tenho passado pela situação. Algo tão desmotivador quanto receber um “não” é não receber um feedback. Já que, se não tenho esse retorno, não sei onde preciso me desenvolver melhor.

Quando personalizamos nossos processos, tudo tende a ser executado de maneira mais eficaz e menos desgastante, tanto para quem está contratando quanto para o candidato.

Por fim, trago uma dica para as empresas que procuram por estagiários: para evitar o desperdício de grandes e muitas vezes novos talentos, aproveitem seus candidatos planejando estrategicamente toda a jornada que eles precisarão enfrentar, elaborando um processo humano e de aprendizado.

Assim, o candidato conseguirá entender a realidade prática da empresa e vice-versa, formando um bom relacionamento profissional entre ambos e, ao mesmo tempo, demonstrando como as oportunidades do mercado de trabalho podem ser personalizadas para a realidade do estagiário.

 

 

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Maria Clara Fonseca Carvalho tem 18 anos, nasceu e cresceu no interior de Pernambuco, mora em João Pessoa, na Paraíba e cursa Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais na Universidade Federal da Paraíba. Trabalha voluntariamente na Empresa Jr. da Universidade – a “Internacionalize”, com foco em comércio exterior e tradução. Na Empresa Jr., esta à frente da diretoria de Marketing e Vendas, sendo responsável pelo contato com clientes nas redes sociais. É estagiária de Marketing e Venda na CULC Inc. Tecnologia.

 

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