Multicarreira na diversidade

Multicarreira na diversidade | Rafael Horta

EA – Você tem uma carreira de sucesso. O que te move no trabalho?
Rafael Amo gente. Sou movido por oportunidades que me permitam fazer gestão de pessoas, desenvolvê-las, engajá-las, torná-las próximas e “team players”. Também adoro cuidar da performance, KPIs, resolver problemas, lidar com as crises, construir boas relações com as áreas parceiras para abrir os caminhos para meus colaboradores. Dentro do espectro de Marketing e Comunicação, gosto de fazer praticamente tudo. O importante é ter equipe :)

EA – Treinamentos constroem empatia?
Rafael Tudo pode ser aprimorado e desenvolvido. As questões técnicas são mais fáceis, claro. Do ponto de vista dos comportamentos e sentimentos, são mudanças mais profundas, que um treinamento pode não dar conta totalmente. Ele pode te dar uma faísca para as primeiras reflexões e, muitas vezes, para mudanças. Mas isso varia muito de pessoa para pessoa e da sua vivência.

Existem muitos profissionais em posições de liderança que carregam para o trabalho sua carga pessoal, por mais que, conscientemente, sejam mestres na difícil arte de separar os dois âmbitos. Nós não deixamos de ser pessoas porque colocamos o crachá e passamos da catraca da empresa. Se você não tem empatia naturalmente, com certeza tem muitas questões que precisam ser trabalhadas e muito dificilmente um treinamento vai conseguir resolver. 

EA – Você teve líderes inspiradores?
Rafael Tive muitos! Especialmente mulheres inspiradoras, que me ensinaram muito sobre liderança com seus exemplos. Com cada uma aprendi um pouco. Tive uma gestora que me ensinou muito sobre a importância de um clima de trabalho leve e descontraído para que as coisas fluam e as pessoas produzam melhor. Uma outra me ensinou muito sobre sempre buscar sua parte da responsabilidade em qualquer situação, pois dificilmente você conseguirá sozinho mudar o outro, mas mudar suas atitudes em uma próxima situação está totalmente nas suas mãos.

Com ela, também aprendi o “se você está tocando um projeto sozinho e eu estou tendo pouco tempo para te orientar e controlar tudo com você, se você errar, eu errei junto e vamos pensar juntos em uma solução”.

EA – Acredita colaborar com os processos de diversidade corporativa, sendo assumidamente gay? 
Rafael Acredito que só posso ser assim porque a empresa está aberta à diversidade. Ainda existem muitas histórias de pessoas que precisam dissimular sua verdade para caber e ser respeitada. Então é uma via de mão dupla. Se as pessoas da empresa e os altos líderes são preconceituosos, fica complicado se posicionar e ajudar a gerar valor como parte de um grupo de diversidade.

A empresa precisa estar minimamente aberta à questão. Mas nunca fui desrespeitado ou desacreditado profissionalmente por conta da minha orientação sexual. Nunca precisei esconder também.

EA – O que o Rafael músico aprende com o Rafael gestor e vice-versa?
Rafael O músico aprendeu com o gestor a olhar a arte de forma mais estratégica, para que ela seja um outro trabalho e não apenas hobby. Já o gestor aprende tanto mais com o músico. Aprende a sensibilidade para lidar com as pessoas e processos de forma leve e empática. Aprende jogo de cintura para se adaptar às mudanças que ocorrem o tempo todo, afinal, estamos em uma performance ao vivo e é fundamental saber improvisar. Aprende ritmo e leveza. Trabalho em equipe, porque não existe nada mais “team play” que uma banda. Não dá para cada um tocar em um ritmo e em um tom diferente. Cada parte é importante para compor esse todo.

Rafael Horta atua nas transversais corporativas, Responsabilidade Socioambiental, Social Media, Branding, Marketing de Produto, Influencer Marketing e Marketing de Relacionamento B2B. Liderança empática é a sua marca registrada, perfil de líder muitíssimo desejado pelas empresas. Tem passagens por marcas como Alelo, Natura, JBS, Foreo e hoje atua na edtech Isaac. E canta, canta muito! É músico, liderou o Grupo Ecco e agora segue em carreira solo.

https://www.instagram.com/rafaelhortacanta/