Bem-estar, saúde mental e trabalho do futuro 

Por Felipe Gruetzmacher

 

No dia 16/08, foi realizada a Live 2 do WorkLab EA – Série sobre Diálogos do Futuro do Trabalho. Realização da EA Magazine em parceria com a Hiro Comunicação.

Convidados

Jôsy Andrade é consultora de Carreira e Colunista EA

João Casarri é influencer geração 60+, mentor, consultor de liderança e Colunista EA

José Gonçales é mentor ESG, consultor organizacional em em bem-estar e neurociência e Colunista EA

Principais insights compartilhados:

Aline Sousa
• A apresentadora inicia a live relembrando as recentes transformações nos modelos de trabalho provocados pela pandemia. Cita que estávamos atuando de modo presencial. Depois, passamos para o home office, agora o híbrido e com tendências a se voltar para o presencial.

• Reflete com os convidados: As mutações no modelo de trabalho afetam o bem-estar mental das pessoas?

Jôsy Andrade
• Ela é mãe de três meninas e dona de um cachorro. Neste contexto, é fácil se distrair com tantas questões familiares que cercam o home office. Por isso, ela colocou uma rede na frente do escritório para descansar e elaborou uma série de combinados com as filhas. Assim, elas sabem como e quando Jôsy está ocupada e não pode ser interrompida. Ela atua com desenvolvimento de projetos organizacionais e, há vezes que o trabalho exige mais foco nas demandas. Por isso, ela acredita muito no equilíbrio dinâmico em se traçar estratégias individuais que façam sentido para o cotidiano de cada um.

“Não há bala de prata! Cuidar de si mesma é fundamental!”

João Casarri
• Também atua em home office. Mora com a esposa e combinou algumas estratégias com ela para administrar o tempo pessoal e o tempo de trabalho. Quando a porta do escritório estiver fechada, é sinal que João está trabalhando e não pode ser interrompido. Quando a porta estiver aberta, o trabalho cessa. “É muito foco no preparo!” Outra estratégia bem eficaz: “programo publicações no Linkedin para ganhar tempo”. João trabalha com dois computadores e um celular para construir conexões e executar variadas atividades, ao mesmo tempo, num equilíbrio dinâmico.

“Mas paro, tenho um horário bem organizado para finalizar meu dia, sempre entre às 18h e 18h30.”

Aline Sousa
• Reforça as palavras de João dizendo que é imprescindível ter limites para os horários da vida profissional. É um diferencial para preservar a sanidade e manter a família por perto.

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José Gonçales
• Comenta que as falas dos demais gerou novas percepções. Ele cita a última consultoria motivacional para uma empresa como exemplo para se refletir. As dores dessa empresa eram turnover alto, perda de executivos, gerentes e diretores. Então, ele foi investigar os motivos. Em síntese, os motivos para o pedido de demissão eram alto estresse, burnout e desencontro entre vida profissional e pessoal.

• Esses fatos levaram José a pensar sobre os limites entre vida pessoal e vida laboral. O próprio José tem uma rotina bem turbulenta: ele finaliza o trabalho e começa a estudar. Neste contexto, conta que há muita literatura disponível sobre o reduzido tempo de trabalho na época dos caçadores e coletores. A humanidade passava muito tempo no ócio na idade primitiva. Um autor estudado por José, Domenico De Masi, na obra “O ócio criativo”, cita que nos últimos 200 anos, aconteceu uma inversão. O ser humano foi capturado pelo sistema chamado “empresa”. Tal sistema empresarial foi projetado por engenheiros como Taylor e Ford.

• Salienta que a maior questão é que seres humanos passaram a precisar funcionar e produzir como máquinas. Nos últimos 30 e 40 anos, aconteceu a acelerada introdução da tecnologia da informação. A combinação entre um sistema de administração projetado por engenheiros e a tecnologia, criou o vício do trabalho, o ser humano ser produtivo constantemente.

• Enfatiza que nem sempre há necessidade de gerar e produzir! Nosso cérebro não é uma máquina para assimilar todos os processos e gerenciamento. O excesso de trabalho e o consumo de informação cria patologias e doenças associados à labor. A pressão é inimiga da criatividade! Já a criatividade é a mãe do alto desempenho. Por isso, alto desempenho é estar à favor da nossa biologia e do ócio criador de ideias. O termo ficar ocioso é extremamente vantajoso!

“A oscilação entre trabalho e ócio gera novas ideias!”

Aline Sousa
• A apresentadora cita a pesquisa da Remon Institute Capital que menciona os ganhos de uma cultura de desenvolvimento pessoal. Gera engajamento e retenção de talentos. Aline questiona aos convidados, como as organizações podem apoiar um equilíbrio entre vida pessoal e labor.

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Jôsy Andrade
• Uma cultura corporativa que prioriza o bem-estar das pessoas precisa estar na pauta e vivenciada. Boas estratégias que funcionam podem ser mudanças no modo de trabalhar, demandas e adoção de flexibilidade. Pessoas com menor percepção sobre o próprio bem-estar e menor rede de apoio podem sofrer mais com a pressão organizacional. Esse adoecimento traz sérios impactos para a produtividade das pessoas.
“Por isso, as empresas precisam ter uma escuta ativa e se aproximar mais dos colaboradores.”

Aline Sousa
• A apresentadora complementa considerando que as lideranças têm muita responsabilidade na hora de acolher times! As corporações têm um papel muito relevante para estimular o crescimento das pessoas, bem como a saúde mental. A cultura corporativa precisa de abertura para enfatizar a saúde mental e estimular que os próprios times se preocupem mais com o bem-estar. As pessoas precisam ter segurança para falar sobre esgotamento e não sofrer sanção, por exemplo.

“Falar de gente e da subjetividade humana é imprescindível.”

João Casarri
• A cultura de uma empresa precisa permitir que o colaborador tenha momentos de ócio criativo efetivos, concordo totalmente com as reflexões do Gonçales. A pauta da liberdade em alternar trabalho e lazer pode estimular a produtividade, uma questão que tem que estar no centro e debatida pela alta liderança. Isso perpassa pelo uso de elementos para desestressar como salas de videogames presentes em empresas, por exemplo. O lúdico se mescla com o esforço para gerar ideias.

• Agora, os times precisam saber lidar com esses recursos lúdicos. A liderança precisa saber conscientizar o time sobre responsabilidade combinada com liberdade. Já a questão do autoconhecimento pode ser considerada o manual do ser humano. Saber sobre si mesmo revela as potencialidades e limites humanos.

“O autoconhecimento amplia a produtividade, pois revela as fragilidades e as potencialidades das pessoas.”

José Gonçales
• A tecnologia é o próprio autoconhecimento. Assim, sabendo as motivações pessoais, a pessoa pode suportar tristezas, comemorar alegrias e moldar sua própria identidade. Uma ferramenta para identificar as próprias características é o eneagrama. Outro exemplo de ferramenta é a força de caráter para mapear os aspectos que governam cada pessoa.

“Softwares podem ser úteis para mapear emoções diárias e identificar melhores momentos para tomadas de decisão.”

 

Projeto Worklab
Quinzenalmente, às 19h
Transmissão Instagram da EA

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Live 1. Assista aqui

Live 2. Assista aqui

 

felipe Easy Resize.com

Felipe Emilio Gruetzmacher é formado em gestão ambiental, educação ambiental e se especializou em copywriter através de muitos cursos online, muita prática e dedicação. Autor na Comunidade EA é um dos mais lidos na plataforma. Tenta decifrar os enigmas do trabalho humano, até porque essas questões podem mudar os rumos da sociedade humana e acelerar a marcha da história rumo à Utopia.

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