MINHA VIDA PROFISSIONAL PcD | Marcelo de Paula
Para falar da minha carreira e dos desafios que enfrentei nessa pequena trajetória, que espero que tenha cada vez mais bagagem, vamos lá para o início de tudo. Minha primeira experiência profissional foi numa multinacional de banco de dados, e me trouxe muito ensinamento, pois eu nunca tinha trabalhado antes. Foi a minha primeira vez fazendo uma entrevista, participando de um processo seletivo, sem saber como funcionava esse mundo corporativo.
Gostaram de mim
A recrutadora gostou muito do meu perfil, mesmo que eu tenha confessado que não tinha experiência em pacote Office ou em mexer em um computador. Ela acreditou em mim, na minha vontade de querer aprender e evoluir como ser humano. Por meio dessa empresa, conquistei o que é mais valioso para mim hoje, que é minha dignidade. Descobri que posso ser tudo aquilo que eu quiser, posso ser um grande profissional.
Acabei não sendo efetivado, não por culpa minha e muito menos da empresa, mas pelo momento de mudança pelo qual ela passava. Sei que fiz o melhor para meu time na época, mas, muitas vezes, no mundo corporativo é assim, e não depende somente de você.
E fui para um call center
Já na segunda empresa, um call center, não gostei muito, pois senti que eu era somente o número. Minha gestão não queria minha evolução profissional, mas apenas que eu batesse metas. Acho que até por ser de call center, eles não pensam em desenvolver o profissional por completo, mas somente para desempenhar aquela função.
Já dos meus colegas de trabalho, gostei muito, pois eles não viam só o Marcelo cadeirante, mas o Marcelo ser humano. Como é lindo isso o que deixava um pouco mais equilibrado quando eu colocava as coisas na balança, e foi o que me fez permanecer um tempo mais ali.
E de uma rede de hospitais, fui pra o lugar certo
Depois fui trabalhar em uma rede de hospitais, e gostei ‘pra caramba’. Acabei amadurecendo muito, pois os gestores não eram acessíveis e eu tinha que me virar. Agora, falando um pouco da minha atual empresa, não tenho palavras para dizer o quanto eu sou grato.
Na Syngenta, posso ter a ambição de crescer profissional e pessoalmente. Meus colegas de trabalho querem saber minha opinião sobre as coisas, sou colocado em projetos importantes. Eles lutam a minha luta e querem que eu evolua. Além disso, há comitês de diversidade e inclusão. Resumindo, é uma empresa que acredita no profissional, seja ele com portador de deficiência ou não.
Sobre desafios que me esperam, não são apenas relacionados aos trabalhos. Quero evoluir cada vez mais, construir degrau por degrau, deixando a minha marca, independentemente de onde eu estiver, para que as pessoas possam se lembrar de mim de maneira positiva. O maior desafio é sermos nós mesmos, porque se não acreditamos na gente, quem vai acreditar? Infelizmente, vivemos em uma sociedade egoísta, então a evolução tem que partir da gente.
Sem limitações
Não é fácil estabelecer uma carreira como PCD. No começo, parece que você está subindo a pirâmide do Egito, mas a partir do momento em que você consegue dar o primeiro passo, as coisas ficam mais fáceis e começam a acontecer de forma natural. Dedique-se, porque as oportunidades estão aí. Abrace cada uma delas, mas saiba também que nem todas servem para você, e não tenha vergonha de dar um passo para trás. O que serve pra você é o que você gosta e o que te faz bem.
Marcelo de Paula é PCD, cursa Gestão de Recursos Humanos na Universidade Paulista e trabalha como auxiliar administrativo de operações RH, carreira de quase 2 anos na Syngenta.
Entrou no mercado muito jovem, em 2015, como auxiliar administrativo na Serasa Experian, com passagens também pelo Grupo NotreDame Intermédica.
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