Independência atípica | Por Simone Gadotti

 

Não importa com que idade seu filho teve o diagnóstico. Se foi precoce, se foi tardio, junto com aquelas palavras “está no espectro” no caso dos autistas, vem a dúvida:

Meu filho será independente?
Terá autonomia?
E quando eu morrer?

Estas dúvidas me acompanham desde aquela fatídica semana de dezembro de 2010, quando descobri que eu não era mãe de um autista, mas sim de dois. E com certeza acompanham também as famílias de pessoas com deficiência, seja qual for!

Meus filhos foram crescendo e com eles os desafios. Terapias acessíveis, inclusão social e escolar. Políticas públicas de inclusão efetivas e contínuas.

E agora, com 14 e 17 anos, o tão sonhado mercado de trabalho e a inclusão real e verdadeira da pessoa com deficiência neste ambiente.

É possível? Sim! É!
Possível e necessário.
Possível e enriquecedor.
Possível e transformador.

Incluir a pessoa com deficiência no mercado de trabalho gera um impacto enorme na sociedade e não afeta apenas a pessoa em si. Reflete na família, nas relações interpessoais da própria empresa, impacta o cliente.

Mas essa inclusão demanda mais que boa vontade. É necessário preparar as equipes para abraçar a diversidade, para que haja inclusão precisamos romper os pré-conceitos!

Exemplos não faltam. Hoje, o homem mais rico do mundo, teve o diagnóstico tardio de autismo. Elon Musk, dono da Tesla é autista. Perseverante, hiperfocado e perfeccionista.

Quem não quer trabalhar com alguém assim?

É preciso mais do que nunca abrir os olhos e as portas a todos esses talentos. Focar apenas na deficiência é pobre demais. É preciso treinar o olhar para ver além das dificuldades e perceber o quão enriquecedor pode ser a experiência de contratar uma pessoa com deficiência, seja ela qual for e mais que isso, precisamos entender que a pessoa vem sempre antes do seu diagnóstico e da sua condição.

Sempre que conseguimos superar nossos pré-conceitos e, olhar o outro verdadeiramente dando ênfase em suas potencialidades, o resultado é muito mais positivo do que olhar apenas para a cota a ser preenchida à sua frente.

Você empresário, topa embarcar nessa aventura?

Vem com a gente! Vamos transformar vidas e mudar realidades. Agregar ainda mais valor a sua marca! Mudar o mundo começa quando arrumamos o nosso quintal.

Depende de mim e de você.

 

gadotti - Independência atípica

Simone Gadotti é mãe atípica de Nicolas e Brunno, respectivamente com 14 e 17 anos, ambos diagnosticados com autismo. Formada em Gestão Pública é ativista da Inclusão desde 2013. Idealizadora do Piquenique da Inclusão, foi presidente da AMA Blumenau 2017/2019. Foi idealizadora e coordenadora do Projeto Ágape que prepara autistas para o mercado de trabalho. Atualmente coordena os Projetos Sociais do Gentes Instituto, atuando também como acompanhante terapêutica no mercado de trabalho para pessoas com Deficiência. Colunista do Informe Blumenau sobre Maternidade Atípica e Inclusão. Colunista EA “Mercado PcD”. 

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