Cultura de feedback: o que é, importância e como fazer | Por Nádila Macedo

A cultura de feedback nada mais é do que criar um ambiente propício ao diálogo dentro da empresa. Onde é comum falar-se do desempenho do colaborador, tanto em termos de conquistas, quanto de comportamento, pontos de melhoria e pontos positivos.

Palavras-chave: avaliação de desempenho; cultura; feedback; processo seletivo.

O segundo semestre do ano é a última etapa para atingir as metas estabelecidas em janeiro e, portanto, um bom momento para investir em feedback para sua equipe. A prática do feedback pode melhorar os resultados de um time quando utilizado adequadamente. É fundamental que a empresa eduque seus gestores para serem líderes, não apenas chefes. Bons líderes apontam o caminho e estão sempre atentos ao desempenho, crescimento e desenvolvimento das pessoas. O feedback é dado em resposta ao desempenho do colaborador, visando contribuir para o seu desenvolvimento profissional dentro da organização.

Não surpreendentemente, de acordo com um estudo FIA Employee Experience publicado no portal UOL, 20% dos profissionais brasileiros gostariam de receber mais feedbacks no trabalho. Mas, para que as sugestões tenham impacto no desenvolvimento, devem ser feitas de forma saudável. Ou seja, um ambiente favorável e um diálogo aberto são necessários para aumentar o número de pessoas que recebem feedback. Para que seja realmente eficaz, ele deve ser planejado para orientar o desenvolvimento do colaborador, de sua equipe e, por fim, de seus resultados.

O termo em inglês foi introduzido em nosso idioma para definir uma opinião sobre uma questão ou processo. O feedback é usado em diferentes situações, como no destaque dos pontos positivos e dar uma oportunidade de melhorar os negativos. No atendimento ao cliente, o feedback ajuda a conhecer a percepção dos consumidores sobre a marca, produtos e serviços, além de ajudar a melhorar diversos processos.

“Todos precisamos de pessoas que nos dêem feedback. É assim que melhoramos.” Bill Gates, fundador da Microsoft

Qual a importância desse processo para a empresa?

Indiscutivelmente, o maior benefício do feedback é maximizar a comunicação interna, alinhando as expectativas da empresa com as expectativas dos funcionários para criar um ambiente propício ao nível esperado de resposta e entrega.

Uma pesquisa da Survey Monkey mostra que nove em cada dez brasileiros estão infelizes com seu ambiente de trabalho, e este é um ponto de alerta para as empresas, já que em outra pesquisa realizada pela FIA Employee Experience (FEEx) revelou que um em cada cinco colaboradores não recebem feedbacks. Das 150 mil pessoas que responderam a pesquisa, 20% não recebem avaliações periódicas sobre seu desenvolvimento. Esses dados revelam que a falta da cultura do feedback pode ser o ponto mais crítico sobre liderança e gestão no Brasil.

Qual a importância do feedback para os funcionários?

Assim como os pais muitas vezes corrigem e elogiam seus filhos porque a intenção é que eles se tornem adultos responsáveis e felizes, no cenário corporativo, a intenção dos colaboradores é desempenhar seu papel da melhor forma possível e se desenvolver ainda mais. Deste modo o feedback nunca deve ser ignorado, pois pode produzir resultados surpreendentes.

Uma pesquisa realizada pela Agência de Educação Corporativa Insperiência aponta que mais de 50% dos líderes não sabem dar feedback. E o motivo é claro: ninguém é treinado para isso, mas assim como qualquer ferramenta, o feedback tem um método de execução. E para acabar com o tabu, os gestores precisam entender o que estão fazendo de errado e como melhorar. 

Veja algumas estratégias que podem orientar um bom feedback:

  • Dê feedback antecipadamente;
  • Não dê ou receba feedback se você for arrogante;
  • Prepare-se para publicar uma avaliação com antecedência;
  • No caso de críticas, evite iniciar a conversa com elogios, pois isso gera ansiedade e o funcionário sabe que a avaliação é um feedback negativo;
  • Dê feedback negativo, mas nunca em tom punitivo ou desdenhoso;
  • O feedback positivo é bom, mas o feedback construtivo é melhor para o desenvolvimento profissional;
  • Não deixe seus funcionários se sentirem desvalorizados por causa de seu gênero, identidade, idade ou outros fatores físicos, biológicos ou psicológicos. Lembre-se de que o feedback não deve cruzar as linhas éticas;
  • Não discrimine os funcionários na avaliação por questões de afinidade ou gênero.

“Para apontar caminhos de desenvolvimento para uma pessoa, ainda não descobri nada mais rápido, barato e eficaz do que um bom feedback.” (João Carlos Rocha)

Sob nenhuma circunstância você deve dar qualquer feedback público a um funcionário, pois a intenção não é constrangê-lo mas ajudá-lo a melhorar os pontos necessários. Envie uma mensagem ou fale discretamente para que vá até uma sala reservada para conversarem.

Lembre-se de deixar claro que essa é uma conversa natural para que ele não pense que será demitido, por exemplo. E todo feedback corretivo deve ser individual, enquanto os feedbacks positivos podem ser coletivos.

Quando o feedback é feito corretamente, tanto os líderes quanto os funcionários ficam engajados e motivados e cria uma comunicação direta muito útil. Dar feedback não é apenas apontar erros ou elogiar quando ocorre determinada situação, mas deve ser contínuo.

É normal que algumas pessoas precisem de mais acompanhamento e feedback do que outras, o gestor deve estar atento a esses detalhes.

A falta de feedback leva à perda de bons funcionários, dificulta o desenvolvimento de equipes, leva a uma liderança ineficaz e dificulta o relacionamento entre gestão e funcionários. Outro fator importante a ser considerado é o sentimento de pertencimento que advém do feedback profissional. Valorizamos muito a sensação de fazer parte de algo e essas afirmações positivas nos fazem ver que fazemos parte de algo maior e que nosso trabalho conta como um todo.

Uma cultura de feedback não deve ser implementada apenas porque todo mundo está fazendo, é um processo que tem resultados e benefícios que podem melhorar não só o ambiente, mas os resultados e objetivos da sua empresa. A utilização desta ferramenta pode dar um contributo decisivo para a redução do absentismo e, assim, contribuir também para a tomada de decisões sobre o futuro do colaborador como: acompanhamento contínuo, mudança de gestão de tarefas, mudança de departamento ou até mesmo o desligamento. Também é importante porque, quando usado de forma consistente, pode resolver problemas antes que eles se tornem sérios e difíceis de contornar.

Para dar uma boa devolutiva e contribuir positivamente para o desenvolvimento de seus colaboradores, seja empático, específico, equilibrado, ofereça soluções ao invés de somente críticas, evite tons acusatórios e seja um bom ouvinte.

Quanto a falta de devolutivas em processos seletivos, às vezes, recolocar-se rapidamente foi fácil para você, mas não é o que acontece com a maioria das pessoas. Então, por favor, invistam e incentivem a cultura de feedbacks, principalmente nos processos de seleção.

Empatia é fundamental!

Espero que tenham gostado do conteúdo! Se ficou alguma dúvida, não deixe de colocar nos comentários, será um prazer responder você.

Referências e pesquisas:

DA SILVA, Douglas. O que significa feedback? BLOG DA ZENDESK, 2021. Disponível em: https://www.zendesk.com.br/blog/o-que-significa-feedback/. Acesso em: 25/09/2022.

8 lições de feedback que irão ajudar sua equipe a atingir as metas. FORBES, 2022. Disponível em: https://forbes.com.br/carreira/2022/08/8-licoes-de-feedback-para-ajudar-a-equipe-a-atingir-as-metas-do-ano/.  Acesso em: 25/09/2022.

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Nádila Macedo. Ah, quem sou eu? Prazer, meu nome é Nádila Macedo! Sou especialista em Recursos Humanos e apaixonada por GENTE! Faço parte do time Linkedin for Creators, separei este espaço aqui na Coluna EA para refletirmos sobre as principais práticas do Mercado de Trabalho. Aqui iremos abordar temas importantes do nosso cotidiano, para que possamos otimizar o que está em nosso alcance. Não sou escritora profissional, mas adoro promover diálogos e insights, foi isso que me motivou a me aventurar por aqui. Colunista EA “Mercado & Emprego”.

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