JUNHO. MÊS DO ORGULHO LGBTQIAPN+
Entrevista com Mikkel Mergener
EA – Quem era Mikkel na adolescência?
Mikkel Fui uma garota adolescente do interior do Rio de Janeiro. Nasci no Rio de Janeiro, mas cresci em Valença, cidade carioca que fica na divisa com o estado de Minas Gerais. Comecei a tocar baixo e a cantar profissionalmente com 15 anos e tentei viver de música em diferentes bandas de rock. Infelizmente, não é um estilo muito fácil de se ter sucesso no Brasil. Mas, a minha adolescência foi de muita música e amizades em uma cidade interiorana e rural de 80 mil habitantes.
EA – Quem é Mikkel hoje?
Mikkel Com o fim da adolescência, vem a pressão para encontrar uma forma de ter independência financeira e, sem ver muita perspectiva no rock, decidi entrar na faculdade de Direito. Me mudei para a capital, passei para a UNIRIO e, a partir do terceiro período, comecei a trabalhar em diferentes escritórios de advocacia do Rio de Janeiro. Atuei ao todo em cinco escritórios como parte da força de trabalho, vivi minha transição de gênero dentro do setor jurídico e, no último ano da faculdade, decidi começar a empreender e atuar como consultor, fundando minha própria consultoria. Minha decisão se baseou na soma de dificuldades em conseguir colocação na área de diversidade e inclusão, por ainda não ter o diploma, mas com a vontade de empreender. Meu pai e minha mãe são pessoas empreendedoras e decidi correr o risco, na época com 26 anos.
Hoje, tenho 27 anos, um ano e alguns meses de minha consultoria, e sou muito realizado. Trabalho com uma comunidade de consultores muito diversa e atendo empresas e escritórios de advocacia de todos os portes e setores.
EA – Você alterou seu nome em cartório?
Mikkel Sim! Alterei. Não me identificava com o meu nome antigo, apesar de não sentir a necessidade de escondê-lo ou de chamar de nome morto. Só senti que, conforme eu fui libertando a minha masculinidade depois de entrar na faculdade e sair de Valença, parei de me identificar como mulher e com o nome Maria Clara. Mas, tenho carinho por tudo que vivi com esse nome. Só quis mudar os documentos para ter outro nome que fosse mais alinhado à minha essência.
Quando me assumi trans, em 2019, escolhi o nome “Merg”, que era um apelido que algumas pessoas usavam para se referir a mim por ser uma abreviatura do meu sobrenome mais característico (Mergener), como meu nome social. Meu antigo era Maria Clara Mergener e meu nome social, portanto, passou a ser Mergener Mendes. As pessoas me chamavam de Merg. Algumas me chamam assim até hoje. Em 2021, eu finalmente escolhi o nome Mikkel e, em 2022, mudei minha certidão de nascimento e meu RG no cartório para que meus documentos refletissem um nome que eu de fato acho que combina comigo.
É uma questão de dignidade e o processo deveria ser mais fácil do que é; mas, mesmo assim, quem decide não mudar os documentos deveria ter mais mecanismos legais para garantir o respeito ao nome social.
EA – Qual seu propósito profissional atuando em D&I?
Mikkel Meu propósito é usar todos os meus conhecimentos para tentar tornar as pessoas e as organizações mais inclusivas e harmoniosas e o mundo, menos desigual. Trabalhar na área de diversidade e inclusão significa diariamente se esforçar para moldar um mundo mais acolhedor às diferenças. Além disso, enxergo a minha atuação em D&I como um meio de prevenir, conciliar e remediar conflitos dentro das empresas e dos escritórios de advocacia.
EA – Você cursou Direito, tem um olhar para inclusão orientado por Leis…
Mikkel Sim! Como disse no começo, minha primeira atuação profissional foi no setor artístico, então eu tive real dificuldade de aceitar que eu gosto do Direito. Mas, sim, eu gosto de ter um olhar jurídico para a inclusão. Acredito que temos muitas leis úteis, ao menos no Brasil e certamente em vários outros países, para apoiar como bases teóricas e até argumentativas a adoção de ações de diversidade e inclusão dentro das organizações e do mundo do trabalho como um todo.
O Direito, basicamente, nos ensina a forma como a sociedade se organiza. Eu gosto de estudar as intersecções entre direito empresarial e direitos humanos, com foco em Compliance inclusivo ou Compliance antidiscriminatório, ou seja, em mostrar para as organizações como cumprirem as leis e serem inclusivas e antidiscriminatórias a partir disso.
EA – Minorias tem acesso ou mesmo entendimento das Leis que as protegem?
Mikkel Certamente, mas não o suficiente. Eu sempre digo: o que as pessoas aprendem na faculdade de Direito deveria ser ensinado a todo mundo – devíamos aprender sobre a Constituição Federal, o Código Civil e a Consolidação das Leis Trabalhistas desde a escola.
Mas, a realidade é que todo o ensino jurídico é dificultado desde as palavras – o “juridiquês” é real e faz com que muitos textos, principalmente de lei, sejam incompreensíveis para pessoas que não estão acostumadas com a linguagem jurídica, como se fosse um outro idioma. O resultado é que a maioria das pessoas de grupos sociais historicamente oprimidos tem, em geral, pouca noção dos direitos que possui e de como se defender caso um deles seja violado. É algo que muitas pessoas tentam combater, desde a produção de conteúdo até a atendimentos jurídicos gratuitos, como no caso de faculdades e escritórios de advocacia com áreas ‘pro bono’. Eu sempre compartilho o meu conhecimento jurídico quando posso, faço pontes com advogados de confiança e, em breve, também terei a minha OAB para ajudar na defesa dos direitos humanos dentro do Poder Judiciário. Mas, as violações de direitos são diárias por conta dos sistemas de opressão que conhecemos: cisheteronormatividade, racismo, capacitismo, machismo, etarismo, xenofobia, etc.
EA – Por que orientou sua carreira para a Consultoria D&I?
Mikkel Quando comecei a minha transição de gênero, passei por um período muito difícil e intenso de depressão e um dos principais motivos dessa depressão foi perceber a forma cruel e desumana como as pessoas trans e de outros tipos de grupos sub-representados eram diariamente oprimidas. Decidi sair de Maria Clara para Merg dentro de escritórios bem conservadores e enfrentei muitas dificuldades que eu nem imaginava.
Antes da transição, com meus privilégios de mulher cis branca e ainda com uma mentalidade bem interiorana, as desigualdades eram menos latentes na minha vivência. Além disso, na mesma época da minha transição veio a Covid-19, que acentuou as desigualdades e nos isolou socialmente. Comecei a ter minhas primeiras experiências profissionais com D&I e ESG, ainda dentro de um escritório de advocacia.
Me apaixonei pelas pautas e a ideia de dedicar meu tempo de vida a um trabalho com propósito e impactos socioambientais positivos me resgatou, em grande parte, da depressão que eu vivia. Decidi sair da atuação jurídica e migrar para a consultoria em diversidade para seguir uma vontade de trabalhar todos os dias com esse senso de propósito e, por mais que sempre existam desafios em qualquer área profissional, até então essa parte eu consegui!
EA – D&I dialoga com Ética, Compliance e Governança, como tem sido a resposta das empresas no cumprimento das premissas ESG?
Mikkel Profissionais da área de D&I costumam dizer que os conhecimentos de diversidade e inclusão são como uma lente que perpassa todos aspectos do ESG – meio ambiente, sociedade e governança. Mas, fala-se com mais ênfase do tema nos debates ligados às questões sociais e de governança.
Ética e Compliance, ao meu ver, são também lentes para se observar a operação de uma organização e estas lentes podem se sobrepor à lente de D&I. Uma organização pode, por exemplo, aplicar medidas internas para garantir a equidade salarial entre pessoas de diferentes gêneros e etnias que estejam na mesma função. Esta ação a coloca em conformidade (Compliance) com as leis trabalhistas e também contribui para a criação de um ambiente de trabalho ético, equânime e propenso a ter boas métricas de diversidade e inclusão.
Da mesma forma, quando um contrato é assinado, é importante que haja um olhar para Compliance, a fim de que todas as premissas legais sejam obedecidas, mas também para D&I, para garantir que os seres humanos daquela relação jurídica se sentem incluídos. Basta imaginar o exemplo de um contrato em Braille para que pessoas com deficiência visual possam acessar o seu conteúdo de forma autônoma. Infelizmente, é comum que instituições financeiras sejam até processadas por não disponibilizarem documentos acessíveis para PCD.
Quando falamos de ESG, é comum vermos o investimento em ações pontuais, principalmente em se falando de diversidade e inclusão, mas existem alguns setores com organizações já verdadeiramente avançadas na pauta. A pesquisa KPMG ESG Yearbook Brasil 2023 aponta que os setores de papel e celulose, utilities (engloba as empresas de energia elétrica e saneamento), e o setor de construção, shoppings e properties são os que mais têm aprimorado as suas ações de ESG ao longo dos anos.
As empresas com capital aberto já estão sendo sistematicamente pressionadas para avançar em ESG e, a meu ver, o desafio no Brasil é traduzir essa pauta para que pequenos e médios negócios em cidades de todos os portes consigam também se engajar em questões de sustentabilidade e diversidade.
Quando falamos de diversidade, há pesquisas, como a da Blend-Edu de 2023 e da Korn Ferry de 2022, que salientam a dificuldade das organizações de ir além de ações mais superficiais, como palestras em meses temáticos, para agirem com impacto de fato no dia a dia e nas estruturas das empresas, por exemplo, adotando banheiros inclusivos para pessoas de todos os gêneros ou políticas de prevenção ao assédio e ao trabalho análogo à escravidão.
EA – Qual a maior dificuldade nas empresas em se adequarem à ESG?
Mikkel Encontrar um consenso sobre como investir nessa pauta. Nas organizações que já se conscientizaram sobre o assunto, muitas vezes as lideranças têm níveis diferentes de sensibilização para a pauta e, nos processos de aprovação, as pessoas mais engajadas nas questões ESG “perdem as votações” e projetos importantes não passam de propostas. Ainda que haja um consenso sobre a necessidade de se investir em ESG, em muitas organizações as lideranças acreditam que a pauta deve receber o mínimo de investimento. Por isso, o trabalho de conscientização sobre como investir em ESG é fundamental para a humanidade deve ser contínuo e incansável.
Já nas empresas que nem conhecem ESG ainda, o desafio é de linguagem. Precisamos compartilhar conhecimento, de forma acessível e didática, com muitas pessoas que ainda não entendem nada sobre aquecimento global, equidade social, ética e outros conceitos ligados à pauta. Existem também pessoas que já conhecem os conceitos, mas não só se importam e, com elas, o desafio é o de gerar empatia.
Então, visualizo, principalmente, essas duas dificuldades para o avanço da pauta ESG nas organizações: a falta de consenso para a aprovação de projetos mais complexos, principalmente na área de diversidade e inclusão, e a sensibilização ou geração de empatia para a necessidade de investimento em ações de sustentabilidade.
EA – Você pertence a um grupo de minoria, sofre preconceitos, como lida com isso?
Mikkel Sou uma pessoa trans não binária, mas sou branca, tenho uma família que me ama e me apoia e tenho ensino superior em uma área tradicional. Só isso já me garante muitos privilégios. É claro, já sofri com preconceitos, principalmente com familiares homotransfóbicos de ex-namorados. Mas, na minha vivência, o mais difícil foi o meu preconceito comigo – foi eu mesmo me aceitar. Sofri muito para desconstruir a LGBT+fobia internalizada e para conseguir me permitir ser quem sou e me amar como sou. Lidei com isso com muita terapia e diferentes formas de amor e autocuidado.
Atualmente, minha maior dificuldade é o medo da transfobia – como “pareço”um homem cis com a minha expressão de gênero atual, temo que em determinados contextos meu corpo ou meus comportamentos demonstrem que eu sou trans e isso me exponha a episódios de transfobia. Atos simples como ir à praia ou a um banheiro público podem se tornar muito desafiadores quando você é trans.
Na rotina, as leis são úteis para que eu faça meus direitos serem respeitados, como quando exijo que todas as instituições e pessoas me tratem pelo meu nome Mikkel e, agora que tenho uma sentença que as obriga a isso, tenho certeza de que vai funcionar. E, quando algo não funciona ou algum direito é violado, as leis me mostram o caminho a seguir para buscar justiça ou para orientar as pessoas ao meu redor para que protejam seus direitos. Então, por mais que nem sempre isso de fato me proteja, saber das leis e dos meus direitos me dá mais segurança para viver publicamente, por entender que tenho conhecimento para me impor e não permitir uma violação de direitos humanos se for possível.
EA – Nosso Direito está avançado na legislação de proteção a grupos de minorias?
Mikkel Na teoria, sim. Temos uma das Constituições mais humanistas do mundo, diferentes leis voltadas para garantir direitos a populações historicamente oprimidas (vide o Estatuto da Igualdade Racial, a Lei Maria da Penha e a Lei de Acessibilidade) e o Brasil é signatário de tratados internacionais ligados a questões de direitos humanos e sustentabilidade, como a Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância e a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.
A dificuldade é fazer com que a teoria se torne prática. Na realidade, muitas leis voltadas para a promoção dos direitos humanos dentro e fora do ambiente de trabalho simplesmente não são cumpridas e as organizações são fiscalizadas de forma insuficiente. Mais uma razão pela qual eu advogo em nome de consultorias que unam conhecimentos de diversidade e de direito – acredito que são uma forma de incentivar que as organizações brasileiras cumpram as leis de direitos humanos, usando-as como base para a adoção de práticas de diversidade e inclusão.
EA – Qual o foco de sua atuação em Comunidades?
Mikkel Minha atuação tem dois focos: com as pessoas que querem trabalhar na área de consultoria em diversidade ou de consultoria em diversidade e Compliance, eu atuo como mentor de carreira voluntário, capacitando-as e agenciando-as para que consigam trabalhos através da Merg – esta é a nossa comunidade de consultores independentes, que já tem mais de 30 pessoas de diferentes lugares do Brasil e do mundo.
Já com as pessoas que não querem trabalhar nessa área, eu também atuo como consultor de carreira de forma voluntária, mas com o fim de ajudá-las a pensar como podem desenvolver as habilidades necessárias e traçar um caminho para que trabalhem com um senso de propósito.
Também faço doações e voluntariados mais práticos quando posso, mas é muito frequente na minha vida dar conselhos de carreira gratuitos para tentar ajudar as pessoas de todas as comunidades (mas principalmente de comunidades socialmente vulneráveis, como pessoas LGBTQIAPN+ e com deficiências) a trabalharem com algo que amam e que gera impactos positivos no mundo.
EA – Qual sua mensagem para jovens trans que gostariam de ingressar no mercado formal, em programas como jovem aprendiz, estágio, trainee?
Mikkel Invistam na sua saúde mental. O ambiente de trabalho ainda tende a ser muito frio e com transfobias que vão desde os formulários de admissão até às dificuldades de ascensão profissional. Sempre que possível, é fundamental investir tempo e dinheiro em terapias que ajudem a lidar com o peso diário da cisheteronormatividade dentro de um contexto de alta pressão como é nos trabalhos com muita demanda.
Além disso, procurem sempre que possível por organizações inclusivas. Se for uma escolha entre duas empresas para trabalhar, escolha a que tem mais pessoas negras, LGBTQIAPN+, com deficiência etc., ou a que tem mais indicações no site e nas redes sociais de que valoriza a diversidade. Organizações assim tendem a ser mais seguras – mas não é uma certeza.
E tomem cuidado com a tokenização, pois por mais que seja muito bom profissionalmente poder participar de ações de diversidade da empresa, não permita que usem a sua diversidade em prol de benefícios para a organização se não existirem ações que vão além do marketing e se revertem em melhorias reais na sua qualidade de vida dentro do trabalho.
EA – Qual sua mensagem para empresas que ativam esses programas olharem para candidatos trans?
Mikkel As pessoas trans ainda são alvo de pouquíssimas pesquisas e estatísticas, mas, as que existem já são muito preocupantes. Dados de pesquisas da Associação Nacional de Travestis e Transexuais desde 2020 apontam um número ínfimo de pessoas trans brasileiras no mercado formal de trabalho (4%). Ao mesmo tempo, somos pessoas com perspectivas únicas de vida e vivências revolucionárias que mudam a sociedade todos os dias.
Toda pessoa trans causa impacto por onde passa, seja na família, na escola, no trabalho, na academia, onde for. Ao saber ou perceber que tem uma pessoa trans no ambiente, todas as demais pessoas tendem a mudar, pelo menos um pouco, a sua forma de ver o mundo para serem mais abertas à diferença. Esse poder de gerar empatia, autenticidade e harmonia nas convivências é muito forte nas pessoas trans e essa potência entra junto com cada pessoa trans contratada nas organizações. A única coisa impedindo a abertura dessas portas é a transfobia, e isso, eu e toda a comunidade de consultores de diversidade e inclusão no Brasil e no mundo trabalhamos diariamente para mudar.
EA – Qual sua missão no futuro do trabalho?
Mikkel Trabalhar para que todas as pessoas tenham acesso a qualidade de vida e a uma profissão que lhes dê um senso de propósito e gera impactos socioambientais positivos. Quero que a humanidade trabalhe em sinergia em prol de um planeta e de um universo cada vez mais em equilíbrio dinâmico e, para isso, acredito que precisamos antes de tudo acabar com a noção de que existem seres vivos superiores uns aos outros. Assim, acredito que devo ensinar e orientar pessoas e organizações para que atinjam seus objetivos de desenvolvimento de um modo que seja respeitoso a toda a coletividade. A vida é instável e a tendência é que busquemos mudanças que objetivem uma percepção de melhora – não vejo problema nesse ponto. O desafio, a meu ver, é termos bilhões de seres vivos buscando melhoras, sendo que a esmagadora maioria deles não se preocupa com a coletividade, mas tão somente com a individualidade. Isso nos levou à concentração de poder e recursos e às desigualdades. No futuro do trabalho, espero que tenhamos sociedades cada vez mais equânimes, onde todas as pessoas serão mais atentas ao fato de que compomos um único todo interdependente, e pretendo contribuir para esse processo.
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Mikkel Mergener é uma pessoa trans não binária pansexual, bacharel em Direito (UNIRIO) e fundador da Merg, consultoria de Diversidade e Compliance que auxilia empresas e escritórios de advocacia a criarem ambientes de trabalho seguros para atraírem e desenvolverem talentos diversos.
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