SUA EMPRESA TA PRONTA? | Stefarss Stefanelli
É um tema febril nas empresas. Gera debates acalorados. Cria mercado consultivo intenso. Tem objetivos claros e de profunda transformação no modelo de empregabilidade. Esses são alguns dos apontamentos de um novo ecossistema cultural no mercado empresarial. A prática de inclusão da diversidade no negócio.
Estabelecer um programa de D&I é tendência nas empresas que buscam construir ou ampliar seu perfil de sustentabilidade empresarial.
Times potenciais
Práticas de diversidade e inclusão diferenciam um empresa no mercado, pois criam e monitoram times com perfil de culturas diferentes, que por si, gera visões de mundo peculiares, e isso, potencializa não apenas o relacionamento de troca, de camaradagem, de colaboração, mas gera equipes com potencial global.
Diversidade e inclusão no ambiente organizacional traz também à luz, circunstâncias cotidianas de como os colaboradores devem lidar com diferenças, como observar este ambiente social diverso, para neutralizar preconceitos e discriminações de qualquer tipo – isso faz parte do novo cenário organizacional e também está implícito nas diretrizes do código e conduta da empresa.
No cenário brasileiro estamos avançando, mas a maior parte das empresas de médio e grande porte, precisam entender o que é, suas vantagens, seus compromissos, as condições gerais para melhor implementar um programa como este perfil.
Um programa de D&I é mais do cumprimento de cotas de empregabilidade, pode ser um diferencial para a empresa em performance, a partir da interessante miscigenação da cultura.
São estratégias de comunicação de um programa D&I sustentável: ações vivenciais, práticas e motivacionais, que além de integrar a diversidade humana da empresa, aproxima colegas gerando empatia, colaboração, além do espírito de pertencimento #tamojunto, comportamentos que por si, melhoram as condições de desempenho e de relacionamento. E o mais importante, oportunidade de ampliar “essa voz interna” por meio de colaboradores protagonistas, que se transformam em influencers cada vez mais ativo da marca empregadora.
É um ciclo virtuoso com manutenção de sustentação por meio de ações de comunicação interna.
Melhorar práticas de D&I
Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Ethos, entre as 500 maiores empresas do Brasil, apenas 6,3% dos gestores das organizações são negros e 4,7% atuam na área executiva.
O cenário para mulheres negras não melhora também: no mercado elas ocupam somente 1,6% das posições de gerência, e no quadro executivo o número é quase zero, com apenas 0,4%.
A falta de diversidade e inclusão no mercado de trabalho demonstra um momento preocupante, onde não há oportunidade para aqueles que não se encaixam no que a sociedade impõe.
Contudo, apesar dos resultados até então negativos, a tendência a curto e médio prazos é de que cada vez mais a diversidade e a inclusão façam parte do mundo empresarial, com programas estratégicos, bem estruturados.
Hoje observamos um grande e bom movimento de inclusão de pessoas transexuais, um perfil antes marginalizado no mercado de trabalho, mas que tem dado respostas positivas em termos profissionais quando são potencializados pela oferta de empregabilidade.
É um exemplo de como um programa de D&I deve ser vivo e contemporâneo, abarcando em suas revisões de diretrizes, um espectro humano cada vez mais amplo e com condições de mostrar sua capacidade no mercado de trabalho.
Abraçar diferenças
Quando falamos em abraçar as diferenças, não estamos nos referindo somente ao ato da inclusão em si, que é a quebra da primeira barreira profissional.
A diversidade e a inclusão no ambiente empresarial estão relacionadas ao respeito e à valorização das diferenças.
Apostar em diversidade é apostar numa visão de empresa contemporânea, pronta a interagir com os valores da sociedade onde se insere.
Reunir em um ambiente organizacional diferentes crenças, vivências, etnias, classes sociais e orientações sexuais, estamos agregando conhecimento e cultura, que resulta em novas soluções, visões e produtos para o segmento no qual a empresa atua.
Diversidade e Inclusão é um pilar de força motriz para qualquer empresa.
O retorno, além do social para a imagem da empresa, vem também em resultados, sejam eles operacionais ou financeiros, pois as diferenças acrescentam novas formas de pensar, e cria um clima organizacional mais amigável, mais engajada.
Mas, como aplicar, de fato, essa política tão inovadora?
Papel do RH e dos líderes
Uma gestão de área inclusiva é o primeiro passo para que essas novas práticas organizacionais aconteçam. Cabe aos líderes pensarem o tema de forma motivacional junto as suas equipes, estabelecendo uma ponte de aprendizagem com a área de Gestão de Pessoas, em que que somem as diferenças. Ou ainda, em conjunto com a área de D&I, elas ganham espaços e critérios de área estratégica hoje dentro da empresa.
Outro agente desta missão, é o time de Gestão de Pessoas. O RH é quem fundamenta a contratação de colaboradores. Neste contexto, já há bons avanços que favorecem comunidades de trabalho mais plural, mais diversa e com melhor escala de inovação e criatividade.
Intensificar esse propósito ampliará por certo a reputação e escala de um futuro do trabalho mais promissor em inclusão para a marca. Mas tudo isso, esse movimento incrível, não deve ser construído como obrigação legal, mas como parâmetro de gestão a enriquecer o ambiente produtivo da empresa, cultural e socialmente.
Stefarss Stefanelli é empreendedora digital, pesquisadora de tecnologias para o futuro do trabalho e palestrante internacional. Embaixadora Master do Clube Mulheres de Negócio Portugal. Integrou o Women In Tech Web Summit (Portugal). Faz parte do Lusofonia Digital, no grupo Futuro do Trabalho (Lisboa, Portugal). Fundou as empresas Oakian e a startup HR Tech CULC Inc. Tecnologia. É Publisher da EA Magazine.
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