Por Margarete Chinaglia

 

O mercado de trabalho precisa acordar e transformar seus processos seletivos de contratação de profissionais. Os modelos estão ultrapassados porque a realidade é completamente outra.

É preciso evoluir!

Que há dificuldade para profissionais conseguirem emprego após os 50 anos, não é novidade principalmente em trabalho de carteira assinada (CLT).

Que há discriminação pela idade, o etarismo, também não é novidade.

O profissional desta idade possui currículo robusto com alto nível de experiência e quando com muito esforço chegam até a etapa de entrevista num processo seletivo e se deparam com:

“Você é muito qualificado (a) para a vaga, seu currículo é muito bom, mas não podemos pagar o que você vale.”

“Com esta sua experiência, acreditamos que você tem mais de 20 anos no mercado de trabalho e nossa empresa busca por inovação.”

“Acreditamos que você não se encaixa no que buscamos porque nossa empresa é jovem no mercado de trabalho.”

São absurdos assim que os profissionais escutam!

Até mesmo para vagas temporárias há resistência no mercado para esta faixa etária.

O que aparece ou quando aparece são subempregos, sem desmerecer, pois há espaço para todos e necessidades importantes em todos os seguimentos, mas então alguns profissionais 50+ são muito qualificados mesmo.

Processos seletivos qualificados

Os processos seletivos para estes profissionais são raros e desafiadores, cheios de testes e exigências que muitas vezes nem serão utilizadas para a vaga proposta. Os gestores que buscam candidatos para suas vagas quando olham um currículo dos profissionais 50+, se sentem ameaçados sem se quer falar com ele, então cortam o candidato para não correr risco.

Este modelo vem se repetindo a anos e tem intensificado ou tem se mostrado mais evidente.

Isso porque o número de profissionais 50 + desempregados só cresce e a pirâmide etária nesta faixa também é crescente. Somos muitos, enfrentado este modelo ultrapassado.

As empresas precisam mudar suas dinâmicas de contratação.                                                            

E para que isso é necessário:

  • Aumentar o olhar para a pluralidade.
  • Construir formatos diferentes de trabalho para esta geração e para as que virão.
  • Promover um aproveitamento direcionado e com foco específico a oferta e procura deste profissional de acordo com a estratégia da empresa.
  • Reconhecer o valor destes profissionais e prover benefícios diferenciados como jornadas curtas de trabalho, trilhas de sabedoria para serem repassadas aos mais jovens.
  • Não é possível tratar igual o que é diferente entre si! A frase é meio óbvia, mas é fato!

Empresas aproveitem estes profissionais enquanto é tempo, fortaleça sua base com alicerce firme. Una o útil ao agradável: a tecnologia, a inovação, a criatividade ao fundamento e embasamento pautado na experiência e vivência dos 50+.

Construa um modelo novo de contratação no mercado, é uma necessidade, se antecipe!

Introduza o cargo de “aposentado” em sua empresa e usufrua da experiência.

 

Margarete Chinaglia (Colunista)

Margarete Chinaglia é consultora e coach de Carreira, palestrante Diversidade e Inclusão Etária, farmacêutica Bioquímica (UNESP) e escritora. Integra o creators Linkedin. Tem especialização em Gestão e Promoção à Saúde (FGV), em Administração Hospitalar (UNIFAE) e MBA em Auditoria em Serviços de Saúde (IBEPEX). Colunista EA “Tendências de Carreira”.

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