Por Margarete Chinaglia
Vieses Inconscientes são mecanismos do cérebro resultantes das experiências vividas, dos ambientes visitados/assistidos e das heranças ancestrais. A maioria deles acontece involuntariamente e tem forte tendência de se direcionar aos “achismos”. O cérebro forma opinião instantânea em questões de segundos, baseados nestes vieses.
Quanto maior for o padrão cerebral, mais vieses inconscientes nós temos! Não se trata apenas de um conceito, é neurociência, é como a sociedade se comporta. São conexões entre o corpo e a mente envolvendo atividades voluntárias e involuntárias.
O mercado de trabalho está moldado por padrões ou vieses inconscientes, que cada um de nós carrega, pratica, defende e perpetua no ambiente corporativo e na sociedade. Isto atrapalha porque criamos ideias e julgamos automaticamente por nossas experiências prévias e contextos de vida.
De que forma acontece?
Levamos o inconsciente ao consciente com o objetivo de padronizar, o que forma preconceitos.
Isto acontece através dos vieses:
VIÉS DE AFINIDADE: tendência de avaliar melhor as pessoas que se parecem com a pessoa que está avaliando, porque simpatizamos com quem tem gostos e interesses em comum com os nossos.
• Exemplo: contratara pessoa com a qual simpatizamos no único momento em que nos relacionamos ou na entrevista. Se temos dois candidatos com o mesmo nível de conhecimento técnico, ficamos com aquele que nos simpatizamos.
VIÉS DE CONFIRMAÇÃO: tendência a procurar informações que confirmem nossas hipóteses iniciais, independentes de serem verdadeiras.
• Exemplo: mães com filhos pequenos vão faltar muito ao trabalho.
VIÉS DA APARÊNCIA: tendência a partir de um padrão já instituído e torná-lo modelo, privilegiando pessoas por seus aspectos físicos. Envolve: roupa, fala, sotaque, beleza, cor da pele entre outros.
• Exemplo: procuramos candidatos de boa aparência para nossa área de atendimento (o que é boa aparência?)
VIÉS DE GRUPO: tendência a seguir o comportamento do grupo porque acredita que o padrão não pode ser desviado.
• Exemplo: se o grupo é formado por profissionais jovens, a tendência é não inserir profissionais sêniores.
VIÉS STATUS QUO: tendência de manter as coisas e as pessoas como estão ou da forma que estão.
• Exemplo: se a empresa não tem instituída diversidade, o recrutador mantém tudo como está, exclui o diverso.
É importante compreender que todas as pessoas são “enviesadas” porque isto envolve nossa existência e autoconsciência, somos humanos. Todavia podemos transformar nosso pensamento quando identificamos situações de exclusão nos colocando no lugar daquela pessoa, assim estaremos nos preocupando em eliminar os preconceitos.
É preciso romper a “bolha de vieses”, que apesar de serem involuntárias, são fortes em seguir a tendência do todo ou dos “achismos de si próprio”. Mudar isto pode trazer coisas e pessoas inacreditáveis para avida, a empresa e os negócios.
Cada um fazendo um pouco, tendo uma atitude em prol do outro, chegaremos ao todo ou em uma melhora significativa para o mundo corporativo e o viver em sociedade.
Margarete Chinaglia é consultora e coach de Carreira, palestrante Diversidade e Inclusão Etária, farmacêutica Bioquímica (UNESP) e escritora. Integra o creators Linkedin. Tem especialização em Gestão e Promoção à Saúde (FGV), em Administração Hospitalar (UNIFAE) e MBA em Auditoria em Serviços de Saúde (IBEPEX).
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