Qual é a alma de um orçamento financeiro? | Sandra Lima Pereira
Gerir sonhos que se combine com um orçamento exige muito equilíbrio e motivação contínua. Por vezes, somos confrontados com fases menos positivas que colocam em reflexão e revisão todo um plano idealizado.
Entenda-se que orçamento financeiro é a estrutura financeira, tudo o que suporte o plano de poupança e investimento mensal ou anual de uma pessoa.
Mas antes de se estruturar o orçamento, é preciso definir o que se pretende alcançar: poupar, investir ou suprimir despesas?
Perguntas:
- Qual é o total para o mês?
- Quanto é preciso gastar: pagar contas/outras despesas?
- Quanto sobra e se consegue poupar?
- Consegue investir?
Ou seja, existe um ideal ou objetivo realizável e depois existe o suporte financeiro desse objetivo.
Será capaz de gerir um orçamento apenas com o dinheiro que possui para despender durante o período de tempo necessário, ou é importante a paixão para alimentar a alma desse mesmo orçamento?
A questão é que ninguém é inteiramente feliz a pagar, somente as suas contas mensais.
É necessário criar uma digamos, estrutura paralela, para suportar essa “obrigação”, porque trata-se de uma obrigação e depois há que nutrir as nossas necessidades, sejam elas pontuais, espontâneas ou esporádicas. Vou ampliar a reflexão:
O que é um orçamento?
É uma ferramenta que garante, segundo a sua correta execução, que se faça frente aos pagamentos de todas as despesas, interpretando como se gasta e onde se gasta o seu dinheiro. Podendo assim, seguir a criar um plano e conseguir poupar no final do período definido. Vamos considerar que seja um planejamento mensal.
O maior erro é pensar que por se ter um baixo rendimento, imaginemos que seja o salário mínimo, não se deve construir um plano de orçamento porque não há forma de poupar.
A questão é esta: independentemente do valor mensal, é importante aprender a gerir a quantia e saber para onde vai o seu dinheiro.
Trata-se de um guia orientador para delinear metas:
- Primeira meta é gerir as despesas, aquilo ao qual não se pode fugir: as obrigações.
- Segunda meta é poupar mediante o que sobra após esses pagamentos.
- Terceira meta é investir seja em instrumentos financeiros ou outros bens ou produtos que sejam rentáveis.
- Quarta meta é desfrutar desse investimento e poupança.
Ao visionar essas quatro metas, podemos alimentar o nosso orçamento com alma, pois retiraremos dividendos da mesma.
O plano de orçamento é a melhor arma que se tem, para se precaver para o futuro e preparar-se para períodos de imprevistos.
É necessário criar um equilíbrio entre o que é a nossa obrigação e aquilo que desejamos.
É aqui que reside a diferença entre o viver para pagar contas e ir sobrevivendo, e viver para cumprir sonhos e objetivos.
Aquilo que une e mantem este equilíbrio é a motivação que tem de ser trabalhada ao minuto. Ela vai conduzir ao resultado final e depois vai ajudar no ajuste e na manutenção dos objetivos/sonhos.
Infelizmente, mediante cenários de crise, surgem as preocupações relacionadas com a gestão financeira, que acaba por arruinar o desejo inicial e corromper a motivação que conduzia este mesmo sonho.
Primeiro é necessário entender que existem vários fatores que apoiam o sucesso de um plano de orçamento:
- A autogestão das necessidades e obrigações
- O propósito do próprio orçamento
- A motivação e o foco durante a concretização do plano orçamental
- O ganho final: era mesmo isto que se desejava?
Então, é necessário conhecer-se primeiro a própria realidade para depois trabalhar na sua motivação, no seu propósito e depois da sua capacidade de gestão e estabilidade financeira.
O que ocorre muitas vezes é que quando os efeitos colaterais de uma má gestão financeira surgem, a estrutura do orçamento já se alterou, afetando a motivação, os gastos desmedidos.
Como construir este plano de orçamento?
Escolhi 5 passos para se manter a alma do orçamento e obter sucesso, minimizando os riscos:
- Registar fontes de rendimento fixas
Quais/quantos: Listar numa tabela, quanto ganha e quais são as fontes de rendimento conhecidas.
- Listar despesas fixas e variáveis
Despesas que se repetem regularmente, valores fixos ou variáveis. Na mesma tabela, devem ser contemplados estes valores e somados ou subtraídos ao valor de rendimento inicial. Ao contrário das despesas fixas, as variáveis são compras e aquisições únicas ou pontuais.
- Validação intermédia
Ao somar as despesas totais, subtraindo ao rendimento total, deve ser verificado se sobra ou não algum valor. Vamos supor que sobra: aplica o valor num depósito a prazo por exemplo, ou noutro tipo de investimento com lucros garantidos.
Se não sobra o suficiente para este efeito: é necessário/possível fazer ajustes nas despesas variáveis? Há possibilidade de evitar um gasto supérfluo?
Se for inviável fazer ajustes, é deixar o orçamento como está, tentar fazer o mesmo no(s) próximo(s), até encontrar o equilíbrio desejado.
- Poupança & Investimento
O sucesso dos orçamentos bem geridos, é conseguir realizar a poupança desejada, seja para atingir um objetivo maior ou não.
Existem inúmeras soluções de poupança tais como PPR/Certificados de aforro/depósitos estruturados, fundos de investimento, etc. Depende do perfil de investidor de cada um. Até poderá nem passar por investir e pretender apenas poupar sem auxílio de uma instituição financeira.
- Não ter medo de falhar
Por vezes, aprendemos muito mais com os erros, por isso é bom saber dar o salto de fé.
A melhor forma de assegurar o bem-estar pessoal é criar um plano de ação por escrito, definir metas, recursos existentes, recursos necessários, definir um sistema de apoio alternativo, criar e manter a motivação pessoal.
Sobretudo definir qual o propósito de uma poupança através de um orçamento com base nos nossos valores pessoais. É necessária na dedicação e conhecimento e nunca descartar a possibilidade de melhorar com formação, garantindo uma evolução constante com mudanças suficientes para alcançar os nossos sonhos.
Sandra Lima Pereira é portuguesa, mora em Barreiro, Setúbal. É Life Coach, formadora de Gestão Emocional e Team Building, escritora e autora do livro: “Contos Metafóricos”, edição publicada em Portugal, em 2018, um compêndio de pequenas histórias em educar as emoções de jovens e adultos. Tem como missão ajudar profissionais de mercado no desenvolvimento pessoal e de carreira, na gestão emocional e comportamental. É apaixonada por plantas e gastronomia. Autora EA desde 2023.
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