O futuro não é mais como era antigamente | Sônia Crisóstomo
É chover no molhado dizer que tudo mudou. Sentimos, vivemos, observamos, reagimos. E ser reativo nesse momento não é desmerecimento algum. Nem em nossos maiores devaneios, imaginaríamos viver esse isso que vivemos. Há três anos, achávamos que o futuro seria linear, tudo bem planejadinho, tudo under control.
E aí um belo dia os ventos da mudança começaram a soprar diferente. Para uns era só uma brisa, para outros, prenúncio de tempestade. O que não imaginávamos era o tamanho da ventania e haja água para lavar conceitos antigos, e haja solo para plantarmos tanto.
Tivemos que nos adaptar a trabalhar longe dos colegas e amigos, fizemos “amigos de infância” por videoconferência, trabalhamos com filho berrando e cachorro subindo no colo e pedindo atenção.
Aprendemos a trabalhar só com a parte de cima do outfit de escritório e sob a mesa, shorts e chinelinho. E estava indo tudo bem até a página 2. Parecia uma coisa passageira e logo estaríamos de volta ao antigo normal, de futuro linear. Mas o tempo e isolamento começaram a corroer emoções, misturar conceito de conforto a fobia social, a confundir tristeza com depressão, a misturar descontentamento com burnout.
E em um dado momento tudo ficou cinza.
Epícuro, que viveu entre 434-269 a.C., já dizia que “O homem é inclinado a buscar o prazer e a fugir da dor e através do critério do prazer é que nós avaliamos todas as outras coisas”. Não estávamos e não estamos felizes com o que estamos vivendo. Alguns já conseguem vislumbrar saídas, outros ainda estão em um limbo quase fetal, ensimesmados em suas dores, sem ao menos levantar a mão na esperança de um resgate divino.
E como desenhar um futuro nesse estado de dor e recolhimento de emoções, produtividade, inovação e, continuar a manter a fé de que, apesar dos pesares, o futuro vai acontecer?
Não tem jeito fácil e cada um é responsável pela abertura dos próprios olhos.
Lá fora existe luz para quem quiser. Alguém despertou um pouco antes e já trilhou caminhos que podemos pisar com segurança. Aprendemos a falar e andar, copiamos comportamentos, crenças e valores. Então é hora de trilhar novos caminhos de novas emoções e até repensar relações com o trabalho.
Profissões deixarão de existir para que outras surjam nesse admirável mundo novo. Em 2021 entrou em vigor o Marco Legal das Startups e do empreendedorismo inovador. Esse movimento veio do histórico de crescimento de novas startups no período 2015 a 2019 contabilizando um aumento de 207% nesse ecossistema. (fonte tvbrasil.ebc.com.br)
E por que eu trouxe esses dois assuntos juntos? É para chamar a você a atenção da beleza do momento. Não existe uma escalada infinita sem tropeços. Vivemos um momento cinzento de quebradeira e destruição.
Mas isso significa ressurgimento.
Ao passo em que a tecnologia avança a passos largos, parte dos seres humanos se preocupa com bem-estar, em constelar, em meditar e seguram nas mãos daqueles que a levantam para seguirem juntos o caminho de uma felicidade sem romantismo. Felicidade de se conhecer para que através de suas próprias forças cada indivíduo trace melhor seu caminho.
Dessa forma, cientes da não linearidade do futuro e da responsabilidade que temos com nós mesmos, com o futuro e com a evolução das máquinas e homens, deixo meu convite para o renascer, para o construir, e o fazer até se reconhecer novamente. Entenda que o seu, o nosso futuro poderá ter altos e baixos, mas que só tem um jeito de viver tudo isso. Vivendo.
A estrada é para todos. Mas o caminhar é de cada um.
Bora começar a andar?
Sônia Crisóstomo é casada, mãe de duas filhas, apaixonada pela vida e pelo mar. Formada e pós-graduada em Ciências da Computação, MBA em Executive Marketing. Sócia do WholebeingInstitute e ETI Europe. Mais de 30 anos em empresas de Telecomunicações e Tecnologia da Informação. Diplomata Civil Humanitária, G100 Global AdvisorCouncilMember, Embaixadora Master do Clube Mulheres de Negócios de Portugal e Membro do Conselho Administrativo do Instituto Raiz Nova. Formada em Inteligência Emocional, Programação Neurolinguistica, Hipnoterapeuta com especialização em Hipnose Clínica. Formação Internacional em PSicologia Positiva. Colunista da Revista Mulher Africana e feliz escritora com 3 livros publicados. Colunista EA “Tech Portugal”.
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