A mudança da mulher de 40 anos Sônia Crisóstomo

 

Quando pensamos em carreira, muita coisa nos passa pela mente. No Brasil, somos “convidados” ainda muito jovens a decidir o que queremos ser quando crescer. 

Faço parte do Clube Mulheres de Negócios de Portugal, um clube de networking para negócios, onde predominantemente temos mulheres ente os 40 a 60 anos. Encontrei ali, dentre as muitas mulheres Embaixadoras e, muitas vezes, entre as convidadas a participar de algum evento, a história repetida sobre a necessidade pessoal da transição de carreira. 

O que faz uma mulher mudar tudo, ou quase tudo, depois dos quarenta? 

Muito provavelmente sejam pessoas, e aqui não me limito ao universo feminino, que decidiram suas carreiras muito jovens, sob a influência ou decisão as família, o legado de um negócio familiar ou simplesmente pelo fato de não ter maturidade suficiente para tomar uma decisão para o resto da vida aos 16 ou 17 anos. 

Ser

O que é mais importante considerar nesse momento é que nada, absolutamente nada é para sempre. Repito sempre que temos o direito irrevogável de sermos aquilo que nascemos para ser. E a beleza disso é que nem todos nasceram para ser sucessores dos seus pais ou assumir integralmente a dura, solitária e transparente tarefa de ser dona de casa, como era quase mandatório no século passado. 

Com todos os percalços, vivemos uma época em que podemos nos reinventar, e falo isso de cátedra.  

Dividindo um pouco da minha história com você, sou formada em Ciências da Computação (assim era chamado na época), Pós-graduada em Análise de Sistemas e vivi uma vida inteira dedicada a grandes empresas brasileiras e multinacionais israelenses na área de telecomunicações e tecnologia da informação. 

Segunda carreira

Mas somente aquilo não me definia e eu sabia que podia ser mais de uma coisa. Mais que uma executiva de carreira, mais que mãe, mais que dona de casa, mais que estudante, mais que tudo isso junto. E pouco antes de me aposentar, decidi recomeçar os estudos, e aqui abro um parêntese importante para dizer que não há transição sem conhecimento. Investir tempo e dinheiro em cursos de formação de qualidade, aportam maiores taxas de sucesso para sua  segunda carreira. 

Mas voltado a minha história, como segunda formação me graduei em psicoterapia, me especializei em hipnose clínica, escrevi um livro solo e um segundo em collab, e já sou mestranda em Psicologia holística. 

Dividir minha história, é importante para mim, não que eu me ache exemplo para ninguém. Não tenho essa pretensão e cada pessoa tem seu caminho e mapa de vida. Mas dizer que é possível é minha obrigação. 

Venho aqui dizer para muitas mulheres, que se preparar para a mudança é sensato, desde que a mudança esteja em seus planos, e não nos planos de terceiros. Já passamos por essa fase aos 17 anos. 

Nessas circunstâncias, elenco aqui algumas situações que devemos considerar antes de pular de cabeça no sonho dos 40 anos, mais ou menos a idade em que o diálogo interno se intensifica no sentido de realizar uma transição. 

Então, considere:  

  • O que realmente te traria uma sensação de felicidade em realizar? 
  • Você tem o mínimo de conhecimento sobre o assunto? 
  • Você conhece os meios de aceder a um curso de formação na área em que pretende atuar? 
  • Você tem o apoio da família para essa mudança? (*) 
  • O mercado absorve potencialmente o produto ou serviço que você deseja prestar ou vender? 
  • Existe um parceiro que sonhe um sonho parecido e que tem potencial de empreender junto? 
  • Quando você começar seu negócio sabe quanto vai custar para realizar? 
  • Tem dinheiro para manter o custo fixo  por aproximadamente um ou dois anos que geralmente é o período onde o negócio começa a dar retorno? 
  • Quais são seus concorrentes? 
  • Tenha em mente que a tecnologia muda o cenário com certa rapidez 
  • Qual o poder do seu networking? 
  • Você é um networking de valor para alguém? 

E tem mais algumas dezenas de perguntas que precisam ser respondidas antes da sua decisão final. 

Conheci um ditado que levo para a vida: “Sabe por que o Tarzan não morreu? Porque ele sempre segurava em outro cipó antes de soltar a outra mão”. #licaodevida 

Outra coisa que você deve considerar é a maturidade e perceber que o tempo muda as coisas, e aqui falo de seu corpo. 

Viver 100 anos

Os economistas Andrew Scott e Linda Gratton da London Business School,  lançaram um livro, ainda sem título em português – 100 Year Life – onde falam sobre os paradigmas relacionados a mudança de carreira e a velocidade com essas vão ocorrer. Ressaltam os autores que a expectativa de vida abre novas perspectivas no âmbito do empreendedorismo. Estudos apontam de que as crianças nascidas hoje têm 50% de chance de chegar aos 100 anos. 

E a medicina nutricional vem ao encontro desses longevos produtivos que parecem vir quebrar um outro paradigma chamado idadismo, ou aging. Dessa forma, se você um daqueles milhares, de quarentões que desejam realizar uma transição de carreira, não tenha medo. O medo é falta de autoconfiança e de preparo. 

Busque em seu subconsciente aquilo que te faz feliz, levanta o derrière do sofá e vai a luta. Com sorte, você ainda tem muita vida pela frente, projetos para realizar e vidas para impactar. Se prepare para a mudança e entenda que as vezes você deseja e conduz o processo de mudança, enquanto que outras vezes a vida te empurra morro abaixo sem te perguntar se você quer ou não.  E não se esqueça que depois de um “morro abaixo” você pode e deve estar preparado para o “morro acima” 

(*) Sobre a família, é muito importante que tenhamos o apoio da maioria, mas não deixe que matem seus sonhos. 

 

 

image0 2 - A mudança da mulher de 40 anos

Sônia Crisóstomo é casada, mãe de duas filhas, apaixonada pela vida e pelo mar. Formada e pós-graduada em Ciências da Computação, MBA em Executive Marketing. Sócia do WholebeingInstitute e ETI Europe. Mais de 30 anos em empresas de Telecomunicações e Tecnologia da Informação. Diplomata Civil Humanitária, G100 Global AdvisorCouncilMember, Embaixadora Master do Clube Mulheres de Negócios de Portugal e Membro do Conselho Administrativo do Instituto Raiz Nova. Formada em Inteligência Emocional, Programação Neurolinguistica, Hipnoterapeuta com especialização em Hipnose Clínica. Formação Internacional em PSicologia Positiva. Colunista da Revista Mulher Africana e feliz escritora com 3 livros publicados. Colunista EA “Felicidade”.

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