O fantasma da fome | Felipe Gruetzmacher

 

Uma inteligência artificial chamada Shi começa a governar o planeta e, agora, somente pessoas que nunca cometeram crimes podem comprar, vender, trabalhar e se candidatar a empregos. Todas as negociações são feitas por plataformas eletrônicas. Assim, Shi consegue compilar informações sobre as pessoas e banir indivíduos perigosos das plataformas eletrônicas, impedindo a participação delas na economia. A fome passa a assombrar os malfeitores. O mundo passará a ser uma utopia ou distopia?

Algumas reflexões:

  • O objetivo de apresentar um conto que faz uma mescla entre terror e ficção científica não é polemizar ou fomentar debates sobre justiça e criminalidade. Quero fazer o leitor e a leitora pensar a respeito de como a economia formal se confunde com a economia do crime. O dinheiro que serve tanto para comprar fraldas para um lindo bebê serve para comprar armas com o objetivo de cometer um assalto. Outro exemplo é o político que utiliza sua inserção no mundo da coisa pública para cobrar propina de empresários e conseguir apoio deles. Tudo fachada!
  • Se o futuro do trabalho significa inovação para gerar riquezas, como usar tecnologias inteligentes para “separar” a economia que impacta socialmente dos negócios movidos a métodos desonestos?
  • Como usar, por exemplo, lawtechs e fintechs para simplificar a inclusão de empreendimentos na economia formal, atender autênticas necessidades humanas e melhorar a vida das pessoas? Afinal: inteligência artificial e automação podem garantir o cumprimento da legislação com maior efetividade, assim como serviços bancários online que priorizam a prosperidade do usuário
  • Os casos das fintechs e lawtechs são apenas exemplos das preocupações éticas que devem ser levadas em consideração pelos modelos de trabalho do futuro
  • Pessoas compram de vendedores em quem confiam. Como o uso das informações podem facilitar que vendedores conquistem maior credibilidade pelas boas soluções oferecidas?
  •  A reputação, a solidariedade e a colaboração são as moedas do futuro: são remédios contra o mal uso da riqueza
  • A tecnologia pode ampliar a proteção dos consumidores e gerar relevantes transformações sociais positivas
  • Quais são as estratégias mais eficientes para identificar os pontos de encontro entre economia formal e uso desonesto do dinheiro para reprimir essas conexões?
  • Outro bom caso seria HR Techs que facilitam o processo de avaliação de funcionários públicos que entregam bons resultados. Com essa automatização, os colaboradores mais talentosos seriam promovidos, impedindo que políticos desonestos indicassem contatos sem experiência e sem habilidades para cargos estratégicos nos órgãos públicos. O propósito do futuro do trabalho é, então, apresentar propostas irrecusáveis que melhoram a vida do consumidor e dificultam a ocorrência de cometer atos ilícitos. O caso da HR Tech já citada é um exemplo: como é uma automatização de processos de recolocação e promoção, o caminho mais honesto se torna o mais fácil de seguir
  • Uma curiosidade: Shi, o nome da inteligência artificial que governa o mundo no nosso conto scfi-fi macabro, é a palavra japonesa para “morte”.

Dessa forma, modelos de trabalho que conseguem incorporar preocupações éticas para desfazer a confusão entre justiça e desonestidade são uma necessidade. O nosso conto “o fantasma da fome” é só uma reflexão para tentarmos decifrar o maior enigma do capitalismo digital: combinar efetividade, propósito, honestidade e satisfação da persona. Nossos sistemas econômicos precisam valorizar a vida! Sempre!

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Conto 8: O calabouço do ciborgue. Acesse aqui.

 

felipe Easy Resize.com - O fantasma da fome

Felipe Emilio Gruetzmacher é formado em gestão ambiental, educação ambiental e se especializou em copywriter através de muitos cursos online, muita prática e dedicação. Autor na Comunidade EA é um dos mais lidos na plataforma. Tenta decifrar os enigmas do trabalho humano, até porque essas questões podem mudar os rumos da sociedade humana e acelerar a marcha da história rumo à Utopia.

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