Por Claudio Moreira

 

Mal digeri o conceito do quiet quitting (saída silenciosa” ou “renúncia silenciosa”, a prática de trabalhar apenas o necessário para sua função.) já tive que acompanhar a discussão da escala 6×1 e agora me deparo com o conceito de Esforço Discricionário no Trabalho.

O caldeirão corporativo está borbulhando, viu!

Lendo um artigo sobre o esforço discricionário, vi que se trata do esforço extra que o(a)s funcionário(a)s colocam além de suas responsabilidades obrigatórias. Prato cheio para uma boa treta corporativa.

E como meu intuito aqui não é fazer juízo de valor, vou debulhando o conceito e trazendo para vocês.

Segundo o artigo de Ashley Ward, CEO da WTalent, o esforço discricionário é o entusiasmo, a paixão e a energia que o(a)s funcionário(a)s trazem para seu trabalho, o que pode impactar significativamente o sucesso de uma organização. Grifei o “ativo único e valioso” e fui buscar a definição de ATIVO na ciência econômica: Os ativos, em contabilidade, representam os bens, direitos e outros recursos economicamente controlados pela empresa, resultantes de eventos passados, dos quais se espera que a empresa obtenha benefícios ou retornos econômicos no futuro.

Temos uma junção interessante aqui, algo que é voluntário com algo que é um ativo controlado pela empresa.

Estamos falando de esforço extra e algumas perguntas rondam minha mente nessa hora: Será que temos clareza sobre o que motiva cada pessoa a dar esse esforço extra?

Nossos valores e práticas de gestão são percebidos como genuínos pelo time?

Como a liderança da organização podem servir como modelo de entusiasmo e paixão para inspirar o esforço discricionário?

As recompensas e os sistemas de reconhecimento estão alinhados com o esforço extra desejado?

Continuando no artigo, Ashley nos diz que funcionário(a)s que consistentemente vai além são frequentemente a espinha dorsal de uma organização, impulsionando a inovação, promovendo uma cultura positiva no local de trabalho e melhorando o desempenho geral.

Mais um grifo, desta vez na espinha dorsal, que é o eixo central do corpo responsável por sustentar a nossa posição bípede. Mais um conceito que me remete ao status de pilar de algo basilar para a saúde da organização.

Estamos numa época efervescente, de discussões calorosas sobre as relações que as pessoas têm com o trabalho.

Não é possível assumir que palavras bonitas e um belo sorriso sejam o suficiente para que esforços extras sejam empreendidos numa empreitada organizacional. É suor, é esforço, é renúncia, é foco, é disso que estamos falando. As soluções não são simples e exigirão uma discussão racional e longa.

Ambiente de trabalho justo

Demonstrar interesse genuíno pelo(a)s funcionário(a)s, conhecendo suas aspirações, desafios e motivações, ter transparência e honestidade na comunicação, cumprindo promessas e evitando favoritismos, mostrar como o esforço extra contribui diretamente para os objetivos da organização, certificar-se de que o time compreende e se identifica com os valores da empresa.

São tantas providências que devem ser tomadas para que o esforço discricionário possa ser realmente considerado um ativo da empresa.

Quando o ambiente de trabalho é justo, colaborativo e inspirador, o esforço extra não é percebido como uma obrigação, mas como um reflexo do comprometimento voluntário e da paixão do time pelo que todo(a)s fazem.

 

claudio.jpg - 6x1, quiet quitting e muito mais no caldeirão corporativo

Claudio Moreira é consultor de Educação Corporativa e trainer de equipes de alta performance, tem mais de 50.000 profissionais capacitados em sua trajetória profissional. É especialista em treinamentos de times de Serviços, Food Service e Varejo. É professor de cursos In Company na Conquer, é professor em cursos MBA no IPOG e na Escola Conquer. É mestre em Tecnologia Educacional, tem MBA Service Management (IBMEC) e MBA em Marketing (Fundação Getúlio Vargas). Colunista EA “Trilhos de Aprendizagem”.

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