Por Claudio Moreira

 

Estava lendo um artigo bem interessante sobre cultura organizacional e IA, publicado na MIT Sloan Review e resolvi pinçar este trecho

“Na Nasdaq, por exemplo, a adoção da tecnologia permitiu mudar o foco do trabalho para melhor. Enquanto um analista levava de 40 a 90 minutos para ler documentos em busca de informações relevantes para os clientes, a IA processa seis mil documentos a cada três minutos. Isso levantou o ânimo do time, segundo Douglas Hamilton, vice-presidente de inteligência artificial da Organização.

Os funcionários “ficaram bastante satisfeitos porque agora conseguem fazer coisas novas, empolgantes e interessantes em vez daquele mesmo velho trabalho de todo dia”.

Fazer coisas novas e empolgantes.

Isso me abre os olhos e talvez por isso eu tenha decidido ser um treinador corporativo, afinal toda turma é uma realidade diferente e todo dia uma nova descoberta.

Mas penso se algumas lideranças que ainda vivem na época do comando e controle, fugir da punição e buscar a recompensa, se essas pessoas veem com bons olhos as palavras “novas, empolgantes e interessantes”.

Creio não ser novidade que em um mundo em constante evolução, onde a criatividade, a inovação e o trabalho em equipe são essenciais para o sucesso, modelos de liderança ultrapassados, como o comando e controle e o microgerenciamento, se mostram cada vez mais ineficazes e desmotivadores para as equipes. Centralização de decisões, rigidez nas regras e comunicação unidirecional, limita a autonomia dos colaboradores, reprime a criatividade e sufoca o potencial individual.

Aí vem a IA e elimina a necessidade de investirmos tempo em atividades facilmente gerenciáveis, aquelas em que o resultado é quase cartesiano, como 1+1=2.

Encrenca?

Pinço mais um trecho do artigo:

“Dave Johnson, diretor de dados e inteligência artificial da Moderna, empresa farmacêutica e biotecnológica, concorda. “Tirar o trabalho sem valor agregado das costas dos funcionários aumentou o moral”, diz. “Acreditamos na importância de dar responsabilidades às pessoas. Elas não querem ficar olhando para uma tela com dados, e sim fazer coisas inteligentes e criativas.”

Aí lascou-se tudo para a liderança microgerenciadora. Como assim as pessoas querem fazer coisas inteligentes e criativas??

Lideranças modernas reconhecem que o sucesso depende da valorização dos colaboradores, da criação de um ambiente de trabalho positivo e da promoção do trabalho em equipe. Ao invés de controlar e reprimir, líderes eficazes inspiram, motivam e delegam responsabilidades, criando um ambiente propício para o desenvolvimento individual e para o alcance de objetivos em conjunto.

E isso dá um trabalho danado!

Autonomia leva a menos controle, menos controle pode levar à falha, ao erro da experimentação e aí.

Aí é o seguinte, a IA obedece ao comando e controle, pessoas que pensam, pessoas com senso crítico não.

A liderança baseada no comando e controle e o microgerenciamento são modelos ultrapassados que desmotivam as equipes e impedem o crescimento das empresas.

Lideranças modernas investem na valorização dos colaboradores, na criação de um ambiente de trabalho positivo e na promoção do trabalho em equipe.

Mesmo que isso dê trabalho.

Te garanto que esse trabalho é bem mais gostoso. A rotina cartesiana? Deixa que a IA faz.

 

claudio.jpg - Seu time pode fazer coisas empolgantes e interessantes?

Claudio Moreira é consultor de Educação Corporativa e trainer de equipes de alta performance, tem mais de 50.000 profissionais capacitados em sua trajetória profissional. É especialista em treinamentos de times de Serviços, Food Service e Varejo. É professor de cursos In Company na Conquer, é professor em cursos MBA no IPOG e na Escola Conquer. É mestre em Tecnologia Educacional, tem MBA Service Management (IBMEC) e MBA em Marketing (Fundação Getúlio Vargas). Colunista EA “Trilhos de Aprendizagem”.

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