Pé na estrada | Mariana Piana & Gabriel Teixeira

 

Olá, leitores da EA!

Voltamos para contar para vocês mais uma etapa de nosso sabático!

E sim, o melhor planejamento é aproveitar ao máximo.

Somos Gabriel e Mariana e fizemos uma pausa em nossas carreiras corporativas para viajar por um ano. No nosso primeiro texto, falamos sobre os caminhos que nos levaram à decisão de fazer um ano sabático. Se quiser ler o início dessa história, clique abaixo, e saiba como planejamos e acomodamos todos os aspectos de nossas vidas antes de iniciar nossa jornada.
Na primeira parte do nosso texto, contamos sobre nossa decisão de explorar os continentes europeu e asiático, e o país que escolhemos para dar o pontapé inicial foi a Inglaterra, mais precisamente sua capital, Londres.

Muitos podem se perguntar as razões pelas quais começaríamos nossos planos em uma das cidades mais caras do mundo. Além da paixão específica que Mariana tem por essa cidade, uma rede fraternal de apoio que possuímos lá foi fundamental para facilitar as semanas subsequentes após deixarmos o Brasil. Nesse período, conseguimos conciliar com calma uma rotina de turismo e planejamento mais detalhado para o próximo ano. Apesar de termos iniciado nossos planejamentos enquanto ainda estávamos trabalhando, aprendemos dia a dia os detalhes que precisam ser cuidados ao viajar por tantos países: itinerários, vistos, câmbio, hotéis, voos e finanças.

Da Inglaterra para a Ásia
O estabelecimento de uma base na Inglaterra nos permitiu deixar a maior parte de nossas malas nas casas de amigos e viajar mais levemente tanto por Londres e pela Inglaterra quanto por países europeus nos arredores durante o verão do continente. Aliás, o verão e o clima quente sempre foram premissas principais de nosso roteiro. Começamos a viajar em junho de 2022, no início do verão no hemisfério norte, e seguimos as temperaturas altas pelo norte do globo até quase o final do ano.

Em seguida, migramos para a Ásia e conseguimos escapar das chuvas e monções da região, adentrando o ano de 2023 e permanecendo por lá até o começo do outono no hemisfério sul. Nesse ponto, retornamos ao hemisfério norte para visitar a região mais setentrional da Ásia, China e Coreia do Sul, quando o inverno já estava acabando por lá.

Em termos econômicos, fizemos um planejamento prático de quanto gastaríamos ao longo do ano. Como conseguimos estabelecer três fontes de receita, sendo duas regulares (aluguel de nosso apartamento e venda de serviços de marketing digital) e uma ocasional enquanto estávamos na Inglaterra (guia de turismo), conseguimos traçar metas agressivas de despesas líquidas, sem abrir mão de passeios e conforto durante nossa viagem.

Afinal, muitos dos lugares que visitamos não teríamos a oportunidade de retornar, então aproveitar ao máximo era um objetivo mais importante do que o quanto gastaríamos.

Nossa rota incluiu, em ordem, após a Inglaterra, a Polônia, onde tivemos uma lição dolorosa sobre a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, além da Irlanda e da Irlanda do Norte. Passamos também um mês incrível na capital francesa, Paris. Esse período prolongado na França refletiu outra premissa de nosso roteiro, que era viver o mais próximo possível da vida local em algumas cidades. Para reduzir os custos, procuramos apartamentos que oferecessem descontos significativos para estadias superiores a trinta dias e dividimos o aluguel com nossos pais e amigos que também estavam planejando viagens para a França durante parte desse período.

Foi uma forma de economizar tanto para nós quanto para eles, além de matar um pouco a saudade após alguns meses fora do Brasil. Além de conhecermos Paris, pudemos explorar bem seus arredores e regiões próximas, como a Normandia e a Bretanha.

Da França, realizamos a segunda mudança de continente, voando diretamente para a Índia.

Nossa estadia de quinze dias lá, em um grupo animado composto por uma professora de yoga, um chef de cozinha, um policial militar e uma gerente financeira, foi uma imersão cultural que nos deixou atordoados, apresentando-nos um país extraordinário, amado e odiado de maneira simultânea. Nessa nação, buzinar é considerado educado, aliviar-se na rua é natural, vacas, além de sagradas, fazem parte da paisagem e o sagrado Ganga ou Rio Ganges, sagrado recebe os mortos num ritual de purificação milenar.

Esse choque cultural logo no início da nossa jornada pela Ásia funcionou como uma espécie de preparação para o que encontraríamos adiante, de modo que, por maiores que fossem as diferenças dali em diante, nada superaria o que vivenciamos naqueles quinze dias.

E assim seguimos, passando pelas Maldivas, onde conhecemos o lado diferente do país dos resorts das redes sociais, ao ficarmos em uma ilha habitada pela população local, de maioria muçulmana. Os passeios e a vida marinha da região são incríveis, e os sete dias que passamos lá foram uma ótima pausa entre a intensidade indiana e a próxima parada: a capital tailandesa.

Cada próximo passo de nosso roteiro, ao qual chamamos de “caracol”, foi decidido conforme seguimos adiante. A reflexão sobre o impacto psicológico de não ter um lar por tanto tempo é algo que muitos nômades digitais têm explorado e discutido na comunidade atualmente. Conseguimos vivenciar isso na prática. Como lidamos com uma rotina não convencional ao longo da viagem será o tema da próxima parte de nosso texto, e convidamos todos a continuarem acompanhando nossa jornada.

 

Relato 1. Clique aqui

Relato 3. Clique aqui

 

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Mariana Fauth Piana é de Florianópolis onde viveu até os seus 26 anos. Morou em Londres, Porto Alegre, Campinas e Barueri. Administradora por formação, profissional de RH por profissão e viajante por paixão. Trabalhou como executiva de RH em players de varejo como C&A Brasil e Makro, Adora fotografia, história, pessoas e compartilhar suas experiências.

Gabriel Teixeira é de São José dos Campos, viveu lá até os seus 18 anos, quando se mudou para Campinas e lá cursou Engenharia Química (Unicamp). Trabalhou por quase 13 anos, na Mars Brasil Petcare, em posições de vendas. Adora saber um pouco de tudo. Morou em Porto Alegre e Barueri e tem o Palmeiras o acompanhando desde sempre.

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