O robô do sindicato | Felipe Gruetzmacher
A sinopse (resumo) da narrativa ficcional abaixo pode trazer poderosas revelações sobre o lugar do trabalho humano em tempos de progresso e automatização crescente:
Um grupo de colaboradores de uma grande corporação sugere que os acionistas organizassem uma competição amistosa entre sindicatos de um nicho de mercado para cocriar soluções tecnológicas capazes de ampliar a qualidade de vida dos trabalhadores no ambiente laboral. Esse modelo de cocriação resultará em maior harmonização entre classe trabalhadora e patronato ou polêmicas?
Os pontos positivos dessa ideia:
- Os próprios trabalhadores e especialistas poderão encontrar soluções criativas para automatizar trabalhos repetitivos, padronizados e enfadonhos sem que isso provoque desemprego tecnológico. Afinal, os próprios trabalhadores poderão apoiar o remanejo de colegas que tiveram o emprego devorado pela automação
- Uma solução tecnológica capaz de melhorar o ambiente laboral pode ser usada por várias empresas, ampliando a qualidade de vida dos trabalhadores. Por exemplo:
- Lawtech para facilitar o cumprimento das leis trabalhistas
- Healtech para promover a saúde dos trabalhadores e prevenir acidentes
- HR Tech para melhorar os processos da área de RH.
- Edutechs para aproximar as Universidades do dia a dia dos colaboradores de uma empresa (aprendizagem na prática e pela prática)
- Os próprios colaboradores terão maior liberdade para integrar times especializados em mensurar o impacto positivo das tecnologias vendidas pelas empresas. Por exemplo: uma empresa pode incorporar um maior posicionamento ambientalmente ético, princípios do ESG e atingir Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Afinal, haverá maior pressão dos próprios colaboradores em fazer as empresas focarem no bem-estar social
- Ora, o próprio sindicato e os órgãos de classe são stakeholders! São compostos por colaboradores com know-how próprio que não pode ser desperdiçado. Talvez, a procura por novas demandas e entrega de inovações ficará otimizada
- Todo colaborador é, por definição, um consumidor. Logo, equipes que são ouvidas em ambientes de trabalho poderão contribuir com ideias que beneficiam muito mais a base da pirâmide social (luta contra a precarização do trabalho). Com a redução brusca do desemprego através das estratégias certas, haverá maior dinheiro circulando e a economia ganhará um novo fôlego. Será que isso significará o fim das crises cíclicas do capitalismo?
- Valorizar o profissional é uma questão de employer branding: marcas que acolhem as pessoas. É a humanização do labor
- Os órgãos de classe profissionais terão maior poder para pressionar os próprios colaboradores a entregar resultados sociais benéficos e seguir o código de ética profissional
- Até imagino uma integração e uma harmonização entre a classe patronal e órgãos de classe para entender como aproveitar melhor o know-how e as habilidades específicas dos times para gerar transformação social
- Melhor compreensão da evolução das profissões e alocação estratégica da força de trabalho no mercado futuro. Com isso, será mais fácil um colaborador transitar para outra profissão, pois contará com apoio de muitos colegas e mentores que entendem dos rumos da economia e transformações do trabalho humano
- A própria compilação de informações sobre as transformações nas profissões e surgimento de novos modelos de trabalho poderão estar disponíveis aos trabalhadores organizados em grupo para apoiar mutuamente o progresso de cada um
Inovação e impacto social precisam de pessoas e instituições que funcionam em perfeita sincronia para melhorar a vida humana. E contar com sindicatos pode ser uma excelente maneira de humanizar o trabalho e abrir caminho para a Utopia.
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Conto 6: O fiscal é um robô! Acesse aqui.
Felipe Emilio Gruetzmacher é formado em gestão ambiental, educação ambiental e se especializou em copywriter através de muitos cursos online, muita prática e dedicação. Autor na Comunidade EA é um dos mais lidos na plataforma. Tenta decifrar os enigmas do trabalho humano, até porque essas questões podem mudar os rumos da sociedade humana e acelerar a marcha da história rumo à Utopia.
https://www.linkedin.com/in/felipegruetzmacher/
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