Intrusos | Felipe Gruetzmacher

 

Um casal abriu uma floricultura bastante modesta numa grande cidade qualquer. As vendas eram poucas. O que ninguém desconfiava é que esse simples casal eram dois alienígenas que conseguiam assumir a aparência humana e comercializavam espécies de flora do planeta deles. Tudo isso passava despercebido pelas pessoas, autoridades e governo.

Logo, esses novos organismos estranhos, inseridos em habitats novos, provocaram um desequilíbrio nos ecossistemas do Planeta Terra. Assim como aconteceu no Brasil, muitas outras floriculturas abriram as portas para comercializar seres invasores em lugares estratégicos do mundo. Quando a humanidade percebeu, era tarde demais: o estrago estava feito no ambiente e na cadeia alimentar global, atingindo até mesmo as pessoas.

Começou o declínio da raça humana e o planeta foi conquistado pela raça alienígena sem dificuldades. Essa história funciona como uma metáfora sobre os perigos de se comprar produtos fraudulentos. Fazendo um paralelo com o cenário real, como os direitos do consumidor se encaixam na economia 4.0?

Alguns insights

  • Somos atingidos por marketing e publicidade a maior parte do dia! Como combinar boas ofertas, necessidades do cliente e estratégias de vendas não intrusivas e bem executadas?
  • Com tantas opções, startups e modelos de negócios, fica difícil escolher a solução que mais combina com o contexto da persona e vai trazer resultados reais para a vida das pessoas. É uma inflação de ideias inovadoras!

A Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990 fornece boas pistas para decifrar esse enigma.

  1. No texto da lei, está presente a Política Nacional das Relações de Consumo, cujo propósito é atender as necessidades do consumidor de maneira ética. Dessa forma, a proposta dessa política é assegurar a dignidade e os interesses dos consumidores de produtos fraudulentos e publicidade enganosa.
  2. A política harmoniza interesses entre a proteção do consumidor e desenvolvimento tecnológico.
  • A política realiza concessão de estímulos para criar e desenvolver Associações de defesa do consumidor.
  • A defesa coletiva assegura:
  • Interesses ou direitos difusos: nesse contexto, todas as pessoas são portadoras deles. Isso porque um mercado que oferece soluções empresariais de boa qualidade é uma questão que faz parte do cotidiano de todos os cidadãos.
  • Interesses ou direitos coletivos: pertencem a grupos específicos. Um bom exemplo é o conjunto de cidadãos que pleiteiam boa qualidade das prestadoras de serviços públicos essenciais como o fornecimento de energia elétrica.
  • Interesses ou direitos individuais homogêneos: são individuais. Mesmo assim, durante a efetivação da justiça civil, eles são tomados como coletivos para otimizar o acesso à lei.

Como a lei de proteção do consumidor se relaciona com o marketing e a inovação 4.0?

  • É possível conciliar o progresso da tecnologia com as demandas do consumidor.
  • De um lado, temos os conselhos profissionais que regulamentam as profissões. Na outra ponta, temos associações de defesa do consumidor. Quando os esforços de ambos são combinados, é possível coletar ideias e percepções dos consumidores com maior facilidade e validar MVP, hipóteses e modelos de negócios.
  • Assim, os conselhos profissionais podem disseminar esse conhecimento sobre boas práticas em inovação para os especialistas e profissionais da categoria.
  • Uma inovação que atenda às autênticas necessidades humanas e um marketing que não seja intrusivo respeitam interesses difusos, coletivos e individuais.
  • Se todas as pessoas necessitam de um ganha-pão, a geração de empregos é uma demanda coletiva. O grande desafio é estimular que as pessoas sejam solidárias umas com as outras para que haja um real alinhamento entre perfil, talento e trabalho. Seria uma ajuda mútua! E se o consumo faz parte da rotina de todos, logo, ele é assunto coletivo.

Combinando esforços de conselhos profissionais e associações de defesa do consumidor, facilitamos a difusão de saberes indispensáveis para inovar, gerar oportunidades e combinar talento humano com as dores do mercado.

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Conto 14: Você pode ser a próxima vítima. Acesse aqui.

 

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Felipe Emilio Gruetzmacher é formado em gestão ambiental, educação ambiental e se especializou em copywriter através de muitos cursos online, muita prática e dedicação. Autor na Comunidade EA é um dos mais lidos na plataforma. Tenta decifrar os enigmas do trabalho humano, até porque essas questões podem mudar os rumos da sociedade humana e acelerar a marcha da história rumo à Utopia.

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