ED#4 | Por Hugo Bessa.

Nem todos os algoritmos do mundo poderiam prever os acontecimentos do ano passado. Atípico, desafiador, complexo. Essas são palavras que você certamente escutou por aí, na sua empresa, na imprensa, nas conversas com amigos. Outras definições também podem ser dadas para 2020, e nenhuma delas é melhor do que um terremoto. Uma pandemia sacudiu tudo e tirou as coisas do lugar, dentro e fora de cada um de nós. E que aqui vai mais um clichê: algumas delas, talvez a maioria, nunca mais voltarão a ser como eram, em todos os âmbitos. Mas, principalmente, no mercado de trabalho.

Boa parte dos profissionais experimentaram, com suas empresas, pela primeira vez, o home office, os benefícios de não terem que enfrentar trânsito, a agilidade e o foco nas agendas sucessivas de reuniões por teleconferência, um modo novo de trabalho, trazendo rupturas no jeito de ser das empresas e no seu jeito de produzir. Viagens se tornam desnecessárias, gestão e rotinas ganharam mais velocidade, ficaram mais pragmáticas, mais transformadoras, e claro, proporcionando economia de tempo e dinheiro.  

A pandemia nos fez repensar a trajetória do que já estava traçado, mudar o rumo de planejamentos, com ênfase para a digitalização das empresas. Foram inúmeras as experimentações do trabalhar sob impacto de tomadas de decisões em meio a pandemia. E elas influenciaram também o viver.

E você, no seu âmbito pessoal, de que forma 2020 transformou a sua essência, seus objetivos profissionais e de vida? O que você traz para seu 2021 como melhor bagagem? Se, por um lado, a pandemia acelerou tendências de mercado, por outro, obriga-nos a sermos mais práticos e perceber o valor do que realmente importa. O excesso perdeu espaço. A simplificação ganhou força. Modelo de gestão de pessoas, de produtividade, de liderança estão em transformação. Trabalho e vida pedem propósitos. 

Esse novo mercado que se desenha e quebra paradigmas é contexto de entrevistas desta edição especial da EA. 

Novos rumos da publicidade, a presença cada vez maior das startups nas empresas, o poder de empresas pequenas e ágeis em termos de empregabilidade, a importância da ciência de dados no comportamento empresarial. 

E a felicidade no trabalho, nossa busca contínua, um tema que tem tudo a ver com as perguntas que fiz acima, afinal, é ela que nos move a mudar e nos reinventar. E, agora, mais ainda, pois, tudo o que aconteceu, turbinou o valor do tempo e da liberdade. As possibilidades são infinitas para sermos mais felizes trabalhando. Quem sabe iniciar um negócio, mesmo com todas as dificuldades do empreendedorismo no país, ou voltar à universidade, um caminho cada vez maior para a inovação e novas profissões, ou ainda procurar outra empresa para chamar de sua, que tenha sinergia com seu jeito de ser, com seus valores? 

Nós, da EA, preparamos esta edição especial, que aborda esses vários caminhos, sempre com um olhar para o futuro e a tecnologia. Temas indissociáveis. 

Essa edição é especial também porque vem com esperança, por meio vacina, que começa a chegar, e que, em alguns meses, proporcionará ao mundo a possibilidade de retorno aos afetos explícitos, afetos em forma de abraços, e da mobilidade ilimitada. Só não podemos dizer que será a volta do mundo como o conhecíamos, porque ele não existe mais. E isso abre um mundo…(!) de possibilidades em nós, em nosso poder profissional, nas empresas que querem transformar o mundo.  

hugobessa - O valor do tempo e da liberdade

Hugo Bessa é jornalista, escritor e editor-chefe da EA Magazine, fundou a Comunicação Contexto.

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