ED#6 |  Por Hugo Bessa.

No momento em que escrevo este editorial, tudo indica que estamos caminhando para tempos melhores com relação à pandemia: a vacinação segue avançando no Brasil e os casos graves e as mortes estão caindo semana a semana. Motivo para otimismo? Na saúde, sim, afinal, vivemos por aqui o caos, com negacionismo, fake news e muitas variáveis que alavancaram a tragédia sanitária que ainda acontece. 

Ver a enorme adesão à vacinação, com as pessoas acreditando na ciência e na tecnologia, é, sim, um alento para todos nós, um respiro de retorno à esperança e de que os fatos e os dados vencem qualquer argumento. Porém, não dá para não prestar atenção nos impactos. Primeiro porque, repito, ainda vivemos a pandemia; e segundo, porque sofremos paralelamente com uma outra pandemia: a do desemprego e da fome.

E a EA Magazine, uma publicação que se propõe a falar do futuro do trabalho não poderia fechar os olhos para isso. Por uma questão humanitária e porque essa situação transforma o mercado, faz com que as pessoas que têm possibilidade busquem novos caminhos, empreendam e se reconstruam como profissionais. Outras, precisam seguir o caminho que encontram pela frente, e se adaptam a ele. Bom, como aqui trabalhamos com dados, eles estão presentes na seção Short Business, que traz um panorama alarmante sobre o desemprego e as questões que estão intrinsicamente ligadas a ele, como a amplitude da violência doméstica e a corrida dos consumidores ao crédito.  

Assim como é inevitável falar do presente, é preciso olhar para o futuro, tentando enxergar os caminhos que ele nos traz, afinal, a EA nasceu com esse propósito. Para esse futuro, uma palavra: reinvenção, do modo como vivemos e trabalhamos. Já tem muita gente se reconstruindo, seja por meio de novas profissões, apostando no autodesenvolvimento, com aprendizagem contínua, ou transformando o seu entorno. E não só pessoas que estão mudando, não! Empresas e instituições também, como você verá na entrevista com Vandyck Silveira, CEO da Trevisan Escola de Negócios, que se tornou a primeira escola de negócios 100% digital do mundo. E sobre transformação pessoal e como cuidar do nosso principal ativo, a nossa marca, o papo foi com Aline Sousa, especialista em R&S e consultora de recolocação profissional, eleita Top 20 Influenciadores Prêmio Ibest.

Por falar em transformar, conversamos com Gilson Rodrigues, considerado o prefeito de Paraisópolis, segunda maior favela do Brasil, e que tem um olhar de gestão social que busca o potencial econômico dessas comunidades, algo que é ainda mais relevante frente a uma pandemia. E saindo de uma comunidade conectada à tecnologia social, e que surgiu das circunstâncias, vamos direto para um polo, montado para criar essas circunstâncias, conversar com Cris Alessi, presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, fundamental para o ecossistema de inovação do nosso país. 

E claro que, em um momento como este, não poderíamos deixar de falar de neurociência. Entrevistamos José Júnior (o Gonçales), mentor em mudanças de carreira e diretor de uma clínica de terapias cognitivas, que falou sobre como estamos vulneráveis, de autoconhecimento e, obviamente, saúde mental. Um papo imperdível, assim como também estão as crônicas de nossas colunistas: Rijarda e Jackie O. 

Você é nosso convidado para essa grande reflexão nesta edição, com temas que parecem distantes uns dos outros, mas que estão diretamente relacionados, assim como o presente e o futuro. Afinal, não dá para olhar o amanhã sem compreender e atuar no agora. Esse é um papel de cada um de nós, particularmente e como cidadãos. Vamos refletir juntos sobre tudo isso? E como já sabiamente cantou Chico Buarque… amanhã há de ser outro dia. 

hugobessa - Amanhã há de ser outro dia

Hugo Bessa é jornalista, escritor e editor-chefe da EA Magazine, fundou a Comunicação Contexto.

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