Não estou competindo com você | Sônia Crisóstomo 

 

Vamos falar sobre competitividade e colaboração? 

Historicamente, aprendemos que perder é o contrário de ganhar. Antigamente, lutava-se a sangue e vida pelos reinados, terras e um lugar próximo a sua majestade, não interessa o tamanho do reino. 

O tempo passou e a Idade Contemporânea trouxe um vício da competitividade como forma de autoafirmação em detrimento da falta de sucesso do outro indivíduo. 

A Psicologia Social, voltada ao estudo dos trabalhos organizacionais, abre um leque de discussão sobre o binômio colaborar x competir, dois termos que frequentemente aparecem juntos nos estudos de autores como Ogburn e Nimkoff (1953-1980) onde consideram que “a cooperação e competição são processos sociais básicos, cujas presenças dependem tanto da estrutura, que aloca as pessoas no espaço social, como dos valores sociais, ou seja, a cultura.” 

No entanto, e aí está a beleza de se ver uma sociedade que passa por altos e baixos, mas segue em frente.  

Conseguimos entender que colaborar, é mais que ganhar e perder: é facultar a um grupo, a possibilidade de que todos sejam beneficiados pelo esforço coletivo. 

Acredito que chegará o tempo onde nossas crianças serão ensinadas na escola, bem como em seus ambientes familiares, que competir não dispensa cooperar. Isso prepararia o indivíduo para que, chegando à fase adulta, não desenvolva o pensamento de que competir e vencer exclui outros indivíduos com capacidades diferentes.

Vocação verdadeira 

Estou presenciando diariamente, casos de pessoas que desistem de suas carreiras competitivas para se dedicarem a algo que realmente gostam de fazer e gera satisfação, e por que não, resultados extraordinários por estarem desempenhando  atividades em seu campo profissional escolhido pelo coração. 

Penso e reflito em nossa responsabilidade enquanto pais, de acharmos por bem trilhar (e não somente orientar) o caminho profissional de nossos filhos.  

Já não vivemos mais a época de que médico era filho de médico, engenheiro era filho de engenheiro. Estamos começando a vivenciar uma era de total esgotamento emocional onde as pessoas simplesmente desistem de suas escolhas iniciais para viverem sua vocação verdadeira. 

Em termos de saúde, posicionando esse indivíduo em uma escala de tempo, e considerando uma expectativa de idade de aproximadamente 90 anos pensamos que: 

Desses 90 anos ele perdeu:  

  • 5 anos fazendo um curso que não gostou 
  • Tentando ser o melhor que podia para prestar contas ao “pai pagador” 
  • E pelo menos mais 35 ou 40 anos, desempenhando uma carreira que lhe gerou estresse, o expôs a altas doses de cortisol 
  • Uma insatisfação enorme e uma competitividade por algo que ele, de verdade não queria, lutando por cargos para deixar feliz uma família que ele foi ensinado a formar 

O que acontecerá com a saúde desse indivíduo aos 60 anos? 

Assim, vivendo hoje uma situação de vida mais confortável, proporcionada pela senioridade e por ter vivido parte desta história que contei, eu posso dizer com a maior tranquilidade que não precisa competir comigo porque eu quero que você também ganhe. 

Chavões como “juntos vamos mais longe” estão sendo usados, lidos, repetidos, postados e repostados. Mas será que estamos entendendo a mensagem? Isso é para pensar, nem precisa responder. 

Esteja pronto para colaborar, minimizar a competição entendendo que você é responsável pela sua saúde emocional e física, nessa ordem. 

Caminhamos a passos lentos, mas caminhamos. 

 

 

image0 2 - Não queira ganhar de mim porque eu não estou competindo com você

Sônia Crisóstomo é casada, mãe de duas filhas, apaixonada pela vida e pelo mar. Formada e pós-graduada em Ciências da Computação, MBA em Executive Marketing. Sócia do WholebeingInstitute e ETI Europe. Mais de 30 anos em empresas de Telecomunicações e Tecnologia da Informação. Diplomata Civil Humanitária, G100 Global AdvisorCouncilMember, Embaixadora Master do Clube Mulheres de Negócios de Portugal e Membro do Conselho Administrativo do Instituto Raiz Nova. Formada em Inteligência Emocional, Programação Neurolinguistica, Hipnoterapeuta com especialização em Hipnose Clínica. Formação Internacional em PSicologia Positiva. Colunista da Revista Mulher Africana e feliz escritora com 3 livros publicados. Colunista EA “Felicidade”.

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