GESTÃO | Hugo Bessa

 

Recentemente, uma amiga foi desligada por estar se mostrando desmotivada com o trabalho, que ela sempre gostou. Em nenhum momento, sua gestora se sentou para conversar ou tentar entender o que ela precisava para voltar a ser feliz ali dentro, e isso me lembrou uma experiência totalmente diferente que eu tive nesse sentido, e que fez com que eu permanecesse por um bom tempo na empresa na qual estava.

Motivação

Por algumas vezes, me senti desmotivado e desestimulado, não porque não gostava do que fazia (pelo contrário), mas pela correria das tarefas cotidianas do trabalho que, muitas vezes, me impedia de pensar mais estrategicamente e de criar. Com equipes cada vez mais enxutas, acredito que isso seja ainda mais frequente.

Por sorte, contei com uma gestora que não me via apenas como um trabalhador que estava ali para cumprir um escopo rígido, mas como um ser humano cujo trabalho é uma das pontas da minha vida, e não o que me define.

Com isso, ela me procurava para conversar sempre que identificava que a “bola estava caindo” ou eu a procurava quando sentia que podia fazer mais, e tínhamos um bate-papo que definimos como “conversas sobre a felicidade”. Não parece óbvio?

Precisamos estar felizes em nosso local de trabalho, afinal, é nele que passamos a maior parte do tempo, seja em home office ou presencial.

Com essa abertura que estabelecemos, todos saímos ganhando. Sempre que possível, ela me deixava criar um projeto que me estimulasse, e também me passava coisas que sabiam que me deixariam satisfeito com o meu trabalho e, dessa forma, o rendimento melhorou nas demais atividades, mesmo aquelas cotidianas, que podem acabar se tornando automáticas.

Ter a possibilidade de mostrar minhas fraquezas e receber o suporte de alguém que entendia quais eram os estímulos que eu precisava, proporcionou o maior aprendizado que eu tive sobre gestão.

Não é sobre mandar fazer e querer ter um robô sempre pronto para cumprir essas tarefas, é sobre entender que cada indivíduo é único, por mais que as tarefas sejam parecidas. Dessa forma, é possível tirar o melhor de cada um, inclusive um sorriso no rosto.

 

hugobessa - Gestão: entender a individualidade e tirar o melhor de cada um

Hugo Bessa é jornalista, escritor e editor-chefe da EA Magazine, fundou a Comunicação Contexto.

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