Autenticidade, a essência pessoal transformando as organizações | Por Suze Petiniunas
Uma coisa que me deixa feliz nos dias de hoje, é que de alguma forma, tenho a impressão de que estamos começando a nos permitir sermos humanos. Temas como segurança psicológica, vulnerabilidade, psicologia positiva, entre outros começaram a ocupar lugares que antes sequer imaginávamos que poderiam ser preenchidos, principalmente no mundo corporativo.
Não existe inovação, colaboração e confiança se não houver espaços para que as pessoas se sintam seguras para falarem de seus pontos de vista, ideias e sentimentos. Para que possam ser autênticas. Não existe empresa competitiva se não entender que o mundo é outro e nos provoca a novas formas de ver e fazer as coisas. As empresas que genuinamente acreditarem nisso, por certo terão as melhores vantagens competitivas e valor agregado.
Fomos ensinados de que não podíamos sentir e nos expressar.
Não podíamos ser quem somos. Precisávamos seguir um padrão. Não podíamos trazer ideias e pontos de vista. Aprendemos que somente a hierarquia sabia e tinha as respostas. Abafamos as nossas verdades e as nossas perguntas. E com isso, perdemos em todos os níveis: pessoal e empresarial.
Numa pesquisa rápida no Google, encontro a seguinte definição: Autêntico significa verdadeiro, legítimo e genuíno. É um adjetivo que caracteriza aquilo que não deixa dúvidas, em que há autenticidade, que não é falso, que é real, positivo.
Daí, convido você às seguintes reflexões:
- Em que momento deixamos de ser autênticos?
- Por qual razão fizemos isso?
- Em que momento abrimos mão de nossa essência e de nossas contribuições, pela nossa individualidade?
- Como podemos resgatar nossa autenticidade de forma madura e consciente?
- Quais são os vieses que ainda nos comandam consciente ou inconscientemente?
- Como podemos transformar essa realidade?
- Como podemos usar nossa autenticidade para construir novas formas de fazer as coisas?
Naturalmente, quando faço essas perguntas, minha intenção não é a um convite à ação inconsequente, imatura e impensada, mas sim, como uma forma de se cuidar e desenvolver como pessoa e de gerar valor para as organizações e sociedade.
Quando não somos quem somos, adoecemos.
Quando não nos permitimos dar vazão ao que sentimos, somatizamos doenças. E isso se reflete também no mundo corporativo.
Quando uma empresa não dá voz às pessoas, não aceita a autenticidade, a diversidade, ela perde: oportunidades, inovação, engajamento, clientes, saúde. É preciso rever nossos conceitos e práticas organizacionais.
É preciso mudar, desapegar, reaprender. Se faz necessário ter acolhimento, coragem e conversa.
Acredito que toda mudança começa pelas pessoas. Primeiro, cada um tendo a coragem de olhar para si mesmo e perceber as oportunidades de desenvolvimento e transformação. Segundo, sendo um agente de mudança e conscientização dos locais aos quais pertencemos. Nos permitindo e provocando a fazer diferente. O que você acha deste convite? Como seria resgatar essa autenticidade e pôr em prática?
Suze Petiniunas é apaixonada pelo desenvolvimento de pessoas e de organizações. Tem mais de 20 anos de experiência na área de Pessoas. Atuou em empresas como a Amil, Ticket Restaurante, Itaú Unibanco, Telhanorte Tumelero e hoje é diretora de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Fator Administração de Recursos. É consultora, coach, mentora e coautora do livro “Mulheres no RH – volume II”. Colunista EA “RH”.
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