ED#4 ENSAIO | Malala Yousafzai
Por detrás do olhar sensível e voz doce de uma adolescente, Malala é condição de força feminina incomum. Faz renascer esperanças em nosso tempo. Ocupa um lugar no mundo que estava vazio, o de ativista humanitária que comove, que gera apoio incondicional. Como se por detrás de sua oratória, estivéssemos ao seu lado, juntos e de mãos dadas, orando pelo mundo. Sua força nas palavras e nas atitudes por cada país, por cada escola, por cada evento em que passa, expressa um gesto de amor as mulheres e a humanidade.
QUEM É ELA
Malala nasceu em 12 de julho de 1997, na região do vale do Swat, nordeste do Paquistão.
Seu pai, Ziauddin Yousafzai, professor e educador, é a sua referência de resistência heroica.
Ganhou o Prêmio Nobel da Paz aos 17 anos, em 2014.
Ativista global Ela é hoje muito maior que a causa que movimenta seu ativismo, a ocupação das salas de aula, a promoção do direito à educação da mulher como forma libertadora de cidadania e de conquistas. Sua conduta em ‘olhar ao próximo’, a transformou em potente voz humanitária e pacifista.
ESCOLAS DE MULHERES
Em 2008, Malala tinha apenas 11 anos e o Talibã tomou o controle de sua cidade. Entre as diversas medidas implantadas pelo regime, proibiu que meninas frequentassem escolas. O extremismo do Talibã explode escolas de mulheres com homens-bomba. A justificativa não é menos extremista: escolas de mulheres são fonte de educação moderna e liberal o que não é permitido pelo Islã.
ATENTADO
Aos 12 anos, em 2012, a jovem paquistanesa foi baleada por dois membros do Talibã em ônibus escolar, em Mingora. O fuzil, atingiu seu crânio e pescoço. Malala foi vítima deste ataque brutal por defender o direito das meninas irem à escola em seu país.
VOZ
“Percebemos a importância de nossa voz quando somos silenciados. Não odeio o talibã que atirou em mim. Mesmo que tivesse uma arma e ele na minha frente, eu não atiraria nele. Extremistas têm medo de livros e canetas.”
Recuperação Na Inglaterra, após se recuperar depois de meses no hospital, sua resistência e ativismo se ampliaram. Seu discurso de protesto – “Como o Talibã ousa tirar meu direito básico à educação?”, proferido na cidade de Peshawar contra o fechamento de escolas de mulheres, ampliou sua causa para a emancipação e direitos da mulher. Sua voz ganhou a atenção do mundo.
Talibã. Grupo extremista hoje à frente do poder no Afeganistão
É um grupo político extremista e mortal que usa táticas de guerra, com ataques de homem-bomba, na tentativa de recuperar o território do Afeganistão, onde se concentram as forças americanas e de exércitos da OTAN. A milícia teve origem nas tribos que vivem na fronteira do país, formou-se em 1994, após a ocupação soviética do Afeganistão (que durou de 1979 a 1989). Como é da condição do extremismo, querem implantar uma sociedade regida por leis que proíba influencias externa no país e que se incentive na população a Jihad (guerra santa contra os não mulçumanos).
AOS 17 ANOS, NOBEL DA PAZ
Em 2014, Malala se tornou a pessoa mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, aos 17 anos. Quase um século antes, em 1915, apenas o físico australiano Lawrence Bragg, aos 25 anos, conseguiu este feito.
MALALA FUND
A organização visa arrecadar fundos para garantir que garotas do mundo todo tenham acesso à educação. A força de propagação está na figura de Malala, que hoje, tem livre acesso a microfones de organizações e governos globais. A revista Time a reconheceu como a pessoa mais influente do ano de 2014. No seu 16º aniversário discursou nas Nações Unidas, e a data passou a ser consagrada como ‘Malala Day’. Formatura Em 2017, foi aceita pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, onde cursou Filosofia, Política e Economia. Por conta da pandemia, passou os últimos meses da graduação como estudante universitária em casa. Seu diploma foi entregue em junho de 2020, em uma cerimônia realizada a distância devido a pandemia do coronavírus.
Malala no Brasil Em sua primeira visita ao Brasil, em 2018, Malala por meio de sua Fundação, passou a patrocinar três escolas-modelo, duas no nordeste e uma em São Paulo, todas lideradas por mulheres que integram movimentos ativistas em prol da Educação. O investimento alcançou US$ 700 mil de recursos da Malala Fund.
LIVRO
Eu sou Malala: A história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã
CONVERSA COM MALALA YOUSAFZAI – EXPERT XP 2020
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