Por Rijarda Aristóteles 

 

Um novo ano a projetar o futuro, abrir espaços criativos para o que será das jornadas de nossas vidas. Tudo na esfera emocional, dos sentimentos e desejos.

Gostaria que, você leitor, me acompanhasse em uma breve digressão sobre as nossas emoções, as centelhas divinas que nos tornam criadores e criaturas. Exemplo fabuloso da democracia da Natureza, todos nós as temos. Quase sempre nos assustamos ao perceber que somos guiados por elas.

O poder das emoções assusta porque pressupõe algo revolucionário, interno, sentido, incômodo e incompreensível.

Mesmo que emoções sejam catalogadas na caixinha rosa do feminino, estes tempos de tantos desafios têm trazido para o centro da mesa o entendimento humano mais alargado. O ser humano é emocional!

Compreender que há uma inteligência nas emoções tem possibilitado a criação de caminhos de inter-relacionamentos felizes, no âmbito dos negócios e na vida pessoal. Agir por escolha e menos por impulso, é algo que se aprende ao aceitarmos reconhecer que somos emocionais.

As mulheres são mais emocionais porque menstruam! Somos mesmo. Não há como negar a inexorabilidade do ser.

A sensibilidade ocasionada pelo processo natural de vida e morte que as mulheres vivenciam mensalmente, nos levou a sermos excluídas de convívios ou queimadas como bruxas.

Engana-se, porém, quem pensa que esta visão do feminino é algo do passado, da idade das trevas ou do obscurantismo. O ano que chega nos joga na cara em grandes telas que mulheres podem ser mortas porque andam com fios de cabelos fora da touca.

E do lado de cá, simplesmente porque homens continuam a descarregar suas frustrações emocionais, sexuais e físicas sobre mulheres. Isto até quando?

O poder da sensibilidade feminina acompanha o processo humano com variações culturais, sendo segregado em culpas, mágoas e crenças de não merecimento. Uma humanidade não pode ser plena enquanto tiver seres humanos segregados por diferenças, inclusive de gênero. Isto é antinatural. O Cosmo foi criado a partir dos contrastes. São estes que desenvolvem a vida, os negócios, a beleza, os relacionamentos.  Só nos damos conta de algo porque existe o seu contrário.

Questionar quem somos ainda é a parte que nos liga à ancestralidade! Desconhecer quem somos em essência são as fragilidades inerentes ao ser humano desde que a nossa mente começou a processar a linguagem. O que sabemos é que somos os únicos seres com capacidade de pensar sobre nós mesmos e, por meio do livre-arbítrio, escolher seguir a sua própria natureza. Isto é uma maldição ou liberdade.

A consciência do processo de escolha corta as amarras do emprego como trabalho infeliz, das relações que se arrastam como correntes, da vida como castigo cármico da expiação de culpas.

Escolher viver no medo ou nas sombras, é viver na limitação humana.

Como na “Alegoria da Caverna”, o sétimo capítulo do livro “A República”, de Platão (427 a.C/347 a.C). Podemos passar a nossa vida, com a maioria, observando a realidade por meio de sombras projetadas para que continuemos a acreditar na limitação do ser, da beleza, da justiça e da ética. Encontrar a luz, no caso da Caverna platônica, do Sol ou do Conhecimento Consciente é o que distingue quem tem resultados congruentes com verdadeiro propósito de vida.

Vivenciar a experiência da uma vida plena é muito mais do que viver, na atualidade, longe de fatores que nos provocam estresse. Cultivar emoções de alegria, de empatia, de amor, de satisfação, de abraços apertados, é uma escolha que podemos oferecer à nossa mente. Uma fonte de provocar deliberadamente a vida plena, em qualquer espaço geográfico, em final ou início de um novo ciclo.

 

RIJARDA (1)

Rijarda Aristóteles é doutora em História, internacionalista com expertise em Construção de Cenários, mentora feminina, autora de estudos e pesquisas sobre Inteligência Emocional Feminina, escritora e empresária. É presidente do Clube Mulheres de Negócios de Portugal. Colunista EA “Global Women.” 

https://www.linkedin.com/in/rijarda-arist%C3%B3teles/ 

 

Fale com o editor:  

eamagazine@eamagazine.com.br