Por Luiz Fernando Mora

 

Olá! Bom estar contigo novamente, caro leitor da EA Magazine!

Neste artigo, com todo cuidado, vou abordar o tema meritocracia.

Essa forma de “reconhecimento” tomou proporções significativas nos últimos tempos, onde questões políticas e sociais, somando-se as comportamentais, foram colocadas à mesa gerando debates interessantes sobre a sua real efetividade e o quanto deve ser ou não aplicada na totalidade ou parcialmente.

Mas vou me desafiar a compartilhar o meu entendimento a respeito até porque, em algum momento da sua jornada neste plano, terá que tomar decisões importantes na sua vida. Vai escolher alguém em detrimento de outra pessoa, reconhecer ou não determinado profissional em relação a outro, ou até mesmo decidir por frequentar um novo lugar ou por uma viagem especial, por que não!

Lembrando sempre que escolhas resultam em algum tipo de perda, seja pequena ou grande. E como podemos agir se não estivermos munidos de atributos muito bem definidos para tomar tais decisões?

E já começo “polemizando” com um exemplo bem sutil e do nosso cotidiano.

Quando você escolhe um determinado restaurante para frequentar, quais são as questões que são avaliadas por você?

Atributos como: ambiente agradável, atendimento personalizado, produtos de qualidade, preços coerentes, estacionamento fácil, segurança, limpeza, entre outros, são básicos para nos apoiar na decisão de frequentar ou não um lugar. Assim, podemos dizer que quando você define “aquele restaurante” que deseja frequentar, essa escolha foi pelo mérito?

Vou mais longe com o próximo exemplo.

Quando você decide conjuntamente com uma pessoa que desejam se casar, não são vários atributos somados ao amor que levam você a querer estar com aquela pessoa?

E por que então casamentos acabam?

Porque os atributos mudaram ou se tornaram mais rigorosos. Assim, podemos dizer que quando você escolhe alguém para casar ou define se separar a decisão foi tomada pelo mérito?

Mérito é um conceito que se refere a características que tornam uma pessoa ou coisa digna de apreço. Pode também significar a qualidade de ser reconhecido por uma ação louvável, um esforço significativo ou um trabalho bem-feito.

Chega de exemplos e vamos agora para o mundo corporativo.

Ao longo da minha jornada profissional de quase 40 anos de experiência no Mercado Financeiro, 30 deles como líder de equipes, cuidar das carreiras dos profissionais que foram liderados por mim sempre foi um ponto de atenção bastante significativo e prioritário – e nada fácil, sabe! Pois cada indivíduo possui sonhos e anseios distintos e com “prazos de validade” que, muitas vezes – para não dizer na esmagadora maioria das vezes – não se “casam” com os tempos e movimentos das áreas de Capital Humano das empresas. Ou até mesmo por estarmos no lugar errado, na hora errada, com as pessoas erradas, etc.

Veja que interessante.

Fazendo uma breve analogia com o esporte, futebol especificamente, o reserva do Pelé na Seleção Brasileira de 1970 era um jogador maravilhoso que se chama Ademir da Guia, mais conhecido como “O Divino”.

Podemos dizer que, por conta de estar no “lugar errado”, na “hora errada”, com as “pessoas erradas”, ele não conseguiu ter o protagonismo que merecia na ocasião? Sim, podemos.

Mas é justo? Não consigo afirmar. Mas sei que o reconhecimento que precisamos dar àqueles que possuem talento, esforço, dedicação, recorrência, constância acima dos nossos deve ter um peso significativo na hora de reconhecermos que a “recompensa” foi dada a quem de fato “merecia” mais do que a gente.

Reconhecer isso é o início do processo que nos tira da “Zona de Conforto”.

Não foram poucas as vezes que algumas questões surgem à mesa, principalmente durante os processos de feedbacks, como:

O que falta para eu ser reconhecido? Fiz tudo o que me pediram, por que não fui promovido?

Por que o “Joãozinho” teve reconhecimento e eu não?

Já estou na empresa há anos e nunca olharam para minha carreira! Quando será a minha vez?

A Empresa não possui plano de carreira definido, o que faço?

Algumas áreas possuem privilégios diferentes da gente, por que para nós não?

Dentre algumas dezenas de outras atribuições nos âmbitos operacional, tático e estratégico que um líder precisa aplicar sob sua responsabilidade, promover os reconhecimentos aos seus liderados deve ser uma prática desempenhada com frequência, sejam eles reconhecimentos verbais, financeiros ou de encarreiramento. Em alguns casos, inclusive, apoiando-os na busca por novas oportunidades internas na empresa ou até mesmo externas.

Então vamos destacar meia dúzia de atributos “básicos”, que somados a outros estrategicamente importantes para a empresa, podem auxiliar na sua tomada, “inevitável”, de decisão pelo mérito:

  • Autodesenvolvimento
  • Capacitação (soft e hard skills)
  • Espírito Colaborativo
  • Inteligência emocional
  • Relacionamento
  • Atingimento de metas

Com base nos atributos exemplificados acima, e considerando os pesos aplicados em cada um deles, podemos dizer que aqueles profissionais que se destacam e que não são reconhecidos, podem acabar por se desmotivarem gerando um clima organizacional preocupante. Por sua vez, caso aconteça de alguém que não tenha se destacado e acabe por ser reconhecido, equivocadamente ou propositadamente, essa ação pode gerar um descontentamento exponencial ainda maior de clima desfavorável na equipe.

Como minha atividade secundária, vale o registro que na minha Metodologia de Mentoria de Equilíbrio Comportamental, procuro aplicar avaliações sob 38 atributos e, para cada um deles, indicar uma referência para que possamos balizar, de fato, onde queremos chegar e o que buscamos como preparação na busca pelos nossos sonhos.

Essa “régua” permite ao mentorado entender quando deve ajustar sua nota ou rever a sua referência, sempre alinhado com sua Missão, Visão, Valores e Legado num determinado momento da sua jornada.

Enfim, para que a sua reflexão possa ser ainda mais aprofundada, cabe a importância de se esclarecer alguns conceitos de Meritocracia para que a qualquer momento que você tenha que tomar decisões importantes na sua vida, ou definir aquela “estrada” que você deve pegar, o conceito de reconhecimento pelo mérito esteja bem definido em sua mente:

Meritocracia na sociedade 

  • A meritocracia pode ser aplicada na avaliação de pessoas em processos seletivos, que levam em conta o conhecimento, a habilidade e o esforço.

Meritocracia na empresa 

  • A meritocracia pode ser aplicada na valorização dos funcionários, que são promovidos e bonificados de acordo com seu desempenho.

Meritocracia na política 

  • A meritocracia pode inspirar políticas públicas que garantam que todos os cidadãos tenham as mesmas oportunidades.

Outros conceitos de Meritocracia

  • Pode ser aplicada em diferentes contextos, como na política, na empresa e na sociedade.
  • Surgiu com as revoluções democráticas e a abolição dos privilégios de nascimento.
  • É um sistema social que valoriza as pessoas com base em suas conquistas e realizações, e não em sua origem social.
  • Mérito ou meritocracia é a ideia de que as pessoas devem se destacar não com base na classe social de seus pais, mas com base em suas próprias conquistas — em quão produtivas e habilidosas elas de fato são.
  • É baseada em valores como a igualdade de direitos e a liberdade de ascensão social. Ela rejeita privilégios hereditários e corporativos.

Enfim, podemos resumir Meritocracia da seguinte forma: “Significa que todo indivíduo é capaz de prosperar somente com suas capacidades sem precisar da ajuda da sociedade, do Estado ou da família. É um sistema que privilegia as qualidades do indivíduo como a inteligência e a capacidade de trabalho, e não sua origem familiar ou suas relações pessoais”.

E você, vai conduzir seu negócio ou seu trabalho ou suas decisões baseadas em ser apenas mais um – mediano – se comparado a quem está ao seu lado, ou vai usar de autodesenvolvimento, criatividade e inovação, dedicação e esforço, recorrência e constância para fazer o melhor que puder?

E você, pretende ser reconhecido pelo seu mérito se destacando para alcançar mais rapidamente seus sonhos ou está bom ficar na sua zona de conforto?

A escolha é sua.

Até breve.

 

Luiz - A meritocracia como mérito!

Luiz Fernando Mora é formado em Administração de Empresas com MBA em Gestão Empresarial pela FGV. Tem 38 anos de carreira no Sistema Financeiro atuando em Engenharia de Processos, Planejamento Estratégico e Gestão de Pessoas. Aos 50 anos, diagnosticado com câncer (linfoma de Hodgkin) passou por um processo de cura que o fez enxergar a vida em novas dimensões. Hoje, aos 54 anos, está em processo de remissão da doença e somou na sua carreira, os papéis de palestrante e escritor. É também mentor pela MBB Mentoring Behavioral Balanced. A experiência em lidar com a doença lhe ensinou novos valores, em especial, que lhe proporcionaram ser um ser humano diferente no âmbito pessoal, social e profissional, sempre buscando o equilíbrio entre corpo, mente e alma. É Colunista EA “Elixir da Vida”.

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