Por Ana Paula Educadora

 

Aprender… Sim, mas como? O título do livro de Philippe Meirieu, motivou a construção deste artigo.

As adaptações na área da educação, e no mundo corporativo, mostram que o processo de aprendizagem é contínuo tanto para crianças, jovens ou adultos.

Como diz Philipe Meirieu “Aprender… Sim, mas como?”

Este “Como” é o principal fator que nos move diariamente a compreendermos como organizar a aprendizagem dos alunos na escola, como também, os treinamentos nas empresas. Na escola iniciamos a construção do processo de aprendizagem e, nas empresas, ele acontece de forma evolutiva com objetivo de ampliar habilidades técnicas e comportamentais, as quais atenderão as necessidades de capacitação contínua dos colaboradores.

No ensino médio, a adaptação é mais tranquila, porque nesta jornada os alunos desenvolveram as habilidades necessárias por meio da inserção do Projeto de Vida e de conteúdos diferenciados, o que auxiliam nesta formação.

O desafio maior está na educação infantil e no ensino fundamental I nas séries iniciais, porque no fundamental II os alunos conseguem, por meio, das orientações dos professores organizarem a sua rotina de estudo. Portanto, a educação precisa ser assistida constantemente para garantir a aprendizagem continuada para a vida toda.

Onde e como se inserem as tecnologias?

Os recursos tecnológicos disponíveis no mercado, precisam de pesquisa e bom senso, antes de serem adotados pelas instituições e professores. Aparentemente parece simples, mas não é. Tenho observado em contato com educadores, em diferentes segmentos, que às vezes, é meio dramática a escolha de uma ferramenta tecnológica, principalmente quando as instituições exigem dos professores uma perfeição que gera uma preocupação em editar “aula-show”.

Existem plataformas, apps, entre outras ferramentas, mas o tempo para os profissionais se apropriarem do domínio delas, é limitado. Se estabelecermos uma relação com o mercado de trabalho, dominar Excel é essencial, mas se o profissional não tiver este conhecimento poderá ser eliminado no processo seletivo.

Era da aprendizagem contínua

Vivemos a era da aprendizagem contínua, mas o formato precisa ser revisitado pela escola, quanto às metodologias de ensino. E no mercado de trabalho, no mapeamento das habilidades dos colaboradores, é preciso intensificar o treinar com aqueles que necessitam adquirir novos conhecimentos.

No livro, Philippe Meirieu destaca dois pontos importantes na construção da aprendizagem com significados e reflexões, tanto para alunos como para colaboradores:

  1. Analisar e refletir sobre o ato de aprender 
  2. Repensar a forma de avaliar com objetivo de ter um feedback assertivo

As duas ideias tratam as informações e os conteúdos em como extrair o melhor dos alunos e colaboradores, para prepará-los para a Educação 4.0. A qual se priorize tecnologias voltadas para a inteligência artificial e dessa forma, se entregue a um mercado de trabalho atento, novas profissões que ainda não foram desenhadas.

A “imersão” tecnológica repentina que vivemos durante a pandemia impulsionou novos modelos de trabalho e de educação. Nos fez repensar contextos de educação de qualidade, porque, além de utilizar redes sociais, Facebook, Instagram, WhatsApp, se apostou em plataformas de ensino educacional (mercado edtechs), as quais atendem alunos, professores e colaboradores. Tecnologias de qualidade e de inovação para que alunos sejam usuários engajados a se produzir bons conteúdos, contribuindo para que novas ideias e projetos, se colocados em prática, tragam benefícios para a sociedade.

Este é o sentido da educação na vida das pessoas. Produzir um movimento no universo de diversidades, valores, e assim, abrir novas possibilidades de aprendizagem.

O ciclo da inovação se recria para aqueles que acreditam que educar é se reinventar

A palavra “reinventar” nunca foi tão divulgada como agora. Acontece que a reinvenção é um processo que precisa ser vivenciado, porque imprime uma mudança de paradigma. Muitas das vezes, confunde-se com “trazer algo novo”.

Trazer algo “novo” não é o suficiente, porque precisa isso precisa estar em sintonia com os objetivos de uma ação, um projeto, por exemplo. O termo se reinventar tem que ter conexão com todos os envolvidos durante um processo de implementação e no impacto na vida das pessoas.

Por isso, de nada adianta uma empresa, trazer uma ferramenta tecnológica ou contratar um novo colaborar, se não estiver em harmonia com os seus propósitos. O mesmo acontece na educação, para ter um significado, o aluno precisa ser protagonista e os conteúdos estarem alinhados ao projeto político pedagógico da instituição.

Philippe Meirieu aposta que aprender é sempre um sinal positivo, mas é o “Como” que faz toda a diferença neste processo.

Sobre este mesmo processo de aprendizagem, precisamos pensar nas empresas em relação ao tempo de treinamento contínuo de seus colaboradores. Deixar um colaborar sem treinamento, impede o crescimento do negócio, fazendo um paralelo simbólico, é o mesmo que ter crianças em um espaço com bolas de materiais diferentes, e quando começarem a brincar, se não forem orientadas, poderão pegar uma bola pesada e machucar o amigo.

Com o colaborador sem treinamento, poderá deixar de se passar uma informação crucial ao cliente no momento de efetivar uma venda.

10 gatilhos mentais

Se aprender é um processo contínuo, tanto na escola como nas empresas, começar pelo “Como” significa: pensar, elaborar, adaptar, flexibilizar, aplicar, treinar, comunicar, liderar, inovar e reinventar.

São estes 10 gatilhos mentais que precisamos colocar em prática, seja na escola ou na empresa, com o objetivo de elaborar trilhas de aprendizagem mais assertivas para alunos e colaboradores.

Criamos conexões quando as trilhas de aprendizagem traduzem saberes com significados. Pois eles geram novos insights, e neste momento, a reinvenção se torna presente na arte do educar e do reaprender.

A educação escolar ou corporativa, não podem ser recortes para atender uma necessidade específica, porque elas fazem parte de um processo contínuo. E ele envolve todas as áreas do nosso desenvolvimento global que começou na escola, e que hoje faz parte do nosso dia a dia e do nosso autoconhecimento, que promove reflexões sobre o “Como” vivemos e aprendemos neste mundo em constante mudanças.

Aprender…. Sim, claro.

Se reinventar, sempre.

Assim caminhamos nas trilhas da vida, lembrando que a educação promove conexões transformadoras e tem um impacto positivo na vida das pessoas!

 

Captura de Tela 2022 09 28 às 11.00.14 - Trilhas, aprendizagens e conexões: Como se reinventar?

Ana Paula Educadora é pedagoga, psicopedagoga, tem extensão em Neuropsicologia (PUC-SP) e MBA em Gestão Educacional. É Top Critical Thinking Voice LinkedIn. Fundou e é diretora da Transformar Educação & Inovação, consultoria especializada em educação básica com foco em treinamentos, palestras e cursos livres. São temas de estudos e pesquisa permanentes, Ensino Híbrido e Metodologia Ágil Scrum, Pedagogia com foco em Gestão de Pessoas, Psicopedagogia Inclusiva e Andragogia Educação para Adultos. Colunista EA “Educação & Pessoas”.

http://linkedin.com/in/anapaulaeducadora

 

Indicação de Leitura

livro capa - Trilhas, aprendizagens e conexões: Como se reinventar?

Fale com o editor:

eamagazine@eamagazine.com.br