O governo distópico | Felipe Gruetzmacher

 

Num país qualquer, governado por uma classe política corrupta, o povo sofria com uma inflação galopante, altas taxas de desemprego e muita pobreza. O fantasma da fome ameaçava as pessoas. Todos estavam descontentes com a incompetência dos governantes. Numa manhã de segunda-feira, aconteceu uma perigosa revolta popular.

A justa raiva dos cidadãos ameaçava os poderes. Assim, o exército foi chamado para lidar com a situação. Mesmo assim, os próprios soldados ficaram ao lado do povo. E agora? O que colocar no lugar dos líderes tirados à força?

Agora, talvez, essas questões sejam de importância secundária. A questão nuclear e a mais importante é saber o motivo pelo qual o exército se uniu aos populares. Os soldados servem para proteger as pessoas ou os poderes instituídos? Da mesma forma, as demais profissões servem para satisfazer o cliente e melhorar a sociedade com produtos e serviços ou apenas lucrar? Se existe uma conexão entre o papel das profissões e a continuidade do sistema capitalista, como elas podem ser sinônimo de transformação social e de um país mais justo? Podemos tirar alguns conceitos do nosso caso brasileiro, pois as ideias servem para qualquer país com as devidas modificações.

Alguns insights extraídos do site CBO (Classificação Brasileira de Ocupações):

  • No portal “emprega Brasil” do ministério do trabalho, disponível aqui, o CBO é definido nesses termos:
  1. É um documento, instituído pela Portaria nº 397, em 10/10/2002 que retrata o universo das profissões no Brasil. Cumpre a missão de reconhecer as atividades econômicas, apesar de não servir para a finalidade regulamentar. Não regula profissões, pois a regulamentação é efetivada por Lei avaliada pelos Deputados, Senadores e submetida à sanção do Presidente da República.
  2. O principal propósito do CBO é reconhecer os diversos ofícios que compõem o mercado de trabalho. Dessa forma, colabora para garantir uma maior credibilidade para categorias profissionais.
  3. A atualização do CBO foca em descrever, revisar e incorporar ocupações e atividades que englobam segmentos do mercado de trabalho.

Na abordagem da CBO, ocupação é um conjunto de empregos cujas atividades são similares. Exemplo: psicólogo clínico e psicólogo do esporte.

  • Emprego ou situação de emprego: é um conjunto de atividades desempenhadas por uma pessoa.
  • Competências são tarefas executadas para o bom desempenho das atividades do emprego ou trabalho. As competências variam em função da complexidade e do domínio (contexto, área do conhecimento, função, atividade econômica, equipamentos e demais elementos). A classificação é feita em função dos processos, funções e ramos de atividades, possibilitando uma maior mobilidade dos trabalhadores e mudança de campo profissional.

O CBO forma uma estrutura piramidal:

  1. Os grandes grupos estão no topo da pirâmide da classificação. Reúne amplas áreas de emprego e é o mais abrangente nível. Por exemplo:
    Técnicos de nível médio
  2. O subgrupo principal classifica as grandes linhas de mercado. É mais restrito do que o grande grupo. Por exemplo:
    Técnicos de nível médio das ciências físicas, químicas, engenharia e afins
  3. O subgrupo é chamado de grupo primário, grupo unitário e família ocupacional. Reúne ocupações reunidas em relação à natureza do trabalho e qualificações. Por exemplo:
    Técnico em ciência física e química
  4. A Família: é a unidade de todo o sistema. Por exemplo:
    Psicólogos e psicanalistas

O CBO fornece informações sobre famílias, atividades, condições de trabalho, ocupações, recursos de trabalho, formação/experiência, descrição, características do trabalho, área de trabalho, competências pessoais e outras informações.

Você pode acessar o CBO aqui

Aplicações para profissões do futuro

  • Apesar do CBO ter somente natureza classificatória, ele pode fornecer informações sobre a evolução das profissões e de conjuntos mais abrangentes como os grandes grupos. Sendo um site que compila e reúne informações úteis para atualizar as competências, é possível que muitas profissões reunidas em grandes grupos colaborem entre si por conta de afinidades.
  • Muitos órgãos de classe, organismos regulamentadores, podem trabalhar numa colaboração interprofissional, fazendo uma pressão positiva para que a classe política governe segundo critérios técnicos.

Afinal, existe uma brutal diferença entre um protesto espontâneo e desorganizado feito por cidadãos descontentes e estratégias friamente executadas levando em consideração conhecimentos específicos e profissionalismo.

Continue lendo!

Conto 17: A angústia do escritor. Acesse aqui.

 

felipe Easy Resize.com - O governo distópico

Felipe Emilio Gruetzmacher é formado em gestão ambiental, educação ambiental e se especializou em copywriter através de muitos cursos online, muita prática e dedicação. Autor na Comunidade EA é um dos mais lidos na plataforma. Tenta decifrar os enigmas do trabalho humano, até porque essas questões podem mudar os rumos da sociedade humana e acelerar a marcha da história rumo à Utopia.

https://www.linkedin.com/in/felipegruetzmacher/


Fale com o editor:  

eamagazine@eamagazine.com.br