Por Aline Sousa

 

A máxima “as pessoas são o ativo mais valioso de uma organização” transcende o clichê quando observamos a dinâmica das empresas bem-sucedidas. Colocar as pessoas no centro das estratégias organizacionais não é apenas uma abordagem humanista, mas uma necessidade estratégica que reflete a evolução da gestão contemporânea.

Esse paradigma encontra respaldo em teorias organizacionais, assim como em práticas de empresas inovadoras.

Peter Drucker, considerado o “pai da administração moderna”, defendia que a verdadeira fonte de vantagem competitiva reside na capacidade das organizações de gerirem efetivamente seu capital humano. Para Drucker, “a cultura come a estratégia no café da manhã”. Essa frase sublinha a importância da cultura organizacional, que só pode ser robusta e sustentável se construída em torno de indivíduos valorizados e engajados.

Analogicamente, podemos comparar uma organização a um ecossistema biológico.

Assim como em um ecossistema, onde cada organismo desempenha um papel crucial para a sustentabilidade do ambiente, cada colaborador em uma empresa contribui para o sucesso coletivo. A perda de uma espécie pode causar um efeito dominó negativo no ecossistema, da mesma forma que a desvalorização dos funcionários pode levar a um declínio organizacional.

A Teoria das Relações Humanas, desenvolvida por Elton Mayo e seus colegas, reforça essa analogia ao demonstrar que a satisfação e o bem-estar dos funcionários aumentam a produtividade e a qualidade do trabalho. A experiência de Hawthorne revelou que fatores sociais e emocionais têm um impacto significativo no desempenho dos funcionários, evidenciando que o ser humano não é apenas um recurso, mas um ser com necessidades complexas e interrelacionadas.

De acordo com estudo realizado pela IBM e a Workhuman, as organizações que assumem os lugares de topo quando o assunto é experiência do colaborador conseguem dobrar o seu percentual de vendas e até triplicar o retorno em ativos quando comparadas às que figuram nos níveis mais baixos no ranking.

Richard Branson, fundador do Virgin Group, traz uma frase que traduz bem a relevância de zelar pelas pessoas: “cuide bem de seus funcionários, e eles cuidarão bem de seus clientes”. Essa filosofia de gestão reflete a importância de criar um ambiente de trabalho que não só atrai, mas também retém, reconhece e empodera seus talentos.

Inovação e resiliência organizacional

A prática de colocar as pessoas no centro também se reflete em políticas de diversidade e inclusão, que são fundamentais para a inovação e resiliência organizacional. Uma pesquisa conduzida pela McKinsey & Company revela que empresas com maior diversidade de gênero e étnica têm 25% mais chances de ter lucratividade acima da média do setor. Isso porque equipes diversas trazem perspectivas variadas, fomentando a inovação e a resolução criativa de problemas.

É importante trazer à pauta, a grande responsabilidade de alinhar a Proposta de Valor do funcionário (EVP) com a Cultura Organizacional. Mudanças efetivas no que tange às políticas de bem-estar e qualidade de vida das pessoas colaboradoras só são possíveis se a maturidade organizacional, através das lideranças estiverem preparadas para entender de gente e compreender as diferentes subjetividades e pluralidades envolvidas no processo.

Objetivos do Colaborador e da Empresa

O alinhamento das expectativas e necessidades dos funcionários com a cultura e os objetivos da empresa é premissa básica para a estruturação de um EVP sólido que é aquele que promove um ambiente de trabalho que respeita, fortalece e incentiva o crescimento e o desenvolvimento pessoal e profissional.

Colocar as pessoas no centro das estratégias organizacionais é um imperativo para qualquer empresa que aspire à longevidade e ao sucesso sustentável.

Porém, a verdadeira eficácia depende de como as organizações implementam essa filosofia no dia a dia; sem uma estratégia bem definida, o conceito pode se tornar apenas mais um slogan corporativo.

Fontes: XEY1K26O (ibm.com); Diversity Matters: América Latina | McKinsey

 

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Aline Sousa é mãe e mulher que acredita no poder do propósito e colaboração. Formada em Administração, MBA em Gestão de Pessoas, mais de oito anos de experiência em Gente & Gestão. Headhunter, consultora de RH, mentora de carreira, professora, palestrante. Eleita Linkedin Top Voices (com mais de 560 mil seguidores), Top 20 Ibest e business influencer de grandes marcas. Colunista EA “Pessoas no centro”. 

Linkedin: https://www.linkedin.com/in/aline-sousa-headhunter/

 

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