Por Patrícia Milaré Bertão

 

Época de vestibulares bombando nos quatro cantos do país. Os profissionais de um futuro não distante se preparam para colocar o pé em suas carreiras.

Quais serão as escolhas? O que será considerado? Aptidões? Possibilidades de ganhos? Posição?

Sempre que tenho oportunidade e já me tornei até repetitiva com esse “mantra”, falo para minhas filhas: “peixe não sobe em árvore”. Ele não tem anatomia, habilidade e nem aptidão para isso. Por isso, escolha a sua profissão por sua vocação!

Precisamos entender que para termos sucesso em nossas vidas profissionais é necessário trabalhar no que se gosta e desenvolver os dons aos quais fomos agraciados. Não adianta escolher uma profissão que trará a possibilidade de alto rendimento, se não tem talento para ela.

Aliás, sou convicta em afirmar que se é bem-sucedido quando se é feliz com o que está desenvolvendo e trabalhando. A motivação acaba sendo natural. O sentimento de realização é mola propulsora e quando se vê, os degraus foram conquistados e se está no topo ou próximo dele.

Vale um parêntese aqui, que ser bem remunerado não é sinônimo de sucesso. É preciso entender o que é sucesso para cada uma das pessoas e posso afirmar que os conceitos são diferentes. Uns entendem como alto cargo. Outros como remuneração em grandes cifras.

A quem busque por status. E outros ainda, a qualidade de vida!

No artigo anterior, falei sobre a transição de carreira e o quanto isso hoje está presente. Talvez um dos motivos seja exatamente esse que estou abordando hoje:  escolher a profissão pela possibilidade de ganho e não pela aptidão. Isso era muito comum a 20, 30 anos atrás.

As consequências dessa visão tão forte na época foram a necessidade de complementar, alterar e aprender novas competências que completavam os skills necessários para desenvolver a profissão. Ao invés do incentivo aos pontos fortes, corria-se atrás de trabalhar pontos fracos.

Muitas vezes isso feito a duras penas pela falta de habilidade com a escolha feita. Visão errada e distorcida? Não para aquele período. Mas a insatisfação e a energia gasta para isso eram altas. Hoje se gasta energia de forma racional, aprimorando o que se tem de melhor.

Voltando a um passo anterior ao mercado de trabalho, encontramos jovens que buscam qualificar suas habilidades e dons na escolha de uma profissão. Enfrentam meses de estudo e vestibulares. Uma ansiedade e imaturidade natural da idade com muitas incertezas e inseguranças. São tantos os elementos e variáveis que envolvem essa decisão. Já vi muitos jovens optando por seguir a carreira de seus pais, sem se dar conta da não aptidão ou por uma oposição velada.

E outros que definem o seu caminho pela sofisticação que a profissão pode ter. Um verdadeiro “tiro no pé”.

É preciso entender que nenhuma profissão é mais importante que a outra. Todas têm o seu propósito e a sua necessidade de existência no mundo. Algumas já foram mais bem vistas no passado e outras até, deixaram de existir através dos tempos pela evolução do mundo. Não importa se se carrega um bisturi como parceiro. Se a afinidade está com as leis e suas incógnitas. Se as finanças são a inspiração ou o lápis e o papel se transformam em desenhos e trajes maravilhosos ou o esporte tem a sua cara.

Importa a paixão que se coloca na profissão.

Particularmente acredito que essa decisão é feita de forma muto precoce. Se mistura com um dos momentos mais complexos e confusos do final da adolescência. Encontrar o seu lugar, descobrir quem de fato se é e o que espera do futuro. São muitas as finitudes que permeiam esse ciclo. A transição para a fase adulta. A pressão pela escolha da profissão. Alguns deixando as casas dos pais para iniciarem o voo solo. Torço para haver uma mudança nessa trilha estudantil para que se possa forjar futuros mais positivos e desafiadores.

Tudo que foi dito acima está diretamente ligado à possibilidade de escolha. Entendo que em muitos casos e situações pode não haver opção e sim suprir as necessidades básicas, alimentação, moradia, vestuário, etc.

E se isso for a realidade, o que fazer? Não existem fórmulas mágicas, mas acredito que oportunidades podem ser trabalhadas em paralelo. Igualdade não existe. Isso é um fato. Nem sempre se é possível cursar uma faculdade. Alguns precisam trabalhar desde muito cedo e o estudo acaba ficando em segundo plano.

Mas isso não quer dizer que você não possa crescer profissionalmente e encontrar o seu espaço. Existem muitos cursos técnicos que são excepcionais e com o tempo e aumento das possibilidades financeiras, se pode ampliar a sua bagagem nos estudos, o que nunca é demais.  E se entrou numa área que não se encontrou, tente mudar e usar as suas habilidades.

Algumas empresas têm cursos gratuitos e programas inclusivos e mentoria para trazer jovens que não tem acesso a oportunidades no mercado de trabalho. Algumas redes, como o LinkedIn também. Nesses casos tem que haver um esforço adicional. Não é um caminho fácil, mas nada é impossível. Vale aproveitar as chances que irão aparecer e que façam sentido.

Pontos importantes que nunca deverão ser esquecidos em qualquer momento da carreira e complementam a sua decisão:

  • Invista em seus pontos fortes
  • Não permita que a inércia domine a sua jornada
  • Não se acomode
  • Não perca a motivação diária
  • Não permaneça onde você não se encontre
  • Confie em você e no seu potencial
  • Tenha equilíbrio na profissão e na vida pessoal
  • Aperfeiçoe sempre seu conhecimento
  • Tenha brilho nos olhos
  • Se desafie
  • Faça a diferença por onde passar
  • Seja um visionário e protagonista da sua carreira.
  • Seja feliz!

A profissão mais importante é aquela que você ama e se encontra nela. Aquela que você faz com paixão. Que faz você acordar todos os dias com a certeza que está no caminho certo.  Que faz você acreditar em si e no seu potencial.

Sabe o que interessa?

Que “peixe não sobe em árvore” e cada um tem a sua aptidão e seu lugar no mundo. Encontre o seu! O sucesso será apenas a consequência.

 

patricia coluna mundo corporativo scaled e1662640781115 - Peixe não sobe em árvore

Patrícia Milaré Bertão é casada e mãe de duas filhas. Formada em Secretária Executiva (USC), Administração de Empresa (UNIFAE) e MBA em Gestão Empresarial (FAE). É coordenadora sênior Account, TIM Brasil. Participa de um blog que trata sobre diversos temas e assuntos como Comportamento, Relacionamentos e Mundo Corporativo (@vem_que_a_gente_explica). Voluntária na Social Startup, sem fins lucrativos, com foco no desenvolvimento humano – Da Periferia para a Faria Lima. Tem um viés poético, tem três poesias classificadas e publicadas em livros, Poetize 2022 Seleção Poesia Brasileira, Poesia Livre 2022 e Poesia BR. Escrever é meu divã! Colunista EA “Mundo Corporativo”.

linkedin.com/in/patriciaszelpalmilarebertao 

 

Fale com o editor:  

eamagazine@eamagazine.com.br