Por Geliane Mostaço

 

Uma pesquisa recente realizada pela Serasa, em parceria com o Instituto Opinion Box, em um estudo sobre o comportamento financeiro dos aposentados, aponta que a maioria dos aposentados enfrenta dificuldades financeiras, mas ainda se sentem felizes e querem realizar desejos.

Cerca de 60% dos brasileiros precisam continuar trabalhando após aposentadoria, pois não conseguem manter o padrão de vida que tinham antes de se aposentarem e precisam se manter ativos. Além disso, 62% ainda tiveram que recorrer a crédito ou empréstimo para auxiliar nas despesas e, 4 em cada 10 aposentados revelam enfrentar algum tipo de dificuldade financeira para manter as contas essenciais em dia, principalmente os gastos com alimentação, saúde e remédios.

Um resultado muito interessante da pesquisa revela que a maioria dos aposentados se sentem felizes (29%), independentes (27%) e aliviados (22%) por alcançarem essa fase da vida. Muitos ainda querem realizar desejos como quitar as dívidas (44%), viajar (33%), aproveitar o tempo livre (30%) e ajudar os familiares (24%).

O aposentado de hoje não é igual ao aposentado de ontem. Isso é um fato, assim como, das gerações passadas. Claramente, os tempos são outros e o poder aquisitivo também.

O valor da aposentadoria paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), não cobre as despesas necessárias para manter o padrão de vida do brasileiro, a tal sonhada renda passiva, aquela que você ganha sem precisar trabalhar, está cada vez mais distante de ser uma realidade.

E assim será, cada vez mais distante com as novas regras implementadas pela Reforma da Previdência.

Se por um lado, atingir uma renda passiva suficiente para cobrir as despesas, vindo de um programa do governo é cada vez mais distante, por outro, ficar aposentado sem ter outra renda complementar, também não é mais uma realidade nos tempos presentes.

Seja por necessidade de manter o padrão de vida existente, para poder ter uma tranquilidade financeira, ou por ter energia e propósitos pujantes, contribuindo econômica e intelectualmente na sociedade, não dá para dissociar do aspecto emocional, a atual geração de aposentados se sentem ativos, produtivos, saudáveis e com muita energia para queimar e contribuir economicamente na sociedade.

Um ponto de atenção nessa nova realidade dos aposentados é que a grande maioria deles não se preparou emocionalmente e financeiramente para essa fase da vida.

Aqueles que fazem parte da estatística da pesquisa e continuam trabalhando, após se aposentarem, devem fazer um planejamento financeiro para se prepararem para o momento que decidirem parar, assim, estarão mais equilibrados emocionalmente e financeiramente.

Recomendo seguir essas dicas:

  • Controle seu orçamento, primeiro ganhe e depois gaste.
  • Pontue todas as suas despesas, analise o que pode ser reduzido, substituído ou cortado;
  • Se você tiver dívidas, priorize quitá-las o mais rápido possível, e evite contraí-la por descontrole financeiro.
  • Se você tem plano de saúde, faça uma projeção dos valores progressivos com a idade, já sabendo que você precisará se organizar financeiramente para absorver os aumentos dos planos, conforme a idade.
  • Atue na prevenção: ter boa saúde resulta em ter menos comorbidades e, portanto, menos despesas com remédios e tratamento para a saúde, faça exames de rotina, faça atividades físicas regularmente, se alimente de forma saudável, durma bem, cuide do seu emocional, passeie, curta a família e trabalhe com moderação.
  • Ajuste o seu padrão de vida a sua realidade atual, você não tem que provar nada para ninguém.
  • Faça seu mapa anual dos sonhos e continue definindo seus objetivos e metas para alcançá-los.
  • Evite compras parceladas de longo prazo e cuidado com os gastos do cartão de crédito, priorize pagamentos à vista.
  • Construa uma reserva de emergência, de pelo menos 6 a 12 meses, que possa suprir necessidades emergenciais, que estão sendo cobertas pela renda complementar.
  • Deposite mensalmente um valor na sua conta da liberdade financeira, aproveite se estiver ativamente trabalhando, e construa uma boa carteira de investimentos para se beneficiar do efeito dos juros compostos no longo prazo.
  • Blinde o seu patrimônio, há mecanismos de você proteger com um bom seguro de vida que cubra eventuais gastos com despesas médicas, e possibilita realizar um adequado planejamento sucessório para proteger a sua família.

Desfrute a vida ao máximo, com leveza, sabedoria, experiência, alegria e vivacidade!

Fonte pesquisa:

https://www.terra.com.br/economia/60-dos-brasileiros-precisam-continuar-trabalhando-apos-aposentadoria,84f3c9270bc7b4471d2b7cc0a8c7308bcx36ieiq.html

 

Geliane

Geliane Mostaço é administradora de empresas, experiência de mais de 30 anos no mercado financeiro, MBAs em Gestão por Processos (FIA); Gestão Empresarial (FGV), Investimentos em Private Banking (IBMEC); Pós-graduação em Educação Financeira (Instituto Soaper). Proprietária da Geliane Mostaço Consultora de Finanças e Negócios especializada em Finanças Pessoas e Empresarias para Mulheres. Embaixadora Master do Clube de Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa. Membro do G100 Global Networking Wing. Atua no mercado como consultora, palestrante, escritora e educadora financeira. Colunista EA “Educação Financeira”.

LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/geliane-mostaco/

 

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