Por Geliane Mostaço
As mulheres têm se posicionado cada vez mais para conseguirem igualdade de gênero e conquistarem o seu espaço no mercado de trabalho e a sua autonomia financeira.
Como resultado desse avanço, observa-se maior interesse das mulheres em entender sobre finanças para irem em busca de conquistarem sua independência financeira.
Num passado não muito distante, as mulheres deixavam a parte financeira das despesas e receitas da casa para o homem cuidar, afinal prover sempre foi majoritariamente o papel dele. Mas e agora que nós mulheres também somos provedoras, representamos 51,5% da população do país, de acordo com o Censo de 2022 atualizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O que isso muda atualmente?
As mulheres ainda possuem dificuldades para serem inseridas no mercado de trabalho, com destaque para maiores taxas de desemprego, menores salários, dificuldade de crescimento profissional e maior informalidade.
Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) Boletim Especial de 08/03/2024, mostram que no quarto trimestre de 2023, 66,286 milhões de pessoas estavam fora da força de trabalho e, dessas, 42,839 milhões eram mulheres, o que corresponde a 64,6% desse total.
Em relação aos rendimentos de salários das mulheres, nesse mesmo período foi 22,3% menor do que os homens. Uma outra desigualmente é a dificuldade de ascensão em cargos de liderança, muito prejudicada pela discriminação e o assédio sofridos, somados a dificuldade em conciliar os afazeres domésticos, que também é muito desproporcional em relação às horas semanais dedicadas em casa.
Carga horária maior
As mulheres dedicam em média 17 horas semanais, contra 11 horas semanais dedicadas pelos homens. Acrescenta-se também a dificuldade em conseguir creches para os filhos e tempo para realizarem cursos profissionalizantes e extracurriculares fora da jornada de trabalho.
Por essas questões expostas, a informalidade, ou seja, mulheres que não possuem emprego com carteira assinada e nem um CNPJ, representam 72,7% do total de 8,9 MM das mulheres ocupadas, sendo que apenas 27,3% possuem um registro de CNPJ com MEI ou pelo regime do Simples, que permitem ter acesso a benefícios e direitos legais.
Essa realidade precisa mudar, é necessário desenvolver com urgência políticas públicas e ações por parte de entidades privadas e da própria população em buscarem mais espaço na sociedade.
Interessante é que, embora o nível de ocupação econômica seja menor de mulheres em relação aos homens, os números em relação ao nível de instrução invertem.
As mulheres possuem melhores resultados educacionais em sua trajetória de escolarização, de acordo com o IBGE, em pesquisa realizada no segundo trimestre de 2022, quando comparados aos homens, nas seguintes classificações:
- Sem instrução e ensino fundamental incompleto (32,7%) mulheres e (35,5%) homens
- Ensino superior completo (21,3%) mulheres e (16,8%) homens
Mulheres empreendedoras
Mulheres geram empregos e oportunidades para outras mulheres fomentando uma rede de crescimento e de grande aprendizado.
Ao empreender a mulher precisa olhar não apenas para o seu produto ou serviço atrelado ao seu negócio, é preciso cuidar das suas finanças para que seu negócio seja próspero.
Ter uma visão de longo prazo, analisar a saúde financeira da empresa e realizar um planejamento financeiro são os primeiros passos para a mulher ir em busca de conquistar sua independência com as finanças e se organizar para construir a sua liberdade financeira.
Sempre quando pensamos em alcançar uma liberdade financeira, a primeira coisa que vem à mente é começar a poupar para investir e criar um patrimônio que possibilite viver de renda passiva.
Sem dúvida investir é uma das etapas mais importantes, mas há alguns passos fundamentais antes de começar pelos investimentos. O mindset financeiro precisa mudar.
É importante entender como é a sua relação com o dinheiro, identificar o seu perfil financeiro, manter uma organização com registros das entradas e saídas de dinheiro, traçar objetivos e metas de pequeno, médio e longo prazos.
Se possui uma empresa, separar as contas de pessoa física e jurídica, definir um pró-labore, traçar os objetivos e metas da empresa, analisar o mercado de atuação, possuir um planejamento estratégico independente do porte da empresa, esses são alguns dos principais pilares para obter um negócio sustentável.
Seja verdadeiramente livre e conquiste sua liberdade de escolha!
Fontes:
https://www.dieese.org.br/boletimespecial/2024/mulheres2024.html
Geliane Mostaço é administradora de empresas, experiência de mais de 30 anos no mercado financeiro, MBAs em Gestão por Processos (FIA); Gestão Empresarial (FGV), Investimentos em Private Banking (IBMEC); Pós-graduação em Educação Financeira (Instituto Soaper). Proprietária da Geliane Mostaço Consultora de Finanças e Negócios especializada em Finanças Pessoas e Empresarias para Mulheres. Embaixadora Master do Clube de Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa. Membro do G100 Global Networking Wing. Atua no mercado como consultora, palestrante, escritora e educadora financeira. Colunista EA “Educação Financeira”.
LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/geliane-mostaco/
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