Por Aline Sousa
O conceito de employee advocacy se refere ao ato de capacitar e encorajar funcionários a promoverem a empresa para a qual trabalham, seja por meio de redes sociais, seja em interações do dia a dia. Essa prática é fundamentada na ideia de que os funcionários, ao compartilharem experiências e conteúdos positivos sobre a empresa, tornam-se fontes confiáveis e genuínas de informação para suas redes de contatos.
De acordo com um estudo da Edelman Trust Barometer (2021), 68% das pessoas confiam mais em informações vindas de “pessoas como elas” do que em comunicados oficiais de empresas.
Isso demonstra o impacto que a voz dos colaboradores pode ter na construção da confiança em uma organização.
Autenticidade como pilar
Diferentemente de campanhas publicitárias tradicionais, que podem ser vistas como artificiais ou manipuladoras, as mensagens transmitidas por colaboradores possuem um tom mais pessoal e humano, o que aumenta a probabilidade de gerar engajamento. Essa autenticidade pode criar uma conexão emocional mais profunda entre a organização e seus públicos externos.
A Rede Globo de Televisão, por exemplo, possui um programa de Pessoas Embaixadoras, que de forma voluntária, divulgam as iniciativas da organização em suas próprias redes socias. Seja por meio de depoimentos, entrevistas, registros de projetos, reconhecimentos, dentre outros.
É uma ferramenta estratégica que potencializa o engajamento interno e amplia o alcance da comunicação organizacional.
O Employee Advocacy não é isento de desafios. Primeiramente, a adesão dos colaboradores não pode ser forçada ou parecer artificial. É basilar que a comunicação seja voluntária, autêntica e alinhada com os valores pessoais de cada indivíduo. Forçar uma narrativa positiva pode gerar desconfiança, tanto internamente quanto externamente.
Outro ponto crítico é a preparação dos colaboradores para esse papel. Não basta incentivá-los a compartilhar conteúdos; é preciso capacitá-los. Programas de treinamento que abordem o uso ético e estratégico das redes sociais, por exemplo, são indispensáveis para evitar crises na reputação.
Valor que se compartilha
Na era da transparência e da hiperconectividade, a força dos embaixadores de marca está diretamente relacionada à cultura organizacional. Empresas que valorizam seus colaboradores, promovem ambientes de trabalho saudáveis e mantêm uma comunicação aberta têm mais chances de obter sucesso nessa estratégia.
Como destaca Simon Sinek em seu livro Leaders Eat Last (2014), “as pessoas não compram o que você faz, mas por que você faz”. Se os colaboradores acreditam no “porquê” de sua organização, sua disposição para promovê-la será intuitiva, natural e eficaz.
Aline Sousa é mãe e mulher que acredita no poder do propósito e colaboração. Formada em Administração, MBA em Gestão de Pessoas, mais de oito anos de experiência em Gente & Gestão. Headhunter, consultora de RH, mentora de carreira, professora, palestrante. Eleita Linkedin Top Voices (com mais de 560 mil seguidores), Top 20 Ibest e business influencer de grandes marcas. Colunista EA “Pessoas no centro”.
Linkedin: https://www.linkedin.com/in/aline-sousa-headhunter/
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