Por Rosana Nicácio
Quando pensamos em uma empresa de sucesso, o que nos vem à mente? Talvez produtos inovadores, uma estratégia de marketing impecável, ou até mesmo uma capacidade impressionante de adaptação às novas tendências. Porém, existe um elemento invisível, mas fundamental, que sustenta tudo isso: a cultura organizacional.
E se você negligenciar essa base, pode apostar que qualquer estratégia brilhante será devorada no café da manhã, como sabiamente apontou Peter Drucker.
Imaginemos a cultura organizacional como o solo de um jardim.
Você pode ter as melhores sementes do mercado, a tecnologia de irrigação mais avançada e um calendário rigoroso de cultivo, mas se o solo não for fértil e bem cuidado, suas plantas não prosperarão. Da mesma forma, não importa quão detalhado e promissor seja o seu planejamento estratégico, se a cultura da empresa não for sólida e alinhada, todos os esforços serão em vão.
Mas o que é essa tal cultura organizacional?
É o conjunto de valores, crenças, comportamentos e práticas que definem o ambiente de trabalho e guiam as ações dos colaboradores. É o “jeito de ser” da empresa, aquilo que determina como as pessoas se relacionam, tomam decisões e lidam com desafios. É essa atmosfera intangível que pode inspirar inovação, fomentar a colaboração e impulsionar a produtividade. Ou, se ignorada, pode gerar desmotivação, conflitos e estagnação.
Trabalhar a cultura organizacional é investir no longo prazo.
Senso de propósito compartilhado
É garantir que todos os colaboradores, do estagiário ao CEO, estejam na mesma página, remando na mesma direção. Isso cria um senso de propósito compartilhado, uma coesão que torna a empresa resiliente frente às adversidades e flexível para abraçar mudanças e tendências.
A tendência do mercado é como uma onda: poderosa, mas passageira. Se a empresa está alinhada em sua essência, com uma cultura forte e coesa, ela não apenas surfa essas ondas com maestria, mas também está preparada para se adaptar quando a maré mudar. Porque a realidade é que tendências vêm e vão, mas a cultura é o que permanece, é o que molda a identidade da organização e sustenta seu crescimento.
Uma cultura bem trabalhada, sabemos, atrai e retém talentos.
Em um mercado cada vez mais competitivo, onde profissionais buscam mais do que apenas um salário, mas também propósito e alinhamento de valores, ter uma cultura sólida se torna um diferencial estratégico. Empresas que investem em cultura criam um ambiente onde as pessoas querem estar, onde sentem que fazem parte de algo maior, onde seu trabalho tem significado.
Vamos a um exemplo prático.
Imagine uma empresa que decide adotar uma nova tendência tecnológica sem preparar seu terreno cultural. Investe milhões em software de ponta, treinamentos intensivos, mas esquece de alinhar a equipe, de comunicar o propósito e de envolver as pessoas no processo.
O que acontece? Resistência, baixa adesão e, no final, um projeto que tinha tudo para ser inovador se transforma em um fracasso caro. Agora, pense no contrário: uma empresa que, antes de adotar a nova tecnologia, trabalha sua cultura, comunica claramente os benefícios, envolve os colaboradores na tomada de decisão e cria um ambiente de suporte e incentivo.
Resultado: Time engajado, que abraça a mudança e transforma a tendência em um verdadeiro diferencial competitivo.
Pense. Antes de se apaixonar pela última moda do mercado, olhe para dentro. Invista na sua cultura na empresa. Crie um ambiente onde as estratégias tenham espaço para florescer e onde as tendências possam ser integradas de forma natural e eficaz. Lembre-se sempre da máxima de Drucker: “A cultura não apenas come a estratégia no café da manhã”, ela define o que estará no cardápio. E, se bem cuidada, garantirá que sua empresa tenha um banquete de sucesso, todos os dias.
Rosana Nicácio é uma eterna aprendiz da Universidade da Vida. Amante incondicional das dádivas da natureza, do afago da família, da poesia em forma de canção, do sorriso no rosto, da alegria que contagia, do bom, do belo e do bem. Graduada em formação de Executivos e pós-graduada em Gestão de Pessoas (UNP Universidade Potiguar), life coach (Escola Latina Americana de Coach, SP), mentora organizacional (Erlich Mentoring, Brasil/Europa), certificada na metodologia Lego Serious Play® (Strategic Play Training), tem vários cursos de extensão em Inovação e Futurismo (ESPM). Co-autora do livro “SobreGentes – Histórias Curtinhas de Gente de Verdade”. Mais de 30 anos atuando como executiva de mercado, consultora, palestrante e mentora de Gente & Gestão, nos segmentos do Comércio, Serviço e Indústria. Colunista EA “Organizações Humanizadas”.
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