Por Priscilla Couto
“Quem sou eu para estar nessa posição?” Ou ainda: “Em algum momento vão descobrir que eu não sou tão boa assim”.
Essas frases ressoam? Se sim, você não está sozinha.
A síndrome da impostora é uma visitante incômoda no universo de muitas mulheres, principalmente as líderes, que apesar de suas conquistas, lutam contra seus pensamentos intrusivos, que fazem questão de demonstrar que não são merecedoras do sucesso.
Segundo a psicóloga Pauline Clance, que cunhou o termo na década de 1970, a Síndrome da Impostora é caracterizada pela incapacidade de internalizar realizações, resultando em uma constante sensação de fraude.
Dados recentes indicam que 70% das mulheres já experimentaram esse fenômeno em algum momento de suas carreiras.
E para mulheres em posições de liderança, esse desafio pode ser ainda mais acentuado.
Como a autossabotagem afeta a liderança feminina?
Autossabotagem é como plantar pedrinhas no seu próprio caminho.
Você pode até não perceber, mas os pequenos gestos de dúvida, recusar uma promoção, evitar falar em reuniões ou minimizar conquistas, acumulam um impacto profundo.
No mundo corporativo, confiança é uma moeda valiosa e essa sensação de “fraude”, interferem na tomada de decisões, em delegar tarefas, reivindicar créditos e até dar feedback, prejudicando não apenas sua imagem, mas também a eficácia dos seus times.
Mas aqui vai um spoiler: você não precisa continuar nesse ciclo. É possível reconstruir o caminho, rumo à autoconfiança e liderança plena.
Três ferramentas poderosas para combater pensamentos limitantes:
- Reescreva sua narrativa
Se você é sua maior crítica, que tal se tornar sua maior apoiadora? Uma técnica poderosa é reverter pensamentos negativos. Sempre que surgir algo como “Eu não sou boa o suficiente”, questione: “Onde está a prova disso?” e aproveite para listas suas conquistas do trimestre. - Celebre pequenas vitórias
É comum para mulheres, não comemorem suas realizações, com aquele pensamento: isso faz parte do meu trabalho. Crie o hábito de listar realizações diárias ou semanais e seja grata por cada uma. - Busque apoio
A vulnerabilidade é uma ferramenta de desenvolvimento da Liderança e não um erro. Realizar trocas com outras lideranças ou ter uma mentora para guiar você, compartilhar experiências e te ajuda a trilhar esse caminho sem solidão. Como diz Brené Brown: “A coragem começa com a disposição de ser vulnerável”.
O impacto da autoestima na liderança
Não é exagero dizer que uma líder confiante contagia. Pesquisas revelam que equipes lideradas por pessoas seguras de si demonstram 31% mais produtividade e 23% mais engajamento.
Afinal, a autoestima elevada não só promove decisões assertivas, mas também incentiva e propaga um ambiente de trabalho positivo e inclusivo.
Mas não se preocupe, porque autoestima é como um músculo e pode ser desenvolvida.
Assim, pratique o autocuidado diariamente, invista em seu desenvolvimento pessoal e lembre-se: você não precisa ser perfeita para ser extraordinária.
Conclusão:
Superar a síndrome da impostora não significa eliminá-la para sempre. Ela pode aparecer em novos desafios, mas você estará mais preparada para reconhecê-la e lidar com ela.
Lembre-se que sua jornada como líder não é sobre não errar, mas sobre aprender e crescer a cada passo.
Como diz Maya Angelou: “Eu aprendi que as pessoas esquecerão o que você disse, esquecerão o que você fez, mas nunca esquecerão como você as fez sentir”.
Então, que tal começar a se sentir confiante e inspirar outras mulheres a fazerem o mesmo?
Priscilla Couto é mãe de duas filhas e avó, e transformou sua carreira ao empreender os 40 anos, depois de longa jornada profissional no mercado e após um desligamento corporativo. Atua em consultoria de RH, é palestrante, professora e mentora de Liderança e Carreira. Foi eleita entre as 10 maiores autoridades em Carreira no Brasil pelo LinkedIn, conquistando o título de Top Voice. É TOP30 Influenciadora de RH no Brasil pelo Prêmio Ibest e Influencer de grandes marcas. Colunista EA “Liderança Feminina”.
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