Por Priscilla Couto
Estreio minha coluna na EA Magazine querendo refletir com você, com o mercado, o papel inclusivo da mulher em posições de liderança.
Imagine o seguinte cenário: você está em uma sala de reunião com 10 pessoas e apenas 2 delas são mulheres. A Cena é muito comum, não é? Mesmo com tantos avanços, a liderança feminina ainda é minoria. Para se ter ideia, segundo o IBGE, apenas 37% dos cargos de liderança no Brasil são ocupados por mulheres. E no topo da pirâmide, como CEOs? Menos de 15%. Isso é real e preocupante em pleno 2025.
Mas por que isso acontece?
O caminho até a liderança para mulheres é como atravessar um campo minado: cheio de estereótipos, preconceitos e desafios invisíveis.
Um exemplo claro é o famoso “viés inconsciente”. Quantas vezes você já ouviu alguém dizer que uma mulher é “mandona”, enquanto um homem é considerado “assertivo”? Sem falar da maternidade que se torna um obstáculo, nos fazendo ser vistas como menos comprometidas por termos filhos, algo que não costuma ser questionado nos homens, serem pais.
Você sabia: que 48% das mulheres que retornam da licença maternidade são desligadas?
Uma realidade que tem feito com que cada vez mais, mulheres optem por deixar a vontade de ter filhos “de lado”, para crescerem em suas carreiras. Quando o ideal deveria ter pleno direito aos dois, sem comprometimento de seu desempenho profissional.
As vantagens de uma liderança feminina
E aqui vai um dado para dar aquele tapa na cara dos críticos: estudos da McKinsey mostram que empresas com mais mulheres em cargos de liderança são 21% mais lucrativas.
Coincidência? Claro que não.
Mulheres possuem habilidades essenciais, como empatia, capacidade de resolver conflitos e uma comunicação mais eficaz. Além disso, lideranças inclusivas ajudam a reter talentos e criam ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos.
Desconstruindo mitos
Ainda há quem pense que mulheres não têm perfil para liderar, que são emotivas demais ou que não conseguem tomar decisões difíceis. Deixa te contar uma coisa: isso é um baita clichê.
Estudos mostram que mulheres são incríveis na gestão de crises, justamente porque conseguem analisar cenários de forma mais ampla e equilibrada.
Além disso, a resiliência feminina é algo digno de estudo — E de admiração.
O que ainda falta?
Falta reconhecimento, oportunidade e acima de tudo, as mulheres acreditarem no seu potencial e se colocarem na linha de frente.
Porque levando em consideração todas as pressões que passamos diariamente, faz com que a gente desenvolva a Síndrome da Impostora. E com esta questão, vem um dos maiores desafios: aquele sentimento de “será que eu realmente mereço estar aqui?”.
Mas vamos combinar: se você chegou até aqui, você é incrível. E merece estar onde quiser.
E agora, o que você pode fazer?
Se você é mulher, comece por reconhecer seu valor e invista no seu desenvolvimento. Aprenda a negociar, a mostrar seus resultados, impor seus limites e, principalmente, a dizer repetidamente: “sim, eu sou boa nisso”.
E aqui uma reflexão para partners masculinos. Se você é homem com liderança de equipes, se torne um aliado do crescimento da carreira feminina. Questione em si mesmo estereótipos, ofereça oportunidades iguais e valorize as competências do seu time no conjunto todo.
A liderança feminina não é apenas uma questão de justiça. É uma estratégia inteligente, empresas que não entenderem isso estão ficando para trás.
E você, que me lê, o que tem feito para mudar esse cenário?
Talvez seja hora de começar hoje.
Afinal, acredito que toda mudança em transformação positiva que precisamos no mundo, passa, inevitavelmente, por mais mulheres no comando.
Priscilla Couto é mãe de duas filhas e avó, e transformou sua carreira ao empreender os 40 anos, depois de longa jornada profissional no mercado e após um desligamento corporativo. Atua em consultoria de RH, é palestrante, professora e mentora de Liderança e Carreira. Foi eleita entre as 10 maiores autoridades em Carreira no Brasil pelo LinkedIn, conquistando o título de Top Voice. É TOP30 Influenciadora de RH no Brasil pelo Prêmio Ibest e Influencer de grandes marcas. Colunista EA “Liderança Feminina”.
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