Por André Coelho

 

Apple, Microsoft, Amazon, Google e Meta. O que mais essas empresas têm em comum além de serem gigantes do setor da tecnologia e fazerem parte da lista de empresas mais ricas do mundo, com um valor de mercado combinado superior a 10 trilhões em 2024?

Além do segmento em comum e o sucesso financeiro, essas corporações compartilham um traço fundamental: todas elas nasceram de um sonho e de uma atitude empreendedora.

Seus fundadores se destacaram por estarem à frente de seu tempo, oferecendo soluções inovadoras para problemas e necessidades reais em um mercado ainda em construção.

Esse movimento empreendedor não só definiu o início dessas empresas, mas também exemplifica muito bem o conceito de startup. Quando uma ou mais pessoas decidem resolver um problema ainda não solucionado de forma eficiente ou melhorar a forma como um problema é resolvido através de uma solução tecnológica inovadora, expondo-se a cenários de incertezas e buscando desenvolver um modelo de negócio lucrativo, estamos diante de uma Startup.

Uma startup não é um tipo de empresa, mas sim o período durante o qual uma instituição formada por pessoas está buscando transformar uma ideia inovadora em uma empresa consolidada no mercado. Entender isso é fundamental não apenas para desmistificar o conceito de startup, pois há quem acredite, por exemplo, que o Google ainda é uma startup, ou que o início de um negócio tradicional também é uma startup, como, por exemplo, abrir uma nova padaria sem qualquer tipo de inovação ou tecnologia associada.

Ao criar um novo negócio tradicional, como uma padaria, não podemos considerá-lo uma startup.

Mas pense. Se alguém identificasse que milhares ou até mesmo milhões de pessoas têm dificuldade em ir até uma padaria para comprar pão, mas adorariam ter um pão quentinho todos os dias, e criasse uma tecnologia que permitisse que as pessoas pudessem comprar pão e recebê-lo no conforto de suas casas, e ainda melhor, quentinho, isso sim poderia ser considerado uma startup.

Mas afinal, o que podemos aprender com as startups?

Primeiramente, vamos relembrar as cinco empresas citadas no início deste texto e refletir sobre o impacto que elas geram no mundo. É praticamente impossível que você não tenha sido impactado por uma ou mais soluções criadas por uma dessas empresas em algum momento da sua vida. Imaginar que essas empresas nasceram como startups nos faz começar a perceber o impacto que isso tem no mundo.

Inovação, a única coisa permanente

Tom Peters, considerado o pai das empresas modernas, disse que a única coisa permanente para empresas excelentes é a inovação, e é justamente esse elemento chave que está presente em qualquer novo negócio que possa ser classificado como uma startup. Com tantas inovações surgindo no mercado, a busca por excelência nos negócios e em nossas carreiras não é mais uma opção, e como o próprio Peters disse, o caminho para isso é inovar.

Além da inovação, outras duas características marcantes que podemos encontrar nas startups são a adaptabilidade e a velocidade. As startups devem estar prontas para se adaptar rapidamente a mudanças do mercado, dos clientes, dos concorrentes ou de muitos outros fatores. A velocidade dessa adaptabilidade é crucial para uma startup obter um resultado positivo em relação ao seu objetivo. Um mês a mais para executar alguma ação pode simplesmente significar a morte do negócio.

Como mencionado antes, uma startup não é um tipo de empresa, mas sim um período ou fase de uma empresa inovadora.

Esta fase geralmente se encerra após a validação do negócio, entretanto, as constantes mudanças no mercado demandam das empresas e profissionais a habilidade de se adaptar e inovar rapidamente, atributos essenciais que caracterizam uma startup. Considerando então, que embora uma startup seja apenas o período de um negócio, suas características são fundamentais em qualquer momento. Isso faz com que, ser uma startup, deixe de ser apenas um período para também se tornar uma mentalidade indispensável, tanto para pessoas quanto para empresas que querem prosperar no novo mundo do trabalho.

 

Andre Coelho foto EA

André Coelho é CEO na Eloh, engenheiro de software (UFPA), mestre em Computação e especialista em Inovação, com mais de 16 anos de experiência no mercado de inovação tecnológica, contribuindo com empresas como desenvolvedor, analista de negócios, gerente de produto e gerente de TI. Atua como conselheiro de startups e head de Inovação sob demanda, apoiando startups a se tornarem corporações inovadoras e, corporações a inovarem, por meio do mindset startup. É mentor em aceleradoras, palestrante e criador do @PersonalTech, o personal trainer dos profissionais do futuro. Colunista EA “Startup”.

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