Por Débora Kelly
Um dos maiores desafios que existe para quem tem a coragem de buscar o autoconhecimento é entrar em contato com sua própria sombra. Para entendermos como fazer este enfrentamento precisamos ter uma visão holística do ser humano.
A cultura chinesa nos ajuda a ver o ser humano nesta perspectiva holística com seus princípios filosóficos, fruto de observação empírica e inteligente do mundo, consideram que o todo está em tudo!
O microcosmo que constitui o homem é idêntico ao macrocosmo do universo, ou seja, as leis que estruturam o universo são as mesmas que estruturam o homem.
Assim como a natureza tem o seu ciclo, primavera, verão, inverno e outono, o homem também tem seu ciclo de vida, nascimento, crescimento, envelhecimento e morte.
A nossa consciência no intuito de compreender o mundo classifica tudo em pares de opostos.
E assim vamos dando nomes as polaridades.
Cada polo depende do outro, um não existe sem o outro. Se eliminarmos um, o outro desaparece.
Eles se complementam e se compensam.
Acolher a si
Só enxergamos a luz porque há escuridão, só valorizamos o silêncio porque existe o barulho, só desejamos aprender algo por causa da ignorância, só teremos coragem porque existe medo, só há respostas porque existe perguntas.
Assim é também para a busca do autoconhecimento, quando se faz tão importante a coragem de visitar e acolher as nossas sombras para que possamos encontrar nossa luz.
Nós, seres humanos, sabemos que não somos perfeitos e muito menos donos da verdade, mas ainda temos dificuldades de aceitar limitações, e este nosso lado que nem sempre é o mais bonito.
Só que mesmo que não aceitamos, ele existe. E só conseguimos mudar isso trabalhando nosso ego e acolhendo nossas limitações. Só assim haverá a expansão da consciência.
A sombra é o nosso lado em que guardamos o sistema de defesa dos traumas, onde reprimimos nossas emoções e guardamos tudo em nosso inconsciente.
Nada mais é do que nossas raivas, frustrações, medos, invejas, são instintos que acolhemos na nossa personalidade e insistimos em controlar.
Por isso, se faz tão importante aceitarmos que essas emoções fazem parte do ser humano, assim como a alegria, a felicidade, a saudade, a compaixão e outras emoções de luz.
Porém temos o péssimo hábito de abafar emoções que julgamos negativas, porém elas estão guardadas em nosso inconsciente. Do nada poderemos ter algum gatilho que venha a desencadear essas emoções, não termos o necessário controle e, desta forma, acabar nos sabotando em atitudes inconscientes.
Por isso, se faz tão necessário a busca pelo autoconhecimento e pela autoaceitação. Assumir que não somos perfeitos. Parar de brigar com nossas emoções, passar a olhar para elas e a nos perguntar: o que elas querem me ensinar?
Quando olhamos para as emoções negativas, passamos a nos respeitar e aceitar nossos limites, pois somente quando entendo meus limites sou capaz de expandir e me aprimorar.
Quanto mais acolho minhas sombras mais encontro minha luz!
Para isso é preciso ter a humildade de buscar quem realmente se é.
Entender limitações e buscar mudanças de comportamentos. Primeiro passo é sair da vitimização e trazer a autorresponsabilidade para encarar imperfeições e entender que a vida só pode mudar se eu me permitir a aceitar que não sou perfeito.
Por isso investir nos cuidados com a saúde mental e o autoconhecimento passa a ser primordial e o maior e melhor investimento que podemos fazer para ter uma vida plena, com autorrealização e comprometimento com nossos processos evolutivos.
E você tem investido no seu autoconhecimento, como você tem se relacionado com sua sombra? Tem encontrado a luz no seu caminho?
Débora Kelly de Oliveira é mãe da linda Raíssa, empreendedora atuando em desenvolvimento humano há mais de 20 anos. Graduada em Administração de Empresas (Unifenas, MG), especialista em gestão de Projetos (Unichristus, CE) e em Psicologia Transpessoal (Unipaz, SP), personal professional Coach SBC, terapeuta Comunitária Integrativa, terapeuta Sistêmica, consteladora Familiar. Professora em cursos profissionalizantes, de graduação e pós-graduação. Voluntária do programa de educação Valores Humanos de Sathya Sai Baba, das Terapias de Rene Mey, e também Massoterapeuta. Tem como propósito ajudar a seu próximo a transformar suas dores em talentos por meio do autoconhecimento. Colunista EA “Saúde Mental”.
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