Por Priscilla Couto

 

No mundo corporativo, ainda dominado por estruturas tradicionais de liderança, a ascensão feminina tem se destacado por um diferencial essencial: a inteligência emocional.

A habilidade de liderar com empatia, compreender os desafios da equipe e promover um ambiente seguro se tornou não apenas uma característica desejável, mas um fator determinante para o sucesso organizacional.

Por que habilidades emocionais são diferenciais no mercado?

Daniel Goleman, em seu livro “Inteligência Emocional”, destaca que cerca de 80% do sucesso profissional vem da capacidade de lidar com emoções, tanto as próprias quanto as dos outros.

Em um cenário de mudanças constantes, líderes que conseguem manter a calma sob pressão, criar conexões genuínas e motivar suas equipes têm mais chances de alcançar resultados sustentáveis.

Empresas que valorizam essas competências também se destacam. Segundo a pesquisa “State of the Global Workplace”, da Gallup, funcionários que se sentem apoiados por seus líderes são 59% menos propensos a procurar um novo emprego. Ou seja, a inteligência emocional impacta diretamente a retenção de talentos e o engajamento.

Exemplos práticos de lideranças femininas que transformaram equipes usando empatia

1. Jacinda Ardern: empatia em tempos de crise

A ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, ficou conhecida mundialmente por sua liderança empática durante crises como a pandemia de COVID-19 e o atentado a mesquitas em Christchurch. Em vez de apenas impor regras, ela se conectou com a população por meio de comunicação transparente e acolhedora.

Seu estilo de liderança reforça o que Brené Brown ensina: “Vulnerabilidade é a chave para a liderança autêntica.”

2. Satya Nadella e a mudança na Microsoft

Embora não seja uma mulher, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, revolucionou a cultura da empresa ao priorizar a empatia, promovendo lideranças femininas que valorizam o aprendizado contínuo e a colaboração. Ele destaca que “a empatia é essencial para a inovação.”

Sob sua gestão, a Microsoft se tornou uma das empresas mais admiradas no quesito cultura organizacional.

Como desenvolver inteligência emocional na liderança?

  1. Autoconhecimento: entenda suas emoções, analise como você reage a diferentes situações e descubra o que pode despertar um gatilho para ficar irritada ou ansiosa.
  2. Controle emocional: respire antes de reagir, tenha calma em situações difíceis e evite tomar decisões no calor do momento.
  3. Desenvolva a empatia: ouça com vontade de ouvir e não com respostas prontas. Coloque-se no lugar do outro, seja acessível e mostre à equipe que eles podem contar com você.
  4. Comunicação clara: diga o que precisa ser dito sem rodeios, saiba ouvir críticas e, ao dar feedback, foque nos acontecimentos, não nas pessoas.
  5. Adapte-se e seja resiliente: as mudanças vão existir, então não sofra por antecipação. Siga o plano, apague os incêndios e veja os desafios como oportunidades de crescimento.

A liderança feminina tem como característica uma visão mais humanizada, o que não altera em nada suas estratégias, inovação ou produtividade. Ao contrário, as pessoas se engajam mais quando entendem que fazem parte do processo e não são apenas mais um número.

Assim, construímos ambientes mais inclusivos e felizes.

Afinal, como diz Brené Brown: “Liderança não é sobre títulos, é sobre a capacidade de reconhecer e desenvolver o potencial nas pessoas.”

Essa a verdadeira revolução da liderança feminina.

 

priscilla - Liderança feminina: a força da empatia e da inteligência emocional

Priscilla Couto é mãe de duas filhas e avó, e transformou sua carreira ao empreender os 40 anos, depois de longa jornada profissional no mercado e após um desligamento corporativo. Atua em consultoria de RH, é palestrante, professora e mentora de Liderança e Carreira. Foi eleita entre as 10 maiores autoridades em Carreira no Brasil pelo LinkedIn, conquistando o título de Top Voice. É TOP30 Influenciadora de RH no Brasil pelo Prêmio Ibest e Influencer de grandes marcas. Colunista EA “Liderança Feminina”.

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