Por Maurício Munhoz

 

Recentemente fui dar treinamento para turmas de uma multinacional com foco em implementar do melhor modo estratégias organizacionais. Durante o meu aquecimento para aquele público de líderes, me ocorreu um daqueles momentos em que o cérebro funciona de um modo meio diferente: eu me lembrei do Coiote.

O Coiote…

Para quem tem idade próxima à minha, a lembrança dele deverá vir mais facilmente. Já aqueles quem têm fotos de infância colorida, possivelmente precisarão usar o Google para saberem de quem estou falando.

Irei facilitar: estou falando desse cara aqui:

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Começo contando que ele tinha uma meta muito clara em mente, posso dizer que era quase uma missão de vida dele: pegar um outro cara, o Papa-Léguas.

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O Coiote era obstinado em realizar essa missão de vida dele. Estudava o ambiente e pesquisava quais eram as melhores soluções possíveis…

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Posso dizer com toda certeza de que o Coiote tinha um budget infinito! Dinheiro não era problema para ele pois jamais vi ele reclamando que não tinha recursos para conseguir as ferramentas que ele precisava. Aliás, ele tinha total acesso a todas as tecnologias disponíveis no seu contexto.

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E ainda assim, mesmo sendo obstinado, mesmo pesquisando e planejando, tendo todo budget e ferramental disponíveis para realizar seus planos, ele invariavelmente terminava cada episódio assim…

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Cá entre nós, eu torcia muito pelo Coiote!

Ele tinha uma missão clara, era super engajado e focado, se planejava antes de iniciar qualquer atividade. Conseguia ter em mãos todas as ferramentas necessárias para realizar seus planos, e em todos os episódios ele terminava com essa cara de “deu ruim”.

Trazendo esse personagem tão querido da minha infância para a nossa realidade organizacional, quais seriam as dicas que eu daria para conseguirmos pegar os nossos Papa-Léguas?

Eu traria uma dica simples e poderosa, que traz consigo algumas boas lições de casa a serem pensadas e feitas:

“Passe a atuar em conjunto com outros parceiros, com uma equipe, e construa uma cultura de engajamento com este grupo!”.

Quando Peter Drucker disse que “a Cultura come a estratégia no café da manhã”, ele nos provoca nestes pontos.

Por mais que o planejamento estratégico seja bem elaborado, por melhor que seja desenhado para guiar a organização em direção a seus objetivos futuros, precisamos cuidar das pessoas que irão executar essa estratégia.

Se a cultura organizacional for funcional e congruente, ela pode potencializar a execução da estratégia, alinhando naturalmente os esforços dos funcionários com os objetivos da organização. Por outro lado, uma cultura disfuncional ou em conflito com a estratégia proposta pode sabotar mesmo os planos mais bem elaborados, tornando-os ineficazes ou até impossíveis de serem implementados.

Ou seja, a cultura de uma empresa tem o poder de “devorar” a estratégia porque a cultura influencia profundamente como as pessoas se comportam, cooperam e se engajam com seu trabalho diário. Entendo que conhecer e atuar na cultura organizacional torna-se um aspecto fundamental da liderança eficaz.

Líderes e gestores precisam estar cientes das forças culturais em jogo dentro de suas organizações e trabalhar conscientemente para cultivar uma cultura que apoie e reforce suas estratégias.

Vivenciar os valores da empresa (famoso Walk The Talk), ter a clareza de onde estamos e onde queremos chegar, saber o papel e a responsabilidade de cada um durante essa caminhada, e comunicar isso de modo claro e consistente a todos na organização é papel fundamental da liderança.

Ou atuamos com uma cultura de engajamento juntos com quem está conosco, ou temos nosso querido Coiote que faz a gentileza de nos lembrar, desde a década de 70, do século 20, sobre o que acontece caso persistamos em trilhar nossos caminhos “sozinhos”.

Um forte abraço a você, e bora adiante!

 

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Maurício Munhoz é sócio-proprietário da Human Connection Desenvolvimento Humano. Consultor Sênior com atuação em projetos e ações de Treinamento & Desenvolvimento, Transformação Cultural e Gestão de Mudanças Organizacionais. Se diz um curioso sobre coisas da vida. É adepto de uma vida simples, de viagens e de conhecimentos, sendo que como diz, seu maior patrimônio reside na sua relação com a sua esposa e a família. Tem como grande motivação deixar o mundo (pelo menos um pouquinho) melhor. É colunista EA “Cultura: E o RH com isso?”

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