Por Simara Alves

 

Estamos na era do Bebê Reborn, e se você ainda não ouviu falar sobre isso, você está em um outro mundo, pois nas mídias não se fala em outro assunto. Mas o que de fato é um Bebê Reborn? Simples, é um boneco, muito realista, que simula os traços de um bebê humano, que é um dos brinquedos mais desejados das crianças, porque gera uma sensação muito legal de portar um bebê real no colo.

E por sua vez, ele também ganhou o entusiasmo de muitos adultos que encontraram nele, um refúgio emocional, transbordando sobre tal ser inanimado um cuidado maternal, mas isso é assunto para um outro artigo.

O que queremos abordar por aqui é o que esse contexto de nossa era digital tem a ver com liderança?

E, mais ainda, sobre a temática Lideranças Tóxicas.

Neste artigo, quero fazer uma analogia, do boneco com o cargo, vamos chamar este contexto de Liderança Bebê Reborn.

O cargo está lá dado, tem notoriedade, é almejado por muitos, é o hype do momento, mas quando vamos observar um pouco mais de perto, não tem alma! Acredite, há lideranças espalhadas por aí que entregam resultados incríveis, são cheias de holofotes por mostrarem resultados invejáveis que são desempenhados pelo seu time, porém sem PRESENÇA!

Responde os e-mails com maestria, entrega bons resultados, porém sem PRESENÇA!

É uma liderança pouco participativa.

Não é boa ouvinte, não se comunica, não interage, não cria um ambiente saudável de colaboração, não reconhece as pessoas do time, simplesmente é fria e inanimada. Coordena muito bem os processos, tem visibilidade e destaque, mas é só fachada, porque o ambiente que ela cria é de pressão e adoecimento.

Modelo de liderança que não é referência em Gestão de Pessoas, ele adoece o sistema do trabalho e compromete resultados. Mas como reconhecer?

Bora então, analisar alguns tipos de comportamento de uma liderança Bebê Reborn:

  • Fala, mas não tem escuta ativa
  • Cobra, porém, não dá suporte
  • Está “presente” fisicamente, porém age no automático
  • Ocupa um cargo, mas não influencia de forma positiva
  • É produtiva, mas não colaborativa

O ambiente que não é seguro psicologicamente causa a fuga da inovação.

E ainda, não atrai um senso de pertencimento, traz na verdade, insegurança.

O impacto deste comportamento: times desmotivados e inseguros, com resultados comprometidos. São pessoas que fazem tudo sob uma pressão de adoecer, gera medo das penalidades, e impactam pessoas talentosas que primeiro, se desligam da sua essência emocional e, depois se demitem.

Há muitos e muitos ambientes de cultura de empresas com este perfil de liderança automática, sem nenhum brilho, sem propósito claro. Resultados acontecem sem senso de pertencimento e, o brilho no olho, também não é mais uma realidade.

Mas como seria uma liderança brilho no olho?

É a liderança que se conecta de forma positiva com o seu time, traz uma essência de colaboração e senso de unicidade, ele que traz vida para o ambiente corporativo. O cargo, a posição em si, é só um detalhe perto do impacto positivo que o comportamento gera, eu sempre digo que liderança não é cargo é escolha!

Porque a partir do momento que você decide está à frente de um time, você é co-responsável por gerar um ambiente seguro. E nele, estar à frente de promover a inovação e a criatividade. Neste perfil de liderança, a produtividade vira apenas consequência natural de desempenho, pois sabemos, pessoas felizes produzem mais.

Lideranças precisam urgentemente ser “real e viva”, conectar com presença e inspirar.

A liderança real, não impõe, ela arrasta, levo o time pelo exemplo, e juntos, conquistam resultados imensuráveis, não porque é uma obrigação e, sim porque as pessoas tem o sentimento de reciprocidade aguçado. Entregam o seu melhor com o prazer em participar de algo grandioso. É esse senso de pertencimento que muda o jogo.

Sabemos que todo ser humano tem a necessidade de se sentir parte, de integrar e de interagir, ninguém nasceu para viver excluído. Somos seres relacionais, o que reflete no jeito de ser do propósito individual. Cada profissional em sua jornada corporativa, descobre ao longo da sua carreira, que quanto mais seguro o ambiente e ele mais preenchido de seus porquês, serão pessoas produtivas e motivadas.

Se a liderança perceber, entender e interpretar esse ciclo de necessária inclusão, descobre o ouro, e faz das conexões reais seu maior trunfo!

A liderança que não se conecta é como um Reborn no berçário corporativo — parece real, mas não pulsa, não sente, não transforma.

Será que você, líder, que lê este meu artigo hoje, reflita: está preso em uma mera aparência de liderança real, vivendo no automático? Ou, está de fato, viva e pulsando por sede de transformação e, por consequência, gerando impacto positivo ao seu redor?

Bora refletir juntos sobre isso? Até o próximo artigo.

 

Simara - Liderança Bebê Reborn: Quando o Cargo Existe, Mas a Alma Não Está Presente

Simara Alves é psicanalista, especialista em Gestão de Pessoas e Comportamento Humano e mãe da Suzana. Apaixonada por lidar com gente é CEO da RHTech Consultoria Treinamento e Palestras. Pós-graduada em Psicologia Positiva e Neuro Psicanálise. Atua como Tech Recruiter no Grupo Boticário. É palestrante e autora dos livros: “Código DISC”, “Maior Programa de Empregos” e “Mulheres Incríveis”. Colunista EA “Lideranças tóxicas

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