Por Stella Aguiar

 

Você deve estar se perguntando: por que um artigo sobre dança na EA Magazine? A razão é simples: ao longo dos últimos 30 anos, ensinando pessoas a dançar, testemunhei inúmeras histórias de descoberta, transformação e superação de crenças e padrões limitantes. Essa experiência transcendeu minha sala de aula, tornando a dança a principal ferramenta em meus team buildings e palestras.

Trago neste artigo de estreia, alguns exemplos de como a dança pode ser usada para despertar e desenvolver habilidades pessoais e profissionais. Não é necessário ser um especialista para vivenciar essas experiências. E acredite, desde os primeiros passos com a dança, seja individual ou a dois, insights valiosos podem surgir rapidamente.

Em atenção plena

A prática da dança nos pede a capacidade de manter o foco e a concentração. Somos desafiados a memorizar sequências, prestar atenção aos detalhes dos movimentos – nossos e do nosso par, sincronizar os movimentos com a música, com o espaço e com os outros dançarinos na pista de dança.

Um processo que pede um nível profundo de atenção e quando você se permite “entrar na dança” e que ela entre em você, acontece um estado de “flow” incrível!

Essas competências: foco, concentração, estado de flow, se transferidas para o ambiente de trabalho, podem ajudar profissionais a se tornarem mais produtivos e eficientes em um mundo corporativo cada vez mais dinâmico e repleto de distrações.

Permita-se errar

Com que frequência deixamos de fazer algo por medo de errar, de não ser perfeito, de passar vergonha?

Na dança, o erro é parte integrante do processo. São os erros que geram novos passos, fortalecem conexões entre os parceiros, permitindo que se experimente e se aprenda com cada novo movimento. Aprende-se a valorizar o processo de tentativa e erro, entendendo que cada “passo em falso” é uma oportunidade para aprendizado e crescimento.

Esta entrega e aceitação da própria vulnerabilidade promove resiliência e autoconfiança no corpo dançante!

Que bom seria se todos pudéssemos estar um ambiente onde o erro é visto não como um fracasso, mas como uma oportunidade de crescimento e aprendizado. Uma perspectiva vital no ambiente corporativo, cada vez mais dinâmico e imprevisível, onde a inovação e a criatividade são frequentemente impulsionadas pela experimentação e pelo aprendizado através dos erros.

Ao nos sentirmos confortáveis com nossas próprias imperfeições, desenvolvemos uma mentalidade mais aberta e flexível, que é altamente valorizada no mercado de trabalho atual.

Um corpo que fala

Dançar nos ensina a ler e interpretar sinais sutis como movimentos corporais, expressões faciais e gestos, ampliando nossa sensibilidade para as nuances da comunicação não verbal.

Desenvolve-se uma habilidade de se expressar sem palavras, percebe-se um aumento na autoconfiança, quebram-se resistências internas e supera-se a timidez.

O aprimoramento dessa percepção pode ser extremamente útil em contextos profissionais, onde compreender as intenções e emoções dos colegas pode facilitar a colaboração e evitar mal-entendidos. Isto tudo se traduz em um ambiente de trabalho mais dinâmico, onde os indivíduos se sentem mais confortáveis para compartilhar ideias e feedbacks de maneira clara e eficaz.

Sempre em movimento

A natureza dinâmica da dança, com seus movimentos fluidos e improvisações, incentiva os dançarinos a saírem de suas zonas de conforto, enfrentarem desafios e explorarem novas possibilidades. E assim é nosso ambiente profissional, constantemente exigindo inovação e adaptabilidade, pedindo novos níveis de motivação, para que possamos romper ciclos de inércia.

A dança estimula a criatividade e a flexibilidade mental, cruciais para enfrentar problemas complexos e encontrar soluções inovadoras. Este processo de constante reinvenção é fundamental para romper barreiras mentais e emocionais que muitas vezes nos mantêm presos em padrões de comportamento e pensamento limitantes.

Dançar pede autoconfiança, criatividade e coragem, capacidades necessárias para tomar iniciativas e liderar mudanças, inspirando equipes e criando uma cultura organizacional mais ágil e proativa.

Fomenta uma mentalidade resiliente e orientada para o progresso, ajudando os profissionais a superarem momentos de estagnação e a se motivarem a buscar constantemente novas abordagens e perspectivas. Trazer esta inspiração para nosso ambiente de trabalho nos torna profissionais mais adaptáveis, criativos e preparados para os desafios do mundo moderno.

Experimentar a dança não apenas enriquece nossa vida pessoal, mas também proporciona uma base sólida para o desenvolvimento de habilidades emocionais e sociais que essenciais no cenário profissional contemporâneo. E você, está pronto para começar?

 

Stella

Stella Aguiar é uma apaixonada pelo desenvolvimento humano. Com uma história vinda da dança e do empreendedorismo, hoje coloca pessoas e empresas em movimento de AÇÃO através de Team Buildings e Mentorias onde o lúdico é ferramenta obrigatória. Dança, jogos, dramatização. “A emoção nos abre para um estado interior mais fértil, facilitando processos no campo do sentir, da comunicação, socialização, expressão e construção do conhecimento.” Colunista EA “Por mais movimento”.

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