Por Ana Paula Educadora

 

Pensar que os alunos são indisciplinados pelo simples fato de não sabermos como desenvolver a disciplina é ter um mindset fixo. Alunos gostam de desafios, pois têm curiosidade, de acordo com a faixa etária, por isso, a disciplina está relacionada a ambientes pedagógicos com metodologias ativas que atendam ao projeto político pedagógico da instituição.

A disciplina no espaço escolar, mobiliza experiências e valores, em um cenário interativo entre professores, alunos, equipe pedagógica e pais. 

A disciplina em sala de aula é um desafio para nós educadores. Mas, será que às vezes não subestimamos os alunos?

Se questionarmos a relação entre a didática em sala de aula com o conteúdo ofertado, estamos diante do primeiro passo para estabelecer o vínculo entre alunos e professores, o qual têm por objetivo ajudar os estudantes em seus processos de crescimento socioemocional.

Para garantir que este processo aconteça, as tecnologias podem ser favoráveis, desde o simples celular até a lousa digital, onde os alunos interagem e constroem coletivamente novos saberes e, aprendem, a compartilhar os conhecimentos em equipe.

Na sequência, temos o contrato pedagógico, instrumento importante para desenvolvermos atitudes comportamentais que os professores esperam dos alunos, e saberem se estão compreendendo o quê é disciplina e qual seu significado no espaço escolar

A trilha de aprendizagem desenhada a partir do questionamento do processo, ao uso das tecnologias  para alinhar os conteúdos, apoiada ao contrato pedagógico para validar a aprendizagem de forma significativa é o caminho para desenvolver comportamentos significativos. Porque existe um propósito, por parte da equipe pedagógica, em envolver os alunos quanto aos aspectos cognitivos, sociais e emocionais.

Realmente estou disposto a encarar a disciplina como um desafio?

A pesquisa e a formação continuada dos educadores incentivam o autoconhecimento e auxiliam a encararem as mudanças necessárias principalmente, na pós-pandemia, com destaque na saúde mental. Para estabelecermos uma sinergia positiva em relação aos alunos e suas expectativas, repensar a didática é fundamental.

A didática do passado não funciona mais, porque as urgências são nítidas na área da educação, como também, posturas saudosistas não promovem novos insights.

Precisamos ter coragem para mudarmos o perfil profissional e construirmos novas práticas de ensino, as quais tenham sentido para os alunos.

Compreender a proposta da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) quanto aos aspectos socioemocionais, é pensar no futuro dos colaboradores no mercado trabalho.

O primeiro passo é destacarmos alguns pontos importantes para desenvolvermos atitudes positivas no ambiente escolar:

  1. Autoconhecimento e autocuidado: necessidade de “conhecer-se, compreender-se na diversidade humana e saber apreciar-se”.
  2. Empatia e cooperação: é o exercício do diálogo, resolução de conflitos e a cooperação entre os grupos.
  3. Responsabilidade e cidadania: pensar coletivamente, com autonomia, flexibilidade, resiliência e determinação.

Ao elaborarmos projetos que contemplem as competências citadas anteriormente, abre-se um leque de possibilidades para o exercício da reflexão, rumo à autonomia e a capacidade de decidirmos em prol da comunidade educacional. Considera-se assim, pensarmos em quais comportamentos devemos cultivar em sala de aula, com base no diálogo e na oportunidade de nos colocarmos no lugar do outro, e assim a disciplina, assume um sentido amplo e positivo.

O autoconhecimento, o diálogo e a empatia entre alunos e educadores, farão toda a diferença, porque quando investimos em comportamento e formação de valores a inovação acontece, tanto no presente como no futuro, afinal os alunos de hoje serão os colaboradores de amanhã, e precisarão ter as competências socioemocionais requeridas pelo mercado de trabalho, portanto, serão protagonistas de suas atitudes e decisões em um mundo em constante transformação.

 

Ana Paula Educadora (Colunista)

Ana Paula Educadora é pedagoga, psicopedagoga, tem extensão em Neuropsicologia (PUC-SP) e MBA em Gestão Educacional. É Top Critical Thinking Voice LinkedIn. Fundou e é diretora da Transformar Educação & Inovação, consultoria especializada em educação básica com foco em treinamentos, palestras e cursos livres. São temas de estudos e pesquisa permanentes, Ensino Híbrido e Metodologia Ágil Scrum, Pedagogia com foco em Gestão de Pessoas, Psicopedagogia Inclusiva e Andragogia Educação para Adultos. Colunista EA “Educação & Pessoas”.

http://linkedin.com/in/anapaulaeducadora

 

Fale com o editor:

eamagazine@eamagazine.com.br